Ruínas - Capítulo 100

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- Por que está em casa? Brigou com seu pai de vez? – Tinha uma expressão triste. – Eu falei que não era pra brigar com ele de novo.

- Cheguei lá e ele tinha contratado um outro chef. Bem ridículo por sinal.

- Ridículo? – Sophia ergueu a sobrancelha.

- Ele me confundiu com um ajudante, me deu bronca porque cheguei atrasado e me chamou de criança. – Sophia gargalhou. – Isso não é engraçado.

- É claro que é! – Riu ainda mais. – Eu imagino a tua cara.

- Foi péssimo! – Bufou. – Quando eu perguntei quem ele era, ele me disse que se um dia eu quisesse ser um chef, eu devia saber quem ele era. – Olhou pra namorada. – Para de rir, Sophia!

- Eu não consigo! – Se contorcia de rir. – Isso tudo é castigo por ficar brigando com seu pai. Bem feito!

- Sophia! – Repreendeu. – Você tem que ficar do meu lado.

- Você tem que parar de brigar com o seu pai! – Cruzou os braços. – Chato demais isso! Vou ligar pra ele e chamar pra jantar com a gente.

- De jeito nenhum! – Ficou de pé num pulo.

- Vou chamar sim! – Manteve a voz firme. – É seu pai e você nunca encontra com ele fora daquele restaurante, nunca visita e ele também nunca vem aqui.

- Eu vejo a cara dele todo dia, preciso visitar?

- É seu pai! – Rolou os olhos. – Vou chamar ele pra que vocês façam as pazes.

- Eu não vou cozinhar nada! – Cruzou os braços de pirraça.

- Não cozinha, eu peço comida em algum restaurante que não tenha um chef pirracento que nem você! – Ele arregalou os olhos. – Eu hein, teimoso pra caramba.

- Chef pirracento? – Ela assentiu. – Eu só estava brigando pelos meus direitos.

- E você conseguiu, já achou alguém pra ficar meio expediente com você, posso saber porque ainda está com raiva?

- Não estou com raiva. – Cruzou os braços.

- Ótimo, vou ligar pro seu pai! – Piscou um olho e correu pra dentro á procura de seu celular. Não demorou a voltar pra sala e Micael ainda estava no mesmo lugar e com a mesma cara. – Ele falou que vem, você não vai cozinhar mesmo? Me avisa logo porque senão eu vou ter que procurar um restaurante pra pedir comida.

- Você é muito perturbada quando quer. – Ele a encarou e ela tinha as mãos na cintura. – Pode deixar que eu vou ver alguma coisa pra fazer, chata!

- Obrigada. – Ela sorriu. – Eu gosto mais de você assim!

- Assim como? Fazendo as suas vontades? – Ergueu uma sobrancelha e ela riu. – É claro que gosta. – Ele foi pro quarto trocar de roupa e logo voltou pra ficar com ela no sofá.

Estavam abraçadinhos vendo um filme que passava na tv que nenhum dos dois sabia nem o nome. Era um clima agradável, algumas risadas de vez em quando e alguns comentários sobre o filme.

- Amor... – Sophia se sentou assim que o filme acabou. – Eu estava conversando com a Lua ontem e ela me deu um ideia. – Micael franziu a testa.

- Lá vem, as ideias da Lua nunca são muito boas. – Eles riram. – O que foi?

- Eu estava falando com ela do tédio que eu fico nessa casa todos os dias. – Deu de ombros. – Ela me falou pra arrumar outro emprego.

- Ué, arruma, Soph. – Deu de ombros. – Isso ai é com você, amor.

- Ela me perguntou porque eu não começo a modelar. – Micael arregalou os olhos. – Ela disse que eu devia tentar!

- E você vai tentar? – Ele ainda tinha a cara de surpreso. – Jura?

- Bom, eu pensei que talvez fosse uma boa ideia... – Estava com vergonha. – Mas disse que falaria com você antes...

- Eu não mando em você, Sophia. – Ele sorriu. – É a sua vida.

- Eu sei, mas é que é bastante exposição né?! – Ela continuava sem graça e Micael riu. – Você não se importa?

- É trabalho, não é? – Ela balançou a cabeça. – Se isso for deixar você feliz, quem sou eu pra ser contra? E além do mais, eu já cansei de dizer pra você que devia tentar a carreira, você é maravilhosa, dá pra fazer seu nome por ai.

- Ain! – Ela pulou no colo dele. – Você com certeza é o melhor namorado do mundo!

- Eu sei disso. – Levou tapinhas. – Para de ser agressiva!

- Você ai todo convencido. – Falou rindo. – Eu ia pedir ajuda pra Mel, será que o Chay vai implicar?

- Claro que vai, ele é maluco. – Rolou os olhos. – Sabe que ele não suporta essa carreira da Mel.

- Eu não entendo isso, ele conheceu a Mel modelo, surtou e fez a menina largar tudo e eu também não entendo é porque ela aceitou isso assim!

- Amor. – Ele deu de ombros.

- Que amor é esse que proíbe o outro de fazer o que gosta? – Sophia disse indignada.

- Eu não sei e não é da nossa conta. Se a Mel aceita é problema dela.

- Eu vou lá pedir ajuda a ela, não estou nem ai se o Chay não gosta. – Deu de ombros.

- Você vai arrumar briga com ele. – Micael disse apreensivo. – Até parece que não sabe como ele é em relação a Mel, trata ela como se fosse uma prisioneira.

- Ah, eu vou mesmo. – Sophia sorriu. – E tomara que ela se anime pra voltar a trabalhar. Se ele a ama, tem que aceitar.

- Boa sorte. – Deu de ombros.

- Amanhã eu vou lá quando você estiver no trabalho. – Piscou um olho. – Hoje eu quero curtir tudo o que eu tenho direito a seu lado, nessa folguinha!

- Safada! – Ele sorriu maliciosamente e beijou sua namorada. Se amaram no sofá aquela tarde.

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