- Até ela sair de não sei onde e chegar lá em casa pra depois vir pra cá... – Ela bufou.
- Na verdade, eles estão todos no seu apartamento... – O tom de voz triste de Micael chamou a atenção de Sophia.
- O que foram fazer lá? – Franziu a testa, tinha saído de lá desmaiada, não viu o estado do apartamento.
- Limpar... – Micael não queria contar aquelas coisas. – Douglas disse que tudo estava sujo de...
- Sangue. – Ela engoliu em seco, mas não recomeçou a chorar. Sabia que teria que enfrentar seus fantasmas agora que tinha perdido seu bebê. – Eu imagino...
- Vou ligar pra Lua, tá bem? – Ela assentiu. – Ó, não é pra falar nada sobre a gente quando eles chegarem aqui.
- Tá com vergonha de mim, Borges? – A loira forçou um tom de brincadeira. – Que palhaçada é essa agora, pensei que estivéssemos namorando.
- Temos muitas coisas pra acertar ainda, Sophia. – Rolou os olhos. – Rótulos estão para acertar, seu amigo está para acertar, como vamos fazer daqui pra frente... Essa conversa rápida que tivemos aqui não foi a definitiva.
- Tudo bem. – Balançou a cabeça. – Se é o que quer. – Ela se sentou de novo na cama, ainda sentia o corpo mole. Micael tirou o telefone do carregador e ligou pra Lua, avisando que Sophia já tinha tido alta e pedindo uma muda de roupa.
- Oi, crianças. – Branca voltou para o quarto. – Juro que ia demorar mais, mas é entediante ficar sozinha! – Ela fez os dois rirem.
- Claro que é, você adora falar. – A loira debochou. – Eu já recebi alta.
- E estamos fazendo o que aqui ainda? – Estava animada. – Vamos pra casa!
- Assim não dá né? – Ela olhou pra si mesmo. – Estamos esperando a Lua, ela vai trazer uma muda de roupa.
- E vai demorar quanto tempo?
- Está com pressa, dona Branca? – Sophia riu. – Ela já deve estar chegando por ai. – Lua não demorou muito a passar pela porta depois do que Sophia falou.
A loira vestiu sua roupa empolgada por sair daqui. Os quatro caminharam para o carro de Micael. Ele colocou a mala de Branca no porta-malas e logo depois estava afivelando o cinto para dar partida rumo ao apartamento de Sophia.
Chegaram lá e já estava limpo, Lua sorriu orgulhosa. Arthur, Chay, Mel e Douglas estavam sentados no chão, os quatro jogavam UNO. Micael rolou os olhos diante da situação. Ele caminhou pra deixar a mala de Branca no quarto de hospedes.
- Ei, é bom te ver em casa! – Arthur levantou pra abraçar a amiga, logo em seguida os outros três, mas ela não se sentia mais confortável pra abraçar Douglas.
- É bom estar em casa. – Se deitou no sofá. – E vocês estão fazendo que farra aqui?
- A gente estava te esperando, ô mal agradecida! – Mel brincou e arrancou risadas dos presentes. – Como você está?
- Ah, na medida do possível eu estou bem. – Seu semblante se voltou para triste. – Não tem como ficar realmente bem depois do que aconteceu, não agora. O que me conforta é saber que logo, logo teremos o bebê da Lua pra babar.
- Por sorte, porque você quase me matou de preocupação muitas vezes. – Ela brigou, mas tinhas olhos brincalhões. – Um susto atrás do outro.
- Agora acabou. – Ela suspirou. – Ganhei uma semana de descanso e depois é vida normal.
- Que bom, trabalhar sozinha está sendo um porre. – Ela rolou olhos.
- Vocês nem fazem nada. – Douglas brincou. – Ficam o dia todinho de conversinha.
- Ah, eu não acredito que você falou uma coisa dessa. – Sophia fez uma careta. – A gente se mata de trabalhar.
- Aham, claro que sim. – Continuou implicando. Micael chegou e deu tapinhas pra que Sophia levantasse a perna, em seguida se sentou ao seu lado.
- Que porra é essa? – Lua perguntou olhando os dois no mesmo sofá. – Desde quando isso tá assim? – Tinha uma sobrancelha erguida, mas nenhum dos dois respondeu nada. – E vão ficar mudos?
- A gente está de boa, só isso. – Sophia respondeu e o moreno apenas deu de ombros como se pouco importasse. – Não tem nada de tão extraordinário nisso.
- Vocês estão querendo enganar quem aqui? – Chay bufou. – Isso ai não é só estar de boa não hein!
- Olha lá? – Micael jogou uma almofada após gesticular com a cabeça para Chay, Sophia só riu. – Dá pra calar a boca, idiota?
- Se tá mandando eu calar a boca, certeza que eu acertei, tem algo ai. – Ele brincou ainda e Sophia achava graça das caretas de Micael.
- Será que dá pra deixar a gente em paz? – Sophia pediu com um sorriso. – Só por hoje! Amanhã vocês já podem voltar a perturbar. – Ela olhou em volta. – Cadê minha mãe?
- Eu deixei a mala dela no quarto de hospedes, provavelmente ela deve ter ido pra lá. – Micael respondeu a Sophia com pouco interesse. – Deve estar tomando banho, coisa que você também devia fazer pra se livrar dessa inhaca de hospital.
- Você tá falando na minha cara que eu estou fedendo? – Ela disse brava e fez Micael rir. – Isso não tem graça.
- Eu disse fedendo? – Ergueu uma sobrancelha. – Para de palhaçada, cabeção.
- Ih, tá rolando alguma coisa ali. – Arthur cochichou pra Lua. – Certeza!
- Ai, meu Deus! – Micael rolou os olhos. – Não se tem paz. Deixa eu sentar no outro sofá porque só jesus na causa dessa galera. – Sophia não levantou as pernas e prendeu Micael ali.
- Não tô afim. – Ela brincou. – Vai ficar ai. – Ele balançou a cabeça, mas nem respondeu. Causando ainda mais confirmação de que algo estava rolando entre eles. Douglas ficou de pé e encarou Sophia.
- Eu vou indo, Sophia. – Ele sabia que estava sobrando ali. – Depois a gente se fala.
- Não, não. – Ela se sentou rapidamente. – Quero conversar com você antes. – Micael fez uma careta que foi notável a todo mundo, menos pra Sophia que estava encarando Douglas. Ele apenas balançou a cabeça. – Vamos lá pra dentro!
- Tudo bem. – Ele suspirou, já sabia o que viria e não estava nem um pouco ansioso por isso. Sophia não encarou Micael antes de sair da sala e ele também não reclamou. Mas estava agoniado e isso se via de longe.
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Ruínas
RomanceE quando você encontra a pessoa perfeita, mas descobre que ela não é? Quando encontra o amor da sua vida, mas aparentemente a pessoa não sente o mesmo? São as dúvidas que assolam a vida do nosso jovem Micael, que se apaixonou por uma linda mulher, m...