- Sophia, você está surda? – Estava estressada até o ultimo fio de cabelo. – É pra hoje. – Bateu palminhas e Sophia voltou para o corredor onde se encontravam os modelos. Tentou evitar a todo custo encarar aquela mulher.
- Bom gente, oi novamente. – Deu um sorriso sem graça. – Eu sou Sophia e acredito que alguns já me conheçam porque tiveram a triagem comigo. Nós já estamos pra começar os testes, Elizabeth já vai chamar o primeiro casal. – Seguia forçando sorriso. – Eu estou aqui pra ajudar vocês no que precisarem, se quiserem água, um café, é só me falar, ok?
- Eu aceito uma água. – Por maior que fosse o esforço que fizesse, aquela mulher estava ali para tirar Sophia do sério. – Por favor.
- Quem vê pensa que tem educação. – Sophia resmungou, mas Fernanda foi capaz de ouvir. – Você é a única pessoa para quem eu não busco nada, nunca nessa vida.
- Mas esse não é o seu trabalho? – Ela tinha o rosto muito bem humorado. As pessoas ali estavam surpresas com aquela possível discussão. – Eu pensei que tivesse recebido ordens pra servir a gente.
- Como você tem coragem de olhar na minha cara e sorrir? – Rangeu os dentes. – O que você fez não te incomoda nem um pouco a noite?
- Eu não fiz nada! – Se defendeu. – Eu não tenho culpa de você ter se jogado na frente de um carro quando viu o Micael comigo. Foi por causa disso que você não segurou aquela criança, por causa da sua irresponsabilidade.
- Fernanda, você está pegando pesado, por que não senta e fica quietinha? – Douglas pediu com a maior calma do mundo.
- Eu só vou me sentar e ficar quietinha quando ela trouxer a minha água. – Voltou a encarar Sophia. – E parar de ficar me culpando por algo que eu não tenho nada a ver.
- Você avançou em mim, você sabia que eu não podia brigar, você tinha sido avisada daquilo. – Os olhos de Sophia começaram a lacrimejar enquanto se lembrava daquela tarde. – Eu pedi ajuda a você.
- Pra mim era tudo fingimento, drama. – Ela deu de ombros, realmente não tinha nenhum peso na consciência.
- Você é cruel. – Estava a ponto de pular no pescoço da mulher. – Era só um bebê, ele não tinha culpa da bagunça que estávamos vivendo. Era o mais inocente em toda essa confusão.
- Bom, lamento que não tem mais um bebê. – Debochou. – Será que dá pra buscar a minha água?
- Eu já disse que eu não te sirvo nada! Eu não te suporto! – Deu um passo pra frente, Douglas ficou de pé no meio das duas, antecedendo um ataque por parte da Sophia. – Graças a Deus que o Micael já caiu em si e voltou pra mim, não sei o que ele viu em você!
- Vocês voltaram? – Ela ergueu uma sobrancelha. – Vocação pra corno é tudo o que ele tem. – Debochou.
- O que está acontecendo aqui? – Elizabeth finalmente tinha visto o alvoroço.
- Eu pedi a sua funcionaria um copo de água e ela disse que não vai me servir. – Fernanda falou com a voz doce a chefe de Sophia que deu uma olhada fulminante para a loira.
- Sophia, o que eu acabei de pedir a você? – Ela não respondeu. – Vai agora buscar o copo de água. – Sophia secou a bochecha novamente, não tinha mais espaço pra lágrimas, só tinha ódio. – Agora!
- Tudo bem. – Foi só o que disse antes de se retirar e ir até o refeitório buscar o copo de água. Se sentou na mesa com Lua, não tinha uma cara muito boa. – Sua chefe mandou eu vim buscar um copo de água pra Fernanda. Você acredita? – Desabafou. – Depois de tudo o que ela me fez, eu tenho que abaixar a minha cabeça e servir essa lambisgoia.
- Ela fez de proposito né? – Lua era compreensiva. – Biscate de quinta.
- Eu ainda vou matar essa mulher. – Suspirou e se levantou pra buscar o copo de água. Ela escondeu um pouco o copo com o corpo e cuspiu dentro. Ela queria ser servida, então servida ela seria. – Vou ir lá.
- Tudo bem, eu daqui a pouco já vou voltar, vou nem tirar a minha hora toda pra ficar com você. – Lua sorriu.
- Não se preocupa, pode descansar. Está tudo sob controle. – Sorriu a Lua que nem imaginava o que Sophia tinha feito com a água da mulher. – Aqui está. – Entregou a morena quando voltou. Faça bom proveito.
- Obrigada! – Sorriu debochada e logo depois tomou toda a água, Sophia segurou o sorriso.
A loira se afastou por alguns instantes e ficou dentro da sala acompanhando os testes e dando suporte no que era necessário. Douglas realizou o teste com Fernanda e Sophia o tinha uma careta o tempo todo, realmente não sabia como tinha conseguido se segurar mais cedo. Saiu da sala pouco antes do final do teste dos dois, precisava ir ao banheiro. Quando estava voltando, os encontrou no corredor.
- Acho que quero outra água. – Fernanda implicou e ganhou atenção de Sophia. Douglas rolou os olhos. – Já que você está atoa.
- Sua mão caiu? – Rangeu os dentes. – Pega sozinha, infeliz.
- Meninas, por favor. – Ele pediu. - Já não tem mais motivos pra brigas, Micael escolheu quem quis, acabou já esse estresse.
- Douglas, isso aqui vai muito além do Micael. – Sophia encarou o ex amante. – Se fosse só por conta dele, eu não ia ter tanta raiva quanto eu tenho. Ele é adulto e fez as escolhas dele, mas o meu bebê...
- Ai meu Deus, que ladainha! – A mulher disse completamente insensível, interrompendo Sophia. – Seu bebê morreu, já era! – E ela não pensou, apenas voou pra cima da mulher e a derrubou no chão. Ela tinha tanto ódio que não data tapas no rosto da modelo, ela distribuiu socos, a mulher não conseguia reagir. Num momento de raiva Sophia cravou as unhas no rosto de Fernanda e puxou. O sangue vermelho nasceu por onde as unhas da mulher rasgavam a pele. Douglas custou a puxar Sophia de cima da amiga.
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Ruínas
RomanceE quando você encontra a pessoa perfeita, mas descobre que ela não é? Quando encontra o amor da sua vida, mas aparentemente a pessoa não sente o mesmo? São as dúvidas que assolam a vida do nosso jovem Micael, que se apaixonou por uma linda mulher, m...