Ruínas - Capítulo 165

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- Micael? – Fernanda chamou baixo surpreendendo Micael que pensou em passar direito e ignorar. – Não vai me dar nem um oi?

- O que foi, Fernanda?! – Se virou pra mulher meio sem paciência. – Eu não tenho assunto nenhum pra falar com você.

- Também não é assim, nós namoramos um tempo, você gostava de mim.

- Até você acabar com a vida do meu filho que nem teve chance de nascer. – Cruzou os braços. – Eu achei que nós não éramos amigos, eu dei um tapa em você, você foi na minha casa ameaçar a minha namorada, muita coisa rolou.

- Eu vim falar com você na paz, só quis cumprimentar mesmo. – Fez uma careta. – Você não precisa me tratar dessa forma.

- Você só veio falar comigo pra irritar a Sophia, não é? – Deu uma risadinha. – Aposto que você está odiando ver ela ser o centro das atenções e a preferida da Beth.

- Isso é só uma fase, Sophia se aproveitou que eu estava afastada pra crescer, mas eu já voltei e algumas coisas vão mudar.

- Claro que sim, deve ser bem isso. – Sorriu. – Por que você ainda perde seu tempo com a gente? Segue sua vida cara.

- Ah, Micael. – Bufou. – Você não pode ser tão indiferente a mim dessa forma, você me implorou perdão, você disse que tinha me escolhido. Isso tudo não foi em vão...

- Garota, essas coisas aconteceram há tanto tempo que parece que foi outra vida. – Balançou a cabeça. – Não viaja. Você não vai desestabilizar a Sophia por causa dessa conversinha barata aqui comigo.

- Você não se incomoda com esse trabalho dela? – Ele franziu a testa sem entender onde a mulher queria chegar. – Você sabe que vai rolar uma festa mais tarde?

- Idai?

- Idai que Sophia e Douglas são os modelos representantes desse desfile. – Colocou a mão sobre o ombro dele. – A testa não coça? As lembranças não vem?

- Você só pode estar de brincadeira. – Rolou os olhos. – Trabalho é trabalho, e eu confio na Sophia, ela não vai fazer nada de novo.

- Eu jamais confiaria. – Ela sussurrou com um sorriso encantador. – Quem faz uma vez, faz sempre. Ainda mais agora que você mora longe... O que os olhos não veem o coração não sente.

- Cala a boca e dá um tempo, Fernanda. – Tirou a mão do ombros dele. – Faz um favor pra nós dois e finge que nunca me conheceu, passar bem! – Sorriu de forma forçada e saiu pro banheiro. Não demorou a retornar pra perto da galera. – Podemos ir?

- Mais tarde tem um coquetel. – Sophia comunicou. – Você quer ir comigo?

- É logico que eu vou, amor. – Ela abriu um sorriso. – O que eu não faço por você?

- Pau mandado. – Jorge brincou e fez os presentes rirem.

- Sempre fui. – Assumiu também rindo. – Agora será que podemos ir?

- Abaixa o fogo, Micael. – Lua deixou Sophia sem graça. – Ela não pode ter nenhum chupão, vão tirar fotos mais tarde.

- Lua! – Sophia olhou para os sogros e pra mãe completamente vermelha. – Será que dá pra maneirar.

- Ah, agora vai fazer papel de virgem. – Lua debochou. – Amor, você já esteve grávida, não cola.

- Lua, se eu não te amasse tanto, com toda certeza eu te odiaria. – Se aproximou para abraçar a amiga. Sophia se despediu de todos os amigos da mãe e de Jorge e Antônia. Jorge se prontificou a dar carona pra Branca até o apartamento de Sophia, visto que a loira queria aproveitar o pouco tempo que tinha com o namorado.


- O que a mocreia da Fernanda disse pra você quando te parou pra conversar? – Sophia encarava as unhas. Os dois estavam no carro, indo para a casa de Micael.

- Eu não quero gastar o meu tempo livre com você falando da mal amada da Fernanda. – Deu de ombros.

- Eu fiquei curiosa. – Ainda não tinha encarado ele.

- Curiosa ou com ciúme? – Soltou um sorrisinho.

- Eu não tenho ciúme dela. – Rolou os olhos.

- Você sabia que não é pecado ter ciúme né? Assumir de vez em quando não vai te fazer menos mulher e nem louca possessiva. – Riu no final da frase. – Mas tudo bem, só curiosidade.

- Eu não gosto de vê-la em cima de você, mas a minha raiva dela por tudo que aconteceu é bem maior do que ciúme, eu não acho que você ficaria com ela de novo, confio em você. – Ergueu a cabeça e dessa vez olhava na direção do namorado.

- Que bom, eu não faria nada pra estragar o que a gente tem e muito menos com aquela doida. – Sophia sorriu. – Quero é distância. – Micael ficou em silêncio e percebeu que Sophia seguia curiosa. – Ela veio encher a minha cabeça de abobrinhas, mas não funcionou.

- Como assim?

- Tem certeza que quer saber? – Ergueu uma sobrancelha. – Ela veio falar de você e do Douglas, do coquetel de mais tarde e de como eu estou em outro estado sem saber do que acontece aqui. – Deu de ombros e estacionou o carro na garagem de casa.

- Mas que filha da puta, essa mulherzinha não perde uma oportunidade de ficar calada. – Saiu do carro revoltada. Micael apertou o botão e o portão se fechou sozinho. Os dois foram pra porta da frente. – Minha raiva dela nunca vai passar, só piora a cada dia.

- Ei, relaxa. – Segurou a mulher pelo rosto e a forçou a encara-lo. – Eu confio em você, se você disser pra mim que me ama e que o Douglas não passa de um amigo, eu vou acreditar.

- É logico que ele não passa de um amigo. – No fundo Sophia não esperava por aquilo. – Eu amo você demais, a cada dia que passa esse amor só aumenta.

- É isso que basta pra mim. – Deu um beijo na mulher. – Não vou deixar ninguém se meter entre a gente, chega de brigar por besteira, chega de estresse, eu só quero ser feliz com você. – E então Micael abriu a porta e Sophia arregalou os olhos, não estava acreditando no que via.

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