Ruínas - Capítulo 164

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Deu uma certa corridinha ao sair dos bastidores e procurar com os olhos onde sua família estava. Não tinha muita gente no local, então encontrou rápido. Micael estava rindo de alguma coisa, parecia bem tranquilo.

- Eu não acredito que você veio. – Ela disse ao chegar mais perto, pouco antes de ser notada. O moreno sorriu pra ela e não demorou até que a loira se jogasse em seus braços. – Eu estava com tanta saudade! – Ficaram abraçados por um tempo.

- Eu também estava, meu amor. – Deu um beijo na cabeça dela. – Você não tem noção.

- Por que não me avisou que vinha? – Se afastou um pouco. – Eu quase tive um treco.

- Que mentira, você me pareceu bem centrada. – Soltou uma risadinha. – Quis fazer uma surpresa.

- Eu pareci bem centrada porque eu ensaiei demais. – Ela tinha seu sorriso aberto de orelha a orelha. – Ganhei elogios da estilista, da Beth, das meninas... Todo mundo disse que eu fui muito bem!

- Sophia, a mamãe também está aqui. – Branca disse de trás. – Não sei se você sabe, mas tem mais tempo que você não me vê do que o Micael. – Ela implicou.

- Desculpa mãe. – Riu sem graça novamente. – É só que...

- A gente sabe. – Branca riu. – Eu só estou brincando. – Saiu de onde estava e foi até a filha lhe dar um abraço.

- Branca tem razão, parece que só tem o Micael aqui. – Lua resmungou. – Saudade eu tenho da época em que eu era tratada com a minha devida importância.

- Mas a Lua anda tão dramática. – O moreno alfinetou. – Você está perto da Sophia toda dia!

- Você estava linda demais! – Lua sorriu pra amiga. – Não sei como perdeu tanto tempo trabalhando naquela agência e nunca pensou nisso.

- Ai é que tá, não é de hoje que eu falo pra ela seguir essa carreira. – Sophia estava abraçada a Micael, mas dessa vez já tinha cumprimentado a todas que tinham ido vê-la. – Nunca me ouviu.

- É porque o amor é cego. – Respondeu rindo. – Vai que tudo isso estava só na sua cabecinha.

- Ah, mas são melosos demais! – Jorge brincou.

- Melhor assim do que brigando. – Antônia completou. – Deixa esse clima de lua de mel no ar.

- E por falar em Mel. – Lua chamou a atenção deles pra Douglas e Mel que vinham caminhando de mãos dadas. – Melzinha, você é simplesmente incrível! – Avançou pra dar um abraço na amiga. – E você também não estava nada mal, Douglas.

- Obrigada, amor. – Mel a soltou. – Essa minha volta as passarelas só me fez enxergar que eu fiz a escolha certa. – Encarou Micael. – Então o sumido resolveu aparecer?!

- Só até amanhã as quatro. – Sophia fez uma careta. – A viagem é longa e eu pego as oito no trabalho.

- Vocês percebem que o Micael fala essas coisas só pra deixar as pessoas com raiva de mim? – Jorge brincou. – Trabalho é trabalho, não vou dizer "ah, não precisa ir, filhão."

- Não tive nenhuma esperança de que você diria isso. – Fez careta para o pai. – Não era compreensivo nem aqui, imagina lá.

- Ei, vocês dois não vão começar né? – Antônia chamou atenção dos dois. – Estava demorando.

- Demorando muito, Antônia. – Sophia riu. – Desde que você voltou as brigas entre os dois foram quase extintas.

- Olha, eu vou ir ao banheiro, me deem licença. – Micael comunicou e saiu de perto deles. A caminho do banheiro, encontrou com Fernanda saindo dos bastidores. Sophia ainda tinha visão dele e fez uma careta quando viu a mulher se aproximar e parar Micael pra conversar.

- Essa mulherzinha não se enxerga mesmo. – Bufou. – Patética. – Os amigos não entenderam de início, mas logo ela mostrou a eles o que estava vendo.

- Você não precisa se preocupar com ela. – Branca falou e colocou a mão sobre o ombro da filha.

- É logico que eu não preciso me preocupar com ela, mas ela me irrita só de respirar. – Cruzou os braços. – Por que essa mulher é tão sem noção gente? Explica ai, Douglas, já que ela é sua amiga.

- Gente, quem é essa mulher?! – Antônia perguntou perdida.

- É uma ex namorada do Micael. – Jorge respondeu pra ela baixinho, mas Sophia ouviu.

- Pior que isso, aquela vadia ali é a assassina do meu filho. – Disse entredentes. – Eu rasguei a cara dela todinha e parece que a cada segundo ela pede pra que eu faça de novo.

- Pensei que você não brigasse por homem. – Lua implicou.

- E eu não brigo, acontece que qualquer desculpa é boa o suficiente pra eu bater nela. – Todo mundo achou graça. – Mas eu não farei nada, o Micael é adulto, ele vai saber se defender.

- Auto controle, magnifico. – Mel aplaudiu. – Se fosse eu já tinha esfolado os dois. Ela porque é uma vagabunda e ele porque tá esse tempo todo dando trela no corredor.

- Ih... – Arthur disse quando viu Fernanda colocar a mão sobre o ombro de Micael. – Quero ver todo esse auto controle agora.

- Ele tem cinco segundos pra tirar a mão dela de cima dele, ou eu vou acabar com a raça dele em casa.

- Pelo menos é em casa. – Jorge falou baixinho novamente. – Menos pior do que aqui.

- Cinco... – Ergueu a mão e começou a abaixar os dedos conforme ia contando. – Dois... – E então ele finalmente tirou a mão dela do ombros dele, deu um sorriso forçado e se afastou. – Salvo no final, Borges. – Resmungou.

- Pra quem dá uma de super segura, você parece bem irritada. – Lua brincou.

- Não tenho ciúmes, já disse. – Rolou os olhos como se fosse obvio. – Eu tenho é raiva, Lua. E ele também devia ter, afinal o filho também era dele. 

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