Ruínas - Capítulo 186

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A semana passou com bastante compromissos pra jovem modelo. Ela andava tão atarefada que nem mesmo Douglas e Mel ela encontrava com frequência. Sua carreira tinha decolado tão rápido. Agora, depois de ter feito casting para um desfile, estava no aeroporto junto com os amigos a espera de Micael.

- E cadê essa droga de avião? – Disse impaciente ao acender o display do celular e verificar as horas pela décima vez no mesmo minuto. – Já está mais que atrasado.

- É melhor quando ele chega de surpresa hein. – Lua implicou. – Pelo menos assim você não fica nervosa e ansiosa dessa forma. Voos atrasam, meu amor.

- Eu sei, Lua. – Rolou os olhos e guardou o celular na bolsa. – Parei, tá vendo?! – Se sentou e cruzou os braços. – Tá bom pra senhora agora?

- Melhorou, estava me agoniando você andando de um lado para outro. – Lua riu e foi ajeitar o cabelo do bebê, que estava no colo do pai, atento a tudo.

- Só dez minutos de atraso, no dia do seu casamento você vai atrasar ainda mais. – Mel deu uma risada. – Olha lá. – Apontou pra frente de onde viam algumas pessoas que claramente estavam chegando de viagem. – O amor da sua vida chegou.

- Finalmente! – Soph ficou de pé e vasculhou com os olhos até achar o noivo dentre todos as pessoas que caminhavam. Micael estava um pouco distraído, tinha fones de ouvido e uma mochila no ombro direito. – Oi, meu amor! – Ela disse empolgada quando Micael se aproximou deles e tirou o fone. Próximo passo foi dar um beijo na mulher.

- Oi, gata! – Aprofundou o beijo. – Estava morrendo de saudades de você.

- Mas que melação da porra. – Mel implicou.

- Ainda bem que foi você que disse, Mel. – Lua ganhou atenção de todos. – Se fosse eu, certeza que estaria sendo arrasada pela Sophia agora.

- Depois eu que sou a dramática. – Sophia rolou os olhos e voltou a dar beijos no namorado. – Gostoso.

- Menos, casal vinte. – Douglas também implicou. – Ainda estamos em público e infelizmente não dá pra fazer casinha pra vocês.

- Transem no carro. – Lua pegou a deixa de Douglas. – Eu trouxe ele, Micael.

- Mas gente. – Ele tentou argumentar, mas não controlou o riso. – Não se tem um segundo de paz.

- Vocês ai que tem o fogo de dois adolescentes. – Arthur rebateu. – Vamos?!

- Vamos, porque eu estou louco pra deitar. – Se espreguiçou um pouco, depois olhou Arthur. – Deixa eu carregar o moleque. – Ergueu os braços pra pegar o afilhado do colo do amigo. – E ai, meninão? Você está gigante! – Matheus riu pra Micael como se ele tivesse contado a piada mais engraçada do mundo e deixou Micael ainda mais encantado.

- Ele gosta de você mesmo. – Lua disse surpresa. – E mal te conhece. Ele odeia o colo do Douglas.

- Eu sou muito melhor, né Lua?! – Micael disse num tom de provocação que há muito tempo os amigos não ouviam. – Quem não me prefere?!

- Humilde. – Douglas comentou rindo, ignorando a pequena provocação. – Mas...

- Meu filho gosta de mulheres, colo de homem ninguém merece. – Arthur interrompeu antes que Douglas soltasse algo que acabasse com todo bom humor dos dois.

- Não precisava me interromper. – Douglas comentou rindo. – Eu não ia falar nada demais, Arthur.

- Sei. – Bufou. – A gente te conhece e sabe que você agora soltar uma gracinha.

- Eu sou é muito injustiçado. – Balançou a cabeça rindo. Os seis foram para o estacionamento e Micael devolveu o bebê a Lua para que a mesma colocasse na cadeirinha antes que fossem.

- Eu estou morrendo de saudades de você. – Agarrou Sophia quando entraram no carro. – Não aguento mais essa situação. – Deu mais beijos na mulher.

- Parece que os dias não passam quando a gente quer. – Soltou um gemido quando ganhou um beijo no pescoço. – Acho que aqui não é lugar pra matar toda essa saudade. – Disse sem graça. – Estamos no estacionamento do aeroporto ainda.

- Sei onde estamos. – Seguiu beijando a noite. – Mas eu estou louco. Sabe-se lá que horas a gente vai conseguir ficar sozinho hoje.

- Eles já saíram daqui, certeza que vão chegar bem antes da gente em casa.

- Péssima ideia você ter marcado resenha com eles no dia que eu chego, podia ter marcado pra amanhã. – Colou a testa na dela. – Eu vou ser obrigado a expulsar todos lá de casa.

- Não marquei, comentei com a Lua que você chegaria hoje e ela fez questão de vir, ai chamou a Mel, já viu né?! – Riu. – Não precisa expulsar ninguém, eles tem se mancol.

- Tem nada, vou botar todo mundo pra correr. – Deu um último beijo e se afastou pra botar o cinto. Logo deu partida no carro e dirigiu rumo a sua casa.

Quando chegou, encontrou os dois casais parados na frente. Apertou o botão da garagem e logo guardou seu carro. Em seguida abriu o portão para os amigos.

- Demoraram hein, erraram o caminho? – Lua perguntou já rindo. Micael destrancou a porta. – Imagino que muito tempo no Sul fez você esquecer como se anda pelo Rio.

- Que nada, eu estava tentando seguir o conselho do Douglas e transar com a Sophia dentro do carro, mas ela não quis. – Disse na cara de pau e arrancou risadas dos amigos.

- Claro que não, a gente estava no aeroporto. – Retrucou rindo também. – Larga de ser tarado.

- É cada coisa que a gente escuta. – Mel balançou a cabeça. – Cês querem que a gente vá embora pra vocês poderem transar em paz.

- Sim!

- Não! – Responderam ao mesmo tempo. Sophia o encarou perplexa. – Micael?!

- Eu disse que teria que expulsar eles daqui. – Deu de ombros, mas seguia bem humorado.

- Agora tu vê, a gente sai de casa pra buscar você no aeroporto e é assim que somos recebidos. – Lua fez drama e Micael deu de ombros de novo enquanto abria a geladeira pra pegar água. – Quanta consideração.

- Sai fora, Lua. – Ele riu. – Amo vocês, mas não em todos os momentos.

- Micael anda tão sincero. – Sophia gargalhou. – Eu não sei que carência toda é essa, voltei de lá na quarta-feira. – Chegou perto e abraçou o noivo. – Mas eu gosto.

- Claro que gosta. – Lua concordou. – Safada igualzinho a ele. – Debochou. – O que faremos hein? Ficar aqui vendo a Sophia se esfregar no Micael não rola.

- Ei, a gente sabe se controlar. – Sophia se defendeu.

- A gente está vendo. – Arthur ergueu uma sobrancelha.

- Vamos pedir uma pizza? – Micael sugeriu. – Estou morrendo de fome e como não venho em casa a séculos, não tem nada de comer nesse lugar.

- Vou colocar o meu filho na sua cama e já volto pra pedir. – Lua comunicou e entrou no quarto de Micael pra deixar o Matheus. 

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