Ruínas - Capítulo 42

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- Vou procurar minha camisa! – Lua disse saindo do quarto. – Micael vem fazer a janta! – Gritou e Micael não disse mais nada, só a seguiu pra fora do quarto junto com Arthur.

Lua e Arthur assistiam a algo na televisão, Micael se entendia com as panelas e Sophia jogava um jogo qualquer no celular. Os quatro estavam bem, não tinha nenhum clima ruim pairando eles. Quando a janta finalmente ficou pronta, Micael chamou Lua e Arthur pra botar suas comidas e colocou a de Sophia e a dele.

- Vamos comer na sala? – Ele perguntou, já estava sem graça em relação a Sophia novamente.

- E deixar a donzela comer sozinha, coitada. – Lua disse rindo. – Nem vem fazer essa cara de bunda ai não, agora há pouco vocês dois estavam jogando na nossa cara que transaram no nosso banheiro.

- Não posso discordar. – Ele riu e segurou o prato de Sophia numa mão, Lua levou a mesinha de armar na cama e os três foram pra dentro do quarto. Sophia sorriu ao vê-los. – Toma aqui. – Colocou o prato diante da mulher. – Come tudinho.

- Pelo menos o cheiro tá bom. – Ela brincou e ele fez uma careta. Não era nem um pouco modesto em relação as comidas que fazia.

- E desde quando eu cozinho algo ruim? – Se sentou numa cadeira ali perto e fez Sophia rir novamente. – Fica quietinha e come ai!

- Pelo menos assim a gente come a comida daquele restaurante do seu pai, porque ir lá não dá, caríssimo. – Ele desfez a careta e gargalhou. – O chef nem é tudo isso e os preços só pela misericórdia.

- Ei, é claro que minha comida vale o preço. – Ele fingiu estar bravo, mas seus olhos eram diversão enquanto comia.

- Tem que ser né, Micael. – Arthur rolou os olhos. – Tem que ser mais que boa.

- Ei, eu não decido o preço dos pratos não, eu só cozinho! – Brigou mastigando um pedaço de carne. – E vocês deviam comer ao invés de criticar o preço do restaurante do meu pai!

- Tá muito mal humoradinho. – Lua debochou. Soph olhava, mas estava mais concentrada em comer. O celular de Micael tocou e a loira o olhou com atenção, já prevendo que devia ser Fernanda, ele tirou do bolso sob os olhares curioso e rolou os olhos ao ver o nome no visor, antes de atender.

- Oi, pai. – Sophia relaxou visivelmente e voltou a comer. – Eu sei, eu lembro disso. Fica tranquilo. – Tentava interromper, mas seu pai continuava a falar. – Pai, eu já entendi. – Bufou antes de desligar o telefone.

- O que aconteceu com seu pai? – Sophia perguntou curiosa, gostava muito do pai de Micael.

- Curiosa. – Ele sorriu pra ela. – Tá mandando eu voltar a trabalhar.

- Já está mais de um mês afastado, tem que tomar vergonha na cara mesmo! – Lua implicou.

- Eu mereço férias. – Bufou. – Eu dou a minha vida naquele lugar.

- Pior que eu concordo. – Sophia balançou a cabeça. – Trabalha demais mesmo.

- Para de dar razão a ele ai. – Lua pediu fazendo os três rirem. – Puxa saco.

- Lua! – Sophia ficou vermelha.

- Olha lá, Arthur. – Lua continuou implicando. – A Sophia agora tá com vergonha, mas na hora de dizer que transou no nosso banheiro ela não teve vergonha na cara.

- Lua, você ainda está sentida com aquilo? – Arthur riu, se referindo a terem sidos interrompidos.

- É claro, meus hormônios de grávida estão a mil! – Ela fez os outros rirem mais uma vez.

- Para de graça, Lua. – Sophia balançou a cabeça. – Quando a noite cair eu sei o que vocês vão fazer naquele quarto. – Apontou em direção ao quarto de hospedes. – Mas, por favor, sejam discretos.

- Cala a boca, Sophia, se você não quiser que eu vá ai e aperte a sua costela. – Sophia fez cara de dor e voltou a comer. – Isso ai!


O jantar foi tão descontraído que assim como antes, parecia que nada estava acontecendo, que eram simplesmente Sophia e Micael de sempre. Os três continuavam no quarto de Sophia, conversavam animadamente sobre assuntos aleatórios. Já passava das nove quando Micael puxou o celular pra ver a hora e se deparou com mais de dez chamadas perdidas de Fernanda.

- Puta que pariu! – Ele exclamou ao desbloquear o telefone, que tinha colocado no silencioso desde que seu pai ligara. – Eu esqueci da Fernanda. – Respondeu aos olhares curiosos, já colocando o telefone no ouvido após ter clicado em chamar.

- Podia ter esquecido um pouquinho mais. – Lua resmungou, mas ele foi capaz de ouvir e a olhou feio. – Que foi?

- Tem mais de dez ligações aqui, Lua. – Tentou ligar novamente, mas não teve sucesso outra vez. – E agora ela não atende, ótimo.

- Ela já sabe da minha gravidez? – Sophia perguntou baixo atraindo a atenção de Micael pra ela. Ele balançou a cabeça algumas vezes, negando.

- Eu mesmo acabei de saber, ela não tem como. – Ele seguia balançando a cabeça, desacreditado.

- Claro que tem, Douglas sabe. – Ele fez uma careta. – E que eu saiba ele tem o telefone dela e também sabe onde ela mora.

- Mas ela prometeu se afastar dele, não ia ter falado com ele! – Sophia rolou os olhos e pegou o celular, ligando para Douglas. O silêncio reinou no quarto, e então o rapaz atendeu.


- Ei, meu amor. – Ele falou empolgado, mesmo que tivesse com raiva dela, não conseguia trata-la mal. – Você está bem? Está sozinha?

- Eu estou bem, já estou até em casa. – Micael bufou.

- Você já recebeu alta? – Do outro lado da linha, ele tinha olhos arregalados. – Mas não é cedo?

- Meu bem. – Sophia falou e pelo canto do olho reparou na careta do Micael. – Preciso te fazer uma pergunta. – Fez uma pausa. – Você comentou com a Fernanda sobre o bebê? – O silêncio reinou na linha. Sophia sabia que ele seria capaz de fazer isso por conta da raiva que sentia por Micael ser o pai de seu bebê. – Responde!

- Eu liguei pra ela hoje. – Sophia bufou. – Nós fomos tomar um suco e eu falei sim, se você tem certeza que o cara é o pai do seu bebê, ela merecia saber.

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