Ruínas - Capítulo 43

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- Mas não cabia a você contar. – Falou já um pouco mais alto. – Isso é uma coisa deles.

- Ela é minha amiga e eu não deixaria ele a enrolar. – Ele, ao contrário de Sophia tinha a voz baixa e controlada. – Ele está ai né?!

- Sim. – Ela olhou para Micael. – Depois a gente se fala. – Ele sussurrou algo sobre amor e logo a ligação foi desligada. – Ele contou. – Jogou o telefone na cama e encarou Micael.

- Eu juro que eu vou matar esse filho da puta. – Micael era só raiva. – O que esse cara tem que se meter na minha vida? Ele não já tem você? – Sophia achou melhor não responder e piorar a raiva de Micael.

- Você precisa manter a calma. – Arthur pediu, mas ele balançou a cabeça.

- Eu preciso ir embora. – Disse alto e enfiou o telefone no bolso, saiu murmurando algo como "qualquer coisa me avisa". Os amigos escutaram a porta da sala bater e tomaram um susto.

- Estava tudo tão ótimo. – Arthur comentou encarando Sophia.

- Tudo que é bom dura pouco. – Foi só o que respondeu antes de descobrir as pernas e tentar se levantar.

- Ei, onde é que você vai? – Lua perguntou preocupada, indo até ela. – Não pode se levantar!

- Eu preciso fazer xixi e escovar os dentes. – Rolou os olhos. – Eu não vou fazer xixi num pinico, se é o que acha. – Ficou de pé, Lua a apoiou. – Eu acho que consigo andar.

- Cala a boca que eu vou até lá no banheiro com você. – As duas entraram no banheiro. – Vou ficar com você sempre. – Sorriram uma pra outra.


- Olha só quem é que apareceu... – Fernanda debochou ao abrir a porta e dar de cara com o Micael. – Pensei que estava ocupado demais.

- Fê, a gente precisa conversar sobre muitas coisas. – Ela não conseguia decifrar a expressão dele, mas parecia muito com culpa.

- Eu já sei do bebê, parabéns papai. – Debochou um pouco mais e fez Micael rolar os olhos.

- Será que eu posso entrar? – Ergueu uma sobrancelha e ela lhe deu passagem. Vestia um baby-doll tamanho p que deixava seus seios bem marcados, assim como sua bunda. Micael evitou olhar para o corpo da namorada. – Eu não tive tempo de te contar.

- São só nove horas da noite. – Ela tinha o celular na mão e desbloqueou o celular pra fingir ver a hora. – Imagino que você já saiba há bastante horas, porque eu já sei faz bastante tempo. – Suspirou e então voltou a encará-lo. – Você estava com ela, não é?

- O Arthur chegou na minha casa e jogou essa bomba no meu colo! – Rangeu os dentes. – Eu quis ir tirar satisfação com ela, precisava falar com ela. Então, sim. – Fez uma pausa dramática. – Eu estava na casa dela.

- Que ótimo, agora a família feliz pode se reunir sem ninguém pra atrapalhar. – A mulher era puro deboche. – Qualquer coisa me chama pra ser madrinha.

- Para de debochar que a situação é séria, Fernanda. – Ele já estava ficando com raiva. – Existe um bebê e a gravidez é de risco. A Sophia está limitada a poucas coisas por conta do acidente.

- E você acredita que esse bebê é seu? – Cruzou os braços. – Jura que você vai acreditar fielmente naquela mentirosa do caralho. – Irritou Micael ainda mais falando mal de Sophia, só ele podia fazer aquilo. Ele precisou respirar fundo. – Responde!

- Não, eu não acreditei nela assim. – A mulher bateu palmas. – Mas não dá pra fingir que não tem um bebê vindo e que esse bebê realmente tem chance de ser meu.

- "Chance de ser meu". – A mulher riu. – É nisso que você vai apostar suas fichas? Na chance de ser seu? Cinquenta por cento? Pelo amor de Deus.

- Fernanda, você está pegando pesado. – Ele contrariando todos os seus extintos, falou baixo. – Você precisa se acalmar.

- Ué, eu disse alguma mentira? – Continuava berrando, Micael agradeceu por assim como ele, ela não morar em apartamento. – Ela transava com ele um dia e com você no outro, quem sabe se não com os dois no mesmo dia, porque eu não duvido nada.

- Você está sendo cruel. – Estava se sentindo enojado só de pensar. – Não tem direito de ser cruel.

- Eu sou a sua namorada, Micael. – Estava completamente fora de si. – Eu sou a sua namorada, mas não está parecendo. Você me excluiu da sua vida, você não compartilha comigo e agora vai ter um filho com outra mulher. E A GENTE NAMORA HÁ TRÊS SEMANAS.

- Ei! – Se aproximou para segurá-la, mas ela dava socos em seu peitoral. – Eu não planejei nada disso, e eu não queria te fazer passar por nada. Eu falei que ia me afastar dela e pretendia cumprir a minha palavra, acontece que agora é impossível.

- Se esse bebê não for seu, você vai ficar cuidando do filho do Douglas? – Foi cruel novamente. – Porque vai ser isso que vai acontecer.

- E se for meu e eu perder coisas importantes que não vai voltar? – Ergueu uma sobrancelha pra mulher.

- Ela vai fazer um teste de DNA, você vai pedir isso a ela. – Ele balançou a cabeça.

- Não dá, a gravidez dela é de risco e perfurar a barriga pra pegar um pouco de liquido talvez não seja o ideal. – Ele deu de ombros, já convencido que não ia conseguia aquele teste. – Eu já falei sobre isso com o Arthur, foi a primeira coisa que eu pensei.

- Tem um teste que não é invasivo. – Ela começou a falar, claramente mais calma e Micael prestou bastante atenção. – Ele é feito com base no sangue dela e no seu.

- Isso é possível? Não tem sentido! – E realmente não tinha, ou tinha?

- No sangue dela tem células fetais também, sabia? – Ergueu uma sobrancelha como se fosse obvio. – Eles fazem o teste com base nas células do bebê na corrente sanguínea da mãe, e claro, do suposto pai. – Bufou.

- E isso é confiável? – Continuava desacreditado.

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