Ruínas - Capítulo 104

167 15 7
                                    

Não demorou pra Mel de animar novamente com a ideia. As duas passaram o dia inteiro juntas e ensaiando para as fotos que Sophia faria no dia seguinte. Mel prometeu acompanha-la até a sessão. Sophia saiu da casa da amiga já passava de seis horas da tarde, como eles moravam um pouco mais longe chegou mais de sete em casa. Se surpreendeu ao ver a porta destrancada.

- Micael? – Ela entrou gritando. – Amor? – Caminhou até a cozinha e o encontrou fritando batata. – Ei, por que não me respondeu? – Ele não tinha a melhor cara. – Micael, você está me ignorando?

- Onde você estava? – Ele ergueu a cabeça pra encarar a namorada. – Te liguei muitas vezes e você não atendeu a nenhuma das ligações.

- Ah, não! – Ela bufou. – Você está com raiva porque eu não atendi o telefone?

- Eu só quero saber onde que você foi. – Ele cruzou os braços. – Porque pelo visto estava bem ocupada pra atender essa porcaria. – Foi um pouco grosso e Sophia respirou fundo.

- A gente vai brigar de novo? – Estava um pouco triste. – Mais uma vez pelo mesmo motivo? Vai dizer pra mim que eu estava com algum amante ou coisa do tipo?

- Eu não disse nada disso, eu só perguntei onde estava e porque não atendeu a nenhuma das ligações. – Deu de ombros, mas era nítido o que pensava.

- Estava na casa da Mel. – Ele bufou. – Estávamos distraídas, eu não vi o telefone tocar.

- Deve ser. – Ele voltou a se concentrar nas batatas e deixou Sophia revoltada.

- A gente vai brigar de novo mesmo? Agora vai ser todo dia? – Repetiu a pergunta que tinha feito antes. – Você não precisa vigiar os meus passos não Micael, eu já disse mil vezes que não vou encontrar com ninguém que não deva.

- Bem fácil de acreditar. – Debochou.

- Eu vou tomar um banho porque estou cansada. – Saiu de perto de Micael, estava bem feliz e animada com seu dia pra aturar mais uma briga por conta de insegurança. Vestiu seu baby doll após o banho e caminhou pra sentar na sala. Deitou no sofá e colocou os pés pro alto. Sorria enquanto trocava mensagens com Lua e contava do dia maravilhoso que tivera com Mel.

- Hum, rindo pro celular. – Micael alfinetou quando chegou na sala.

- Meu bem, se você quer perguntar alguma coisa, pergunta logo de uma vez. – Sophia se sentou e encarou o namorado. – Você não precisa ficar jogando piadinha não.

- Eu não quero perguntar nada. – Ele suspirou. – Só achei estranho você ai rindo pro celular.

- Só estou contando pra Lua como foi a minha tarde com a Mel. – Balançou a cabeça. – Mas se você não quer acreditar que eu estava com ela... Sabe o que você pode fazer? Ligar pra Mel.

- Como se adiantasse alguma coisa. – Bufou. – Eu cansei de ligar pra Lua e ela dizia que você estava ou esteve com ela, vai ver arranjou outra cúmplice.

- Ai, meu Deus do céu. – Quase gritou. – Você disse pra mim uma vez que se a gente voltasse você ia se tornar um ciumento possessivo e eu não botei fé. – Bufou. – Eu não tenho cúmplice nenhuma não. – Rolou os olhos. – Eu avisei ontem que eu iria à casa da Mel hoje pra poder pedir ajuda com a história de modelar. Eu passei a tarde lá e agora eu estou comentando com a Lua. Só isso, você não precisa desconfiar de mim a cada passo que eu dou.

- E não atendeu por quê? – Já estava se dando por vencido. – Não custava nada atender.

- Nós estávamos treinando. – Abriu a galeria de fotos do celular e entregou a Micael. – Tiramos um monte de fotos, ela estava me dando dicas porque marcou com o ex fotógrafo dela pra fazermos um book amanhã. E antes que me pergunte, essas fotos foram tiradas do celular da Mel, ela me enviou depois porque o meu telefone estava dentro da bolsa no silencioso.

- Ok, me perdoa. – Ela balançou a cabeça. – Eu cheguei em casa e não te vi...

- Ai começou a fantasiar um monte de coisa na sua cabeça. – Ela cruzou os braços. – E ai eu cheguei e a fantasia ficou ainda mais forte. Sendo que você sabia o tempo todo onde eu estava, porque eu avisei ontem!

- Eu estou com muita coisa na cabeça, não lembrei disso. – Fez uma careta. – Me desculpa, é que...

- É que é difícil confiar em mim, estou sabendo. – Pegou o celular de volta. – Pode deixar que da próxima vez eu vou manter o celular junto de mim pra chegar em casa e não ser acusada injustamente. Porque se não a gente vai brigar todo dia e eu não aguento mais brigar!

- Não é assim também, eu não quero virar um controlador. – Se sentia culpado. – Mas é mais forte que eu. – A loira fez uma careta. – Eu juro que tento.

- Você tenta? – Ela cruzou os braços. – Não foi o que eu vi quando cheguei, você estava me tratando com quatro pedras na mão. Meu amor... – Ela se levantou e foi se sentar no colo de Micael. – Eu imagino eu não deve ser fácil, eu posso até aturar esse seu ciuminho bobo ai, desde que você não seja ignorante. As coisas tem limite.

- Ciuminho bobo? – Ergueu uma sobrancelha e arrancou um sorriso de Sophia. – Você acha que é um ciuminho bobo?

- Claro que é, eu não tenho olhos pra mais ninguém, meu ogro. – Deu selinho nele. – Só tem você na minha vida e sempre vai ter só você. E eu vou repetir isso quantas vezes for necessário até você começar a acreditar de verdade.

- Eu acredito...

- Acredita desacreditando. – Agora ela riu mais descaradamente. – Como você disse pra mim há o que parece ser uma eternidade, acredita em mim setenta por cento. – Gargalhou com a careta que ele fez.

- Você se lembra de cada coisa. – Ele bufou e ficou de pé, segurando a namorada no colo. – Por que não esquece essas coisas?

RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora