Ruínas - Capítulo 176

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Naquela noite, Lua deixou o carro de Micael em casa e devolveu a chave a Sophia. Arthur levou a amiga em casa e logo foi descansar com a esposa. Sophia contou a mãe sobre o noivado e a mesma ficou super empolgada pela filha.

Semanas se passaram e os dois tentavam fazer com que a rotina não os atrapalhassem. Micael tinha ido visitar Sophia duas vezes no último mês, mas a mesma não tinha conseguido folga pra ficar com o noivo no Sul. Eram tantos compromissos que já estava ficando louca. Sophia também se virava em dez pra escolher e organizar algumas coisas do casamento, agradeceu muitas vezes por ter Lua lhe ajudando, seria impossível fazer aquilo sozinha.

Agora, Sophia estava escorada no muro do prédio onde morava, esperando por Lua e Mel, as três iriam a um atelier de vestidos de noiva, Sophia já começava a procurar o seu. Quando o carro de Arthur parou na frente do carro, Sophia franziu a testa, mas entrou no banco de trás rapidamente.

- Carro do Arthur? - Questionou as amigas, colocou o cinto, estava sentada atrás de Mel.

- Pois é, ele resolveu tirar férias e está em casa com o Matheus. - Sorriu. - Aproveitei e peguei o carro.

- Você devia comprar um carro pra você, isso sim! - Sophia cruzou os braços. - Sabemos que por falta de dinheiro não é né?!

- Eu não gosto de dirigir. - Rolou os olhos. - Isso aqui é esporádico. - Gesticulou em volta. - Agora vamos logo, porque eu estou muito ansiosa e quero tomar um champanhe.

- Champanhe? - Mel a olhou interessada. - Estamos indo a uma festa?

- Não, é que eu reservei hora pra Sophia num lugar bem chique, igual aqueles de filme sabe? - Olhou as duas, estava realmente empolgada. - Que nós duas ficamos sentadas no sofá tomando champanhe enquanto Sophia veste e desfila pra gente avaliar.

- Mas gente. - A loira gargalhou. - Você vai me levar num lugar caríssimo só pra poder tomar champanhe?

- Tu deixa de ser pão dura, tá trabalhando horrores ai, e fora que o Micael tem dinheiro pra comprar quantos vestidos quiser, então não precisa de mendigaria.

- Do jeito que tu fala, parece que eu estou dando o golpe do baú. - As três seguiam rindo. - Não é o caso, querida.

- Orgulhosa. - Rolou os olhos e então finalmente deu partida no carro. Não demoraram a chegar no atelier que Lua tinha reservado hora. Quando Sophia entrou, foi cercada por duas atendentes muito simpáticas que logo a encaminhou para ver alguns vestidos.

As três debateram sobre quais vestidos Sophia devia provar e no final a loira entrou pro trocador com quase dez modelos. Mel e Lua estavam sentadas, como Lua queria, com uma taça de champanhe na mão. E então Sophia apareceu com o primeiro modelo. Um tomara que caia liso e sem renda, um tanto quando armado demais por conta da anágua, Sophia já tinha detestado por aquele motivo.

Uma das funcionárias entregou pra ela um buquê de rosas vermelhas e colocou um véu em sua cabeça. Sophia se olhou no espelho, o vestido era lindo, mas extremamente desconfortável. Fez uma careta.

- Esse vestido é lindo. - Lua falou encarando a amiga. - Difícil vai ser achar um que não fique bem em você.

- Não gostei muito desse não, achei desconfortável e eu tenho certeza que esse tomara que caia vai ficar caindo durante a festa e eu vou ter que ficar subindo o tempo todo a roupa. - Suspirou. - Vou provar o próximo.

Sophia colocou defeito em todos os vestidos que provou, parecia que nada estava a altura daquela data tão especial. As mulheres já estavam a mais de três horas ali, até que Sophia apareceu provando um dos últimos modelos que lhe foi dado. Ele tinha a saia rodada, mas não era tão armado a ponto de precisar de anágua. modelava sua cintura e era tipo regata com decote canoa de tule. Todo bordado por cima da renda, era tão delicado e simples que deixou a loira apaixonada. Ela parou de frente para o espelho e sorriu.

- Se você não escolher essa maravilha divina, você é louca. - Mel chegou por trás da amiga. - Esse vestido combina perfeitamente com você.

- Eu estou apaixonada por ele. - Seguia se admirando no espelho. - Com certeza é esse que eu quero.

- Você arrasou, porque é disparado o mais bonito de todos. - Lua bateu palminhas. - Até eu casaria com você hein.

- É esse! - Ela se virou para as atendentes. - Como faço?

- Bom, esse ai é mostruário, nós vamos tirar suas medidas e fazer um pra você. - Comunicou e Sophia assentiu. - Como esse vestido que você escolheu é completamente bordado a mão, ele tem o prazo de quarenta e cinco dias pra entrega, no mínimo.

- Tá ótimo, ainda faltam alguns meses para meu casamento. - Ela não tirava o sorriso do rosto. - Pode ficar tranquila, fazer com calma pra que fique perfeito como este aqui.

- Ficará! - Comunicou.

Sophia foi para o provador vestir sua roupa e depois acompanhou uma das atendentes até o balcão e passou o cartão para entrada de cinquenta por cento. As amigas saíram da loja empolgadas e logo estavam dentro do carro, rumo a casa de Sophia.

- Ai gente, eu estou tão empolgada! - A loira comentou enquanto bebia um copo de água. - Agora com meu vestido isso tudo ficou tão mais real.

- Já era real né. - Lua riu. - A gente precisa é definir uma data logo pra poder agendar o salão e todas as coisas.

- Faltam três meses pro Micael voltar. - Suspirou, estava com saudades. - Vou conversar com ele e ver uma data, essa semana sem falta. É que a gente tem se falado pouco, nós andamos muito atarefados. Pelo visto a parte burocrática do restaurante da mais trabalho do que cozinhar.

- Ah, que isso, ele estava aqui outro dia. - Mel deu de ombros. - Nem faz tanto tempo.

- Que nada, é impressão sua, já faz quase três semanas. - Bebeu um gole da água. - Depois do desfile quando ele foi embora ele prometeu que viria mais ou menos de quinze em quinze dias. Ai mês passado veio mesmo. Só que era pra ter vindo semana passada, porém teve um imprevisto e não pôde, ou seja, três semanas.

- Tão sofrida essa nossa amiguinha. - Lua brincou. O celular de Sophia tocou antes dela responder a amiga. Era Jorge. 

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