Ruínas - Capítulo 75

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- O sexo que a gente acabou de fazer foi bem real. – Ela o beliscou. – Ai, não pode mais falar a verdade.

- Esses dias eu estava lembrando de como a gente se conheceu. – Se afastou com um sorriso. – De como você deu em cima de mim na cara de pau.

- Ei, foi você que pediu meu telefone na cara de pau. – Se defendeu. – Bateu no meu Audi e quis tirar casquinha de mim.

- Casquinha? – Repetiu. – Queria mais que isso.

- Que oferecida, Sophia! – Soltou uma gargalhada. – Deu nem trabalho pra conquistar.

- Ah, pronto. – Rolou os olhos. – Você também estava bem interessado.

- É claro que eu estava, você acha que eu ofereço jantar pra qualquer uma? – Franziu a testa. – Já te falei que o restaurante do meu pai é caríssimo!

- Olha, jogando na cara um prato de comida. – Ele seguiu gargalhando.

- Dois né? Porque a Liz estava com você ainda. – Sophia lhe deu tapinhas no peito. – Puro prejuízo.

- Agora que a gente está junto, pode fazer pato com laranja pra mim de novo! – Pediu com um sorriso e Micael rolou os olhos. – Ah, vai... Esse nome em francês é muito estranho.

- Não é nada, já te ensinei mil vezes. – Ela negou com a cabeça. – Você sabe que podia ter ido lá no restaurante e pedido né? Não precisa estar namorando comigo pra pedir canard a l'orange.

- E correr o risco de você saber que era pra mim e cuspir no prato? – Ele soltou a gargalhada mais alta até então. – Pior de tudo, pagar pelo prato? Não obrigada!

- Você estava grávida, eu não ia cuspir no seu prato e o puxa saco do meu pai não ia te cobrar nada. – Micael rolou os olhos. – Ele anda sentimental demais.

- Seu pai sempre foi um amor! – Sophia riu. – Mas eu não quero ir lá no restaurante, eu quero que você faça pra mim aqui mesmo.

- Você não acha que está muito abusada? – Ergueu uma sobrancelha. – Eu cobro pra cozinhar.

- Depois diz que me ama! – Ela fez um bico e Micael riu. – Negando comida!

- Dramática. – Fez cosquinhas na mulher que deu um pulo gargalhando.

- Para com isso! – Estava sem fôlego. – Sabe que eu não gosto!

- Sei, sim. – Concordou e ficou de pé. – Vamos lá fazer um lanche!

Sophia e Micael se divertiram na cozinha naquela noite. Fizeram um sanduíche natural de frango e uma jarra de suco de abacaxi, que era o preferido de Sophia. Estava tudo perfeito, nada seria mudado por nenhum dos dois.

Já passava de uma da manhã e os dois estavam deitados na cama jogando um joguinho de palavras cruzadas no telefone. As coisas simples divertia os dois. O jogo foi interrompido por uma chamada no celular de Micael, um número que não estava salvo na agenda. Sophia o encarou, ele encaminhou a chamada pra caixa de mensagem.

- Quem é essa pessoa? – Ergueu uma sobrancelha, estava séria. – Não vai me dizer?

- É a inconveniente da Fernanda. – Ele bufou. – Ela fica me ligando de vez em quando.

- Pra quê? – A loira estava desconfiada. – Essa filha da puta não tem mais o que fazer?

- Eu não sei pra quê, eu não atendi o telefone nenhuma das vezes. – Deu de ombros, ele realmente não se importava com aquilo. – E nem faço questão de atender.

- Então deixa que eu atendo! – Rangeu os dentes. – Eu tenho muita coisa pra falar pra essa mulherzinha de quinta!

- Meu amor, será que a gente pode viver a nova vida em paz? – Sophia negou com a cabeça. – Por favor, eu já terminei com ela naquele dia, eu disse pra ela sumir e pronto. Ela deve ter esquecido alguma coisa aqui em casa, mas eu não estou nem ai, eu não vou atender a esse telefonema.

- A gente não vai viver em paz enquanto eu não tiver a chance de acabar com essa fulana dos infernos. Ela veio pra cima de mim indefesa, Micael. Eu só vou ter paz quando fizer ela comer terra.

- Sophia, pelo amor de Deus. – Pediu. – Eu sei que é difícil, era o nosso bebê. – Não demorou para que os olhos da mulher se enchessem de lágrimas. – Mas a gente precisa superar pra seguir em frente.

- Eu não consigo.

- Você vai perder o emprego que você tanto gosta por causa dela? – Ergueu uma sobrancelha. – Se você encontrar com ela na agência, já sabe né.

- Eu sei de tudo. – Deu de ombros. – Mas eu tenho tanta raiva dela que eu não ligo. – Micael bufou e o telefone tocou novamente. Sophia foi mais rápida e atendeu o telefone antes do moreno. – O que é que você quer, vagabunda?! – Gritou ao telefone e Micael rolou os olhos.

- Que isso gente?! – Sophia ouviu a voz de homem e tirou o telefone do ouvido para ler o nome no visor. – O que foi que eu fiz agora?

- Porra, Arthur! – Sophia respondeu irritada e jogou o telefone pra Micael, que atendeu rindo. Sophia foi para o banheiro.

- Fala viado.

- O que aconteceu ai? – Arthur ria também. – Sophia ficou louca?

- Que nada, ela achou que fosse a Fernanda, atendeu sem ver. – Bufou. – O que quer uma hora dessa?

- A Sophia não respondeu à Lua desde que vocês saíram daqui, ela ficou preocupada pra saber se chegaram bem. – Micael riu, Lua era quase uma mãezona pra Sophia. – Mas já percebi que estão ótimos.

- Chegamos bem sim, manda a Lua parar de pensar na gente um pouquinho! – Micael brincou e ouviu o riso de Arthur.

- Se você soubesse o quanto eu quero isso! – Foi a vez de Micael rir já imaginando do que Arthur falava. – Tchau!

- Valeu! – Desligaram o telefone e Micael se levantou pra ir atrás de Sophia. A porta do banheiro estava aberta e a mulher molhava o rosto. – Já está mais calma? – Ele cruzou os braços e se escorou na porta.

- Difícil, mas sim. – Fechou a torneira. – O que Arthur queria?

- Você não respondeu à Lua desde que chegamos, ela como sua mãe ficou preocupada. – Ele debochou. – Era só isso.

- Lua não é minha mãe.

- Mas parece ser. – Brincou e puxou Sophia pelo braço para perto de si. – Para de se estressar atoa. Eu também quase esganei a Fernanda, mas eu sei que ela não vale a pena.

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