Ruínas - Capítulo 78

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- Diferente como?

- Eu não vejo suas calcinhas penduradas na corda, por exemplo. Quando a gente briga cada um tem seu canto pra ter paz, querendo ou não, mesmo juntos quase todos os dias, a vida é diferente quando se mora junto.

- Ok, digamos que eu topo. – Ele tinha um sorriso. – Eu faço o que com o meu apartamento?

- Por mim você tira suas principais coisas daqui, vende todos esses móveis e se muda pra minha casa agora mesmo. Entrega esse apartamento e você vai ficar livre de uma conta alta e vai sobrar mais dinheiro pra você gastar atoa com roupa. – Ele brincou e ela lhe deu um tapa no braço.

- Você não acha isso uma loucura? E se não der certo? Eu começo do nada? – Ergueu uma sobrancelha. – Volto pra casa da minha mãe né, porque vou ser uma sem teto aqui.

- Será que dá pra parar de pensar que não vai dar certo? – A repreendeu. – Já deu certo. Ninguém me separa mais de você. Quer dizer...

- Ou, melhor nem termina essa frase. – Brigou com ele. – Eu não vou errar com você nunca mais na minha vida. Você não sabe o medo que eu tenho de te perder.

- Para com isso, você não tem que ter medo de me perder. – Fez carinho no rosto da namorada. – Só uma coisa me faria me afastar de você de novo, e se não vai mais acontecer, não temos porque pensar nisso. Topa vir?

- É claro que eu topo! – Ela sentou no colo dele. – Eu topo tudo com você. – Iniciou um beijo lendo, mas Micael logo tratou de acelerar. – Mas sabe que a gente vai mudar um monte de coisa na sua casa, não é?

- O que tem de errado com a minha casa? – Ergueu uma sobrancelha. – Super de bom gosto.

- Pra um homem sozinho. – Bufou. – Tua casa é toda cinza, Micael. – Ele deu de ombros. – Vamos comprar umas cores pra alegrar né? Pintar as paredes, comprar uns lençóis, cortinas, espalhar umas flores.

- Mas gente, se você quiser a gente pode comprar uma casa nova logo de vez. – Ele brincou, não se importava com as mudanças que Sophia queria fazer.

- Isso ai só quando a gente casar, ai vamos precisar de um quarto a mais pro nosso bebê. – Lhe deu um monte de selinhos. – Ou dois, quem sabe?!

- Dois? – Ele achou graça da cara da mulher. – Pra quem vivia dizendo que não queria nenhum!

- Ué, isso pode tudo ser conversado com o tempo. – Sorriram um para o outro. Micael se levantou e se manteve segurando ela no colo. – Ei, o que vai fazer?

- Levar você para o quarto, pra fazer a sua mala. – Começou a caminhar para o quarto. – Eu quero ir pra casa.

- Eita, mas é assim, na lata? – Ele a colocou no chão perto da cama. – Ainda não sei nem o que vou levar.

- Hoje você leva só o principal. – Deu de ombros. – Leva roupa, algumas coisas importantes, depois você vem buscar o resto. Afinal, você não precisa se desfazer do apartamento imediatamente.

- E que tal se a gente aproveitasse essa última noite aqui? – Sophia olhou de rabo de olho pra cama e Micael riu. – É engraçado?

- Pensei que você estava impossibilitada por conta das ordens do médico. – Ele debochou, tinha um sorriso de lado.

- A gente quebrou ontem, agora já era. – Encurtou o espaço entre eles e começou um beijo quente. Micael não conseguia resistir a ela, não conseguia entender o que o mantinha ligado àquela mulher, mas sabia que era muito mais forte que ele.

Eles perderam a noção do tempo enquanto se amavam. Já de banho tomado, enrolada numa toalha, Sophia sorria com a cabeça deitada no colo de Micael que usava apenas uma sunga. Ela fechou os olhos e aproveitou o carinho que recebia nos cabelos.

- É tão bom ficar assim, me traz uma paz. – Sophia falou ainda com os olhos fechados.

- É, eu sei que traz. – Ele tinha um sorriso. – Mas você precisa levantar, botar uma roupa, fazer as malas porque já passa de onze da noite e amanhã você acorda cedo pra trabalhar, ou eu estou errado?

- Eu estava tão ansiosa pra voltar ao trabalho depois de tanto tempo afastada, mas agora vou confessar que bate uma preguicinha. – Sorriu e se levantou pra vestir a roupa. Os olhos de Micael acompanhavam o corpo nu de Sophia a todo segundo desde que ela tinha tirado a toalha. – Larga de ser tarado! – Apontou pra cueca que já tinha o formato do pau desenhado. – Acabamos de transar.

- Você tem noção do quão sexy fica enquanto coloca a calcinha? – Ele balançou a cabeça e se jogou pra trás com a mão no rosto. – Parece que o meu tesão por você aumentou dez vezes mais nesse tempo.

- E desde quando isso é ruim? – Ela riu enquanto colocava o sutiã. – Eu gosto bastante.

- Isso porque você é uma safada, sempre foi, né Sophia?! – Agora ela gargalhou. – Não ri não, você sempre foi mais safada do que eu.

- Isso porque você ficava se privando do que realmente queria. – Ela engatinhou sobre a cama e se sentou encaixada no pau de Micael. Ela seguia de sutiã e calcinha, o moreno tirou a mão do rosto e arregalou os olhos. – Ai fazia eu parecer muito mais safada do que você!

- Eu não acho que seja uma boa ideia você sentar ai não. – Ele soltou um gemido quando viu Sophia rebolar em cima dele. – Puta que pariu, Sophia. – Rangeu os dentes. – Sai de cima de mim ou você vai ir trabalhar virada amanhã.

- Ok, você venceu. – Ela saiu de cima dele rindo. – Mas se você não quer que eu me aproveite de você, devia vestir logo a sua bermuda, você está tentador. – Ele se sentou, tinha um sorriso de lado.

- Não olha, ué. – Deu de ombros. – Viu só, resolvi seu problema com facilidade.

- Engraçado que quando sou eu colocando a minha calcinha, não é tão fácil assim não é mesmo? – Ergueu uma sobrancelha e seu sorriso se alargou.

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