Ruínas - Capítulo 44

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- Noventa e nove por cento de acerto. – Ela deu de ombros. – É possível ser feito a partir da oitava semana. Há quanto tempo vocês estão separados mesmo?

- Tem uns dois meses ou um pouco mais. – Ele sorriu com a possibilidade. – Você é um gênio! – Estava feliz, poderia tirar aquele peso das costas. – Eu vou procurar um laboratório que faça a coleta do teste em casa.

- Que bom que você não se opôs. – Abraçou o namorado, agora muito mais calma. – O quanto antes tivermos esse resultado melhor, e tomara que dê negativo né?! – Se manteve abraçada a ele e assim o moreno pôde esconder seu rosto enquanto pensava "será que queria mesmo que desse negativo?"

Não conversaram mais sobre o assunto aquela noite, os dois iniciaram um beijo e logo estavam se embolando pelo sofá. Uma semana passou.

Uma semana que Micael não tinha ido à casa de Sophia e que não falava com ela. Pegava as informações com Arthur e Lua, que a essa altura do campeonato estavam se revezando com Mel e Chay para dar um suporte a Sophia, que hesitava ligar para a mãe.

O moreno tinha arrumado tudo, marcado com o laboratório pra ir à casa de Sophia e chegaria lá no mesmo horário, junto com Fernanda, que insistia em ir junto. Não tinha contado a nenhum dos amigos o que pretendia, foi uma completa surpresa quando Lua, que era a acompanhante da vez, abriu a porta e viu dois desconhecidos vestidos de branco, além de Micael e a namorada.

- Muita gente só de uma vez. - Ela resmungou e Arthur logo chegou perto.

- Ei, o que tá rolando? – Perguntou a Micael que apenas deu de ombros.

- Eu vim falar com a Sophia, e trouxe eles pra fazer uma coleta para um exame de DNA. – Sua voz era baixa.

- Perai, você some uma semana, volta com uma gangue e acha que vamos simplesmente te deixar passar e irritar a Sophia?

- Eu não pretendo irritar a Sophia. – Balançou a cabeça. – Eu vou acabar com esse problema de uma vez por todos.

- Eu pensei que a gente já tinha conversado sobre esse assunto. – Arthur continuava parado em frente ao amigo. – Eu não vou deixar você colocar o bebê em risco.

- É uma coleta de sangue. – Ele rolou os olhos. – Ninguém vai mexer com o bebê aqui. – Informou aos guarda costas. – Será que dá pra deixar eu ir falar com ela? – Eles se entreolharam, mas Micael não esperou a resposta e passou rumo ao quarto da ex. Sophia tomou um susto com a forma com um os seis entraram no quarto. Ela levou a mão boa ao coração.

Micael deu uma boa olhada nela, parecia bem melhor. Já tinha tirado a faixa da cabeça e seu rosto parecia corado. Tinha uma expressão mais feliz também, ele tentou afastar da cabeça o motivo daquela felicidade. O olhar confuso de Sophia se abateu sobre eles e parou principalmente nos enfermeiros que foram fazer a coleta, ela não entendia o que foram fazer ali.

- Precisamos conversar. – Ele disse um tanto quanto mal humorado, mas ela sorriu.

- Você some por uma semana, aparece no meu quarto com um monte de gente, não dá um boa tarde e diz que "precisamos conversar". – Riu mais um pouco. – Já foi mais educado, meu amor. – Ela fez com que Fernanda se remexesse no lugar, mas Micael a silenciou com um olhar.

- Eu pedi a eles. – Apontou aos enfermeiros. – Que viessem fazer uma coleta sua para um teste de DNA.

- Eu já disse que não vou fazer teste nenhum, se você não acredita em mim, o problema é seu! – Agora estava brava, Micael não tinha direito de mexer com seu bebê. – Saiam os quatro da minha casa.

- Eu não vou sair daqui até você estender esse braço e deixar ela coletar seu sangue. – Cruzou os braços. – Não vai fazer diferença nenhuma, não vai afetar o bebê, estou pagando caríssimo pra isso.

- É tão difícil assim de acreditar? – Se sentou na cama, agora suas costelas doíam consideravelmente menos. – Se eu tivesse olhado nos olhos do Douglas e dito que o filho era dele, ele jamais ia desconfiar de mim. Ele vem querendo assumir esse bebê mesmo eu dizendo que é seu.

- Deve ser porque pra ele você não mentiu. – Ele foi grosso, odiou ser comparado com aquele cara. – Ele sempre soube que você tinha um namorado e que não valia nada. Eu fico surpreso dele querer ficar com você, já que com certeza em alguma momento da vida você vai arrumar um amante e vai chifrar ele também. – Sophia deu impulso pra tentar ficar de pé, mas logo Lua estava ao seu lado lhe acalmando e pedindo que sentasse. Lágrimas incessantes escapavam de seus olhos.

- Você não tem direito de entrar na minha casa e me dizer essas coisas. – Falou baixo.

- E você não tem direito de me comparar com aquele cara. – Os enfermeiros estavam desconfortáveis ali de pé, não sabiam o que fazer.

- Vai embora, Micael. – Lua pediu, calmamente. – Você não devia ter vindo aqui.

- Eu não vou embora, eu quero saber se esse filho é meu. – Se manteve firme no mesmo lugar. Fernanda até tinha um sorrisinho na cara, que estava tirando Sophia ainda mais do sério.

- Como eu gostaria que não fosse. – Ela fungou um pouco mais, ainda abraçada a Lua. – Eu seria muito mais feliz se o bebê realmente fosse do Douglas, porque ele não é um grosso, estupido que nem você é.

- Eu já falei pra não me comparar a esse cara. – Rangeu os dentes.

- Chega, vai embora daqui! – Arthur se meteu, e quando dessa vez ele ia, Sophia os chamou.

- Não, perai. – Olhou o braço bom. – Pode tirar meu sangue. – Estendeu aos enfermeiros. – Se você quer essa merda de papel, então você vai ter essa merda de papel. – O silêncio reinou no quarto enquanto um enfermeiro tirava sangue de Sophia e outro de Micael.

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