Ruínas - Capítulo 112

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- Meu pai não foi. – Deu de ombros. – Com certeza tá cheirando o rabo da minha mãe por ai.

- Micael, que falta de respeito. – Sophia repreendeu

- Nenhum dos dois merece meu respeito, Sophia. – Pegou uma bermuda e deixou o quarto, mas não teve paz, porque Sophia o seguiu. – Será que eu posso tomar banho em paz?

- Não. – Sentou na tampa do vaso. – Vou te perseguir com isso.

- Engraçado que você disse pra mim que não ia se meter nisso a mesmo que eu estivesse exagerando. – Abriu o chuveiro. – Ao meu ver, eu não estou exagerando.

- Não está. – Ela falou baixo e ele se esforçou para ouvir por cima do barulho do chuveiro. – Eu só quero que essa situação se resolva logo pra você ficar em paz com eles.

- E eu só quero ficar em paz sem eles.

- Amor... – Ela ia começar a falar, mas Micael fechou o chuveiro e a olhou pelo vidro do box enquanto se ensaboava.

- Sophia, o que você quer que eu faça? – Suspirou. – Pra você parar de me encher com esse assunto de uma vez por todas.

- Eu quero que você escute sua mãe, ai se não gostar do que ela falar, eu encerro o assunto. Pode ser?

- Pode, Sophia. – Ela se levantou surpresa. – Mas depois disso você vai ter que me prometer que vai deixar esse assunto pra lá.

- Sim, eu prometo. – Deu um beijinho no vidro e fez Micael sorrir. Ela saiu do banheiro e o deixou terminar o banho em paz. Sentou no sofá e trocou mais algumas mensagens com Lua que tinha avisado que chegou bem em casa.

Esperou um tempo e Micael não foi encontra-la na sala, estranhou e foi pro quarto. Lá estava ele, deitado na cama mexendo no celular. Se arrastou para deitar ao seu lado.

- Pensei que fosse ficar comigo na sala. – Ele balançou a cabeça negativamente. – O que aconteceu? Está com raiva de mim?

- Não. – Largou o celular e deitou a cabeça no colo da namorada. – É só muita coisa na minha cabeça, ai não queria mais te importunar.

- Meu bem, eu não vou te forçar a nada, você sabe, não é? – Sophia tinha a voz baixa.

- Claro que não, enquanto eu não fizer o que você quer, você não vai sossegar.

- Não é bem assim! – Bufou. – A única coisa que eu quero é que você escute o que ela tem a falar e depois você pode nunca mais falar com ela se quiser.

- Você promete isso, mas nem cumpre. – Ele rolou os olhos, mesmo que a loira não pudesse ver. – Eu te conheço, você não vai me deixar em paz.

- Eu não vou perturbar você com isso pra sempre. – Ela deu um beijinho na cabeça dele. – Você escuta ela uma vez, é sério.

- Eu queria entender porque você os defende tanto... – Se sentou. – Meu pai eu até entendo que é porque você gosta dele, mas a minha mãe... – Balançou a cabeça. – Ela te tratou mal ontem e tudo.

- Eu não duvido nada que ela devia estar sobre uma carga de estresse bem grande ontem. – Soltou uma risadinha. – Quando você estiver pronto, a gente marca um jantar, você a escuta e depois pronto.

- Vou fingir que acredito. – Bufou. – Marca logo isso o mais rápido possível pra eu me livrar dela. Amanhã se possível.

- Pode deixar que eu vou ligar pro seu pai e marcar. – Tinha um sorriso no rosto que fez Micael soltar uma careta.

- Se eu não tivesse você eu nunca mais falaria com ela na vida.

- Você não pode pensar nisso, afinal, eu estou aqui por você! – Piscou um olho. – Deixa eu te contar minha novidade. – Ele a olhou curioso. – O book ficou pronto já e aparentemente a Mel já mandou o online pra algumas agências.

- Mas rápido assim? – Ele arregalou os olhos. – Que fotógrafo competente.

- Mel é cliente vip, eu acho que é porque ele quer pegar ela, mas ela não confirmou. – Caiu na gargalhada com a careta de Micael.

- Chay tem razão hein, esse mundo de modelos é muita putaria pro meu gosto. – Sophia continuou rindo. – Eu espero é que você não pegue de cara comercial pra fazer.

- Comercial é bem difícil de pegar, os testes são bem rígidos. – Deu de ombros, um pouco mais séria. – Não acho que pinta pra mim assim de cara não.

- Que bom, menos chance de você ter que beijar alguém logo de cara. – Ela voltou a gargalhar.

- Está preocupado com isso? – Parou de rir e encarou a careta do namorado. – Se você quiser eu não pego esse tipo de trabalho.

- Trabalho é trabalho. – Deu de ombros. – Dia dos namorados chegando, vai chover esse tipo de campanha.

- Eu amo você. – Pulou para o colo do namorado. – Nada mais importa, meu bem.

- Eu sei disso, se não soubesse te trancaria em casa igual o Chay fez com a Mel. – Ele finalmente desfez a careta e sorriu. – Proibida de trabalhar.

- Muito ciumento pro meu gosto. – Lhe deu um beijo quente. – Agora chega de conversar, tenho algumas outras ideias do que fazer com você.

- E quais são? – Tinha um sorriso malicioso.

- Você já, já vai descobrir.



No dia seguinte, pouco antes do almoço Sophia ligou para Jorge. O sogro a atendeu no segundo toque.

- Ei, Sophia! – Ele tinha a voz animada. – A que devo a ligação?

- É que eu queria marcar um jantar com a Antônia, você tem o telefone dela pra me passar? – Ai que a voz de Jorge ficou ainda mais alta.

- Claro que sim, mas creio que nem será necessário, ela está hospedada aqui em casa! – Sophia riu, já imaginava algo do tipo. – Quando?

- Hoje, pode ser aqui em casa. – Ela deu de ombros mesmo que o sogro não visse. – Vou encomendar uma comida já que com toda certeza do mundo Micael não vai querer cozinhar.

- Vamos fazer aqui em casa! – Decretou. – Antônia cozinha, com certeza vai amolecer o coração de Micael lembrar do tempero dela. – Sophia riu. – Como você conseguiu convencê-lo?

- Eu disse a ele que só precisava ouvi-la uma vez e depois eu não ia mais perturbar. – Riu novamente. – Avisa a ela pra ensaiar bastante o que dizer, afinal outra chance como essa não vai ter.

- Pode deixar! – Disse ainda animado. – Eu vou avisar a ela aqui, aguardamos vocês aqui para o jantar.

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