Ruínas - Capítulo 111

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- E como eu vou saber disso? – Sentou-se no sofá. – Pareceu bem fácil, na verdade.

- Amor, a gente já sabe que ela sempre se importou, sempre ligou. A decisão de não falar com você deve ter sido bastante dolorosa. Você é o único filho dela, não tem como saber o que passou sem deixar que ela fale.

- Eu tenho vinte e cinco anos. – Encarou Sophia. – Meu pai disse que ela buscou informações minha até os dezoito, que foi quando eu fui morar na França. Agora me diz, nesses sete anos ela não podia ter feito contato? Por que inferno essa mulher resolveu aparecer agora?

- Não sei, você não deixou que ela se explicasse. – Foi a vez dele bufar. – Vamos ser sinceros... Você não tem vontade de dar um abraço na sua mãe, ouvir ela dizer que te ama, dizer a ela que a ama...

- E quem disse que eu a amo? – Debochou.

- Ah, Micael... – Rolou os olhos como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – É claro que você ama sua mãe, você tem raiva dela por conta de tudo que aconteceu, mas a ama.

- Sophia, onde você quer chegar?

- Quero que você fale com ela, sem defesas, sem agressões... Escuta o lado dela. Eu tenho certeza que você vai ficar muito mais feliz se você tiver a sua mãe participando da sua vida.

- Eu não sei como fazer isso, eu não sei como me aproximar, eu não sei como deixar de lado a raiva que eu tenho dela. – Foi sincero e Sophia sorriu.

- Então deixa eu te ajudar. – Se aproximou e segurou as mãos do namorado. – Eu estou aqui pra isso, a gente não casou ainda, mas já estamos juntos na alegria e na tristeza.

- Eu te amo tanto. – Puxou a loira pra um abraço. – Com certeza você não tem noção do quanto.

- Claro que eu tenho, deve ser tanto quanto eu amo você. - Um beijo se iniciou e nada mais foi dito. Se amavam era o que bastava.



- Você se esqueceu que eu existo? – Lua entrou na casa de Sophia e Micael no dia seguinte, já depois das cinco da tarde. – Você não falou comigo direito ontem, o que aconteceu Sophia?

- Ei, se acalma. – Sophia ergueu as mãos na defensiva.

- Se acalma uma ova. – Continuou brigando. – Eu você me ignorou o dia todo ontem.

- Aconteceu tanta coisa ontem que eu não tive tempo de contar, meu amor!

- Meu amor nada! – Bufou. – Você agora fica ai andando pra cima e pra baixo com a sua nova melhor amiga e esqueceu de mim.

- Agora você está com ciúme da Mel? – Sophia gargalhou. – Seus hormônios tão te deixando louca, somos todas amigas.

- Eu sei, só não gostei de ser excluída. – Fez um bico. – Não faz mais isso.

- Boba, você sabe que eu amo você e que você é minha melhor amiga. – Abraçou Lua e as duas se sentaram no sofá. – Mas realmente aconteceu muita coisa ontem. Tive que dar apoio ao Micael, não deu pra ficar no celular.

- Apoio?

- A mãe dele ressurgiu das cinzas, ele estava bem nervoso. – Lua arregalou os olhos. – Estava com raiva de Deus e do mundo. Foi trabalhar hoje e eu realmente espero que não tenha entrado em mais briga com o pai, ninguém merece.

- Que merda! – Colocou a mão na frente da boca. – A vida do Micael nunca fica tranquila por muito tempo.

- Pois é. – Bufou. – Agora eu tenho que resolver isso, pelo menos tentar ajudar ele a resolver.

- E como a senhora pretende fazer isso? – Lua ergueu uma sobrancelha curiosa. – Micael tem ódio da mãe dele há anos.

- Vou resolver do jeito que os Borges resolvem tudo, com um belo jantar! – Lua riu. – Eles tem que conversar, deve haver um motivo pra mãe dele ter voltado depois de tanto tempo e Micael precisa escutar ela falar.

- Boa sorte com isso! – Lua deu de ombros. Em seguida elas engataram outro assunto e ficaram conversando animadas. Pouco tempo depois Micael apareceu com cara de exausto.

- Amor! – Sophia se levantou para recebe-lo.

- Oi, gata. – Deu um beijinho nela e caminhou pela sala. – Ei, Luinha.

- Que cara péssima, Borges. – Ela sorriu e foi dar um abraço no amigo.

- Só estou cansado. – Deu de ombros. – Como você está? – Alisou a barriguinha de Lua. – Essa criança não vai contar pra gente o sexo não?

- Quatro meses de puro suspense. – Lua riu. – Certeza que é menina pra já estar fazendo charme da barriga.

- Que horror, Lua. – Sophia brincou. – Vem cá, vocês já pensaram nos nomes?

- Já sim, Eduarda ou Matheus. – Falou com um sorriso imenso.

- Eduarda? – Sophia franziu o cenho. – Só Eduarda? Não vai ser Maria Eduarda?

- Que mané Maria. – Lua fez uma careta. – Eu odeio Maria.

- Só por que tem no seu nome? – Micael riu. – Que bobeira.

- Eu não vou fazer a minha bebê sofrer bullying por conta desse nome horrível.

- Ah, para. – Sophia cruzou os braços. – Maria Eduarda nem é nome pra bullying.

- Será que dá pra parar de reclamar do nome da minha filha? – Lua pediu com as mãos na cintura.

- Claro que dá, o bebê é seu. – Sophia ergueu as mãos em rendição. – Eduarda é bonito sim, amiga.

- Eu sei que é. – Voltou a sorrir empolgada. – O tempo não passa, eu quero ver a cara do meu bebê logo.

- Claro que passa, você já está com quatro meses, faltam só cinco.

- Cinco meses parece uma eternidade. – Fez uma careta. – Agora chega, eu vou pra minha casa e deixar vocês conversarem em paz. – Deu um beijinho em cada um. – Vamos marcar uma resenha depois hein!

- Com o Chay e a Mel separados? – Micael ergueu uma sobrancelha. – Acha que é uma boa ideia?

- Eles não são vocês dois, não vão acabar com o rolê.

- Claro que vão. – Sophia riu. – Isso não foi exclusividade nossa.

- Então a gente não chama o Chay, ele que vacilou. – Deu de ombros. – Depois a gente decide.

- Tá bem, quer uma carona? – Micael perguntou e Lua negou com a cabeça.

- Você está com cara de exausto. Vai tomar um banho e descansar, vou pedir um carro. – Puxou o celular e pediu um Uber. – Amo vocês. – Ela disse depois de cinco minutos quando o carro chegou.

- A Lua é uma comédia. – Sophia balançou a cabeça ao entrar em casa.

- É sim! – Caminhou para o quarto, foi até o quarto buscar uma roupa para tomar banho.

- Amor, como foi hoje lá no restaurante? – Estava escorada na porta do quarto com os braços cruzados.

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