Ruínas - Capítulo 81

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- Eu estou te esperando pra você ir almoçar lá no restaurante. – Ele sorri. – Então liga logo que eu já estou mais que atrasado.

- Ih, olha só. – Ela falou reparando na lista. – Viu quem mais está na lista? – Ele balançou a cabeça, a mulher mais uma vez virou o papel e Micael leu os nomes. – Douglas.

- Esse cara está em todas. – Micael rolou os olhos.

- Ele pega a Elizabeth, lógico que ela coloca ele em tudo o que é campanha. – Ele bufou. – Essa história de teste desse ser a maior desculpa do mundo. Tenho certeza que ele já deve estar escolhido para o lado masculino.

- Filho da puta esperto né?! – Ele seguiu reclamando. – Ninguém merece. Ai vai ficar aqui te rondando. – Sophia riu da careta que Micael tinha. – Não estou achando graça não.

- Para de bobeira, é meu trabalho. – Ele respirou fundo. – Se eu pudesse nunca mais ver nenhum dos dois, eu não veria, você pode ter certeza.

- Eu pensei que ele era seu amiguinho. – Debochou.

- Era. – Ela seguia bem humorada. – Mas isso te irrita, então eu prefiro nem ver mais. Assim a gente já não tem motivos pra se estressar.

- Tô de olho! – Deu um leve sorrisinho. – Será que você pode ligar logo pra gente ir?! – Ela balançou a cabeça e logo pegou no sistema o telefone dos outros modelos.

Gastou meia hora pra falar com todos, e conseguiu a confirmação de todos para o teste. O contado com Douglas tinha se resumido a poucas palavras e Micael olhava bem fundo nos olhos de Sophia enquanto ela realizava aquele telefonema. Lua não voltou da missão que lhe fora dada, então Sophia e Micael saíram da agência de mãos dadas.

- Vem. – Ele puxou ela pro carro.

- O restaurante é a cinco minutos daqui. – Ela riu quando fechou a porta do carona.

- Mas ai eu vou deixar meu carro aqui na porta da agência? – Ergueu uma sobrancelha pra namorada. – Tenho que botar no estacionamento do restaurante.

- Ok, você tem um bom ponto. – Dois minutos até o carro estar estacionado e eles saírem de dentro. Micael tinha a dólmã na mão e caminhou com Sophia pra dentro do restaurante. Passou o olho pelo salão e constatou que não estava super lotado como de costume. Suspirou.

- Você quer comer aqui no salão ou lá na cozinha? – O moreno perguntou a ela que não titubeou em dar a resposta.

- Na cozinha, você sabe que eu odeio comer no salão sozinha, parece que eu sou uma mal amada, solteirona. – Micael riu e entrou na cozinha puxando Sophia pela mão. Estava um caos, parecia que ninguém sabia o que estava fazendo. O pai de Micael estava no meio completamente transtornado.

- Isso são horas de chegar? – Reclamou assim que viu o filho, deixou Sophia completamente sem graça. – Você não sabe a loucura que está esse lugar! – Seguiu dando bronca. – Cadê a sua responsabilidade Micael? Pedidos estão atrasados e eu com certeza estou ficando de cabelo em pé por conta disso.

- Ei, se acalma! – Micael pediu com a voz baixa. – Tive um imprevisto, já estou aqui. – Soltou a mão de Sophia e vestiu sua dólmã. – Não precisa desse escândalo todo.

- Eu estou sem um chef, ai agora você também resolve me deixar na mão, ai é foda. – Micael suspirou e Sophia o olhou apreensiva. – Pelo menos ligasse pra avisar.

- Pai, o senhor pode fazer o favor de sair da minha cozinha? – Mantinha a voz controlada. – Eu não vou conseguir dar um jeito nisso tudo se você ficar enchendo a minha cabeça. – Ele olhou pra Sophia e lhe deu um beijo na testa. – Senta lá que eu já te levo algo. – Apontou pra mesa com algumas cadeiras que era o local onde os funcionários almoçavam, era um pouco afastado da confusão.

- Estão juntos de novo? – Ele perguntou com a voz um pouco mais branda. Micael rolou os olhos e parou de frente ao fogão observando o que estava no fogo. Pegou uma colher e provou de um molho.

- Isso aqui está completamente sem tempero! – Ele gritou na cozinha. – Vamos parar de ficar andando de um lado para o outro e prestar atenção no que estão fazendo, por favor? – Deu uma bronca coletiva e logo olhou para o pai. – Sim, tem dois dias.

- E você não me contou? – Micael ergueu uma sobrancelha. – Depois da perda do meu neto eu achei que vocês iam se distanciar ainda mais. – Micael ouvia o pai falar, mas já estava concentrado nos pedidos.

- Eu estou sentindo cheiro de queimado! – Deu um grito e logo apareceu alguém pra tirar do fogo uma panela que estava no fogão mais distante dele. – Presta atenção, Henrique!

- Desculpe. – Foi só o que disse. Micael rolou os olhos e começou a executar a montagem dos primeiros pratos. Tinham bastante pedidos atrasados.

- Não contei porque a gente se entendeu no sábado. – Achou um tempo pra responder o pai. – Domingo eu vim trabalhar e o senhor não estava aqui. E agora está ai sabendo!

- Existe telefone, você podia ter ligado. Nós somos mais do que funcionário e patrão, você as vezes esquece disso. – Micael separou um prato e colocou comida de uma forma não tão arrumada quanto para os clientes.

- Ok, desculpa então. – Deu de ombros. – Leva lá pra Sophia, ela precisa almoçar daqui a pouco dá a hora de voltar pro trabalho. – Jorge assentiu, pegou o prato, um garfo e logo levou pra nora na mesinha.

- Chegou! – Ele brincou enquanto colocava o prato na mesa. – O chefe daqui é meio lento, desculpa viu. – Sophia gargalhou. – Você quer beber um refrigerante? – Ela balançou a cabeça e logo Jorge apareceu ali com uma latinha e um canudo. – Está bom?

- Eu não sei o que é, mas eu não canso de me surpreender com o quanto esse garoto cozinha bem! – Jorge deu risada. – É surreal.

- Ele nem cozinhou isso ai, só deu o toque final com uns temperinhos. – Cruzou os braços e se sentou perto da loira. – Você que é uma puxa saco.

- Deve ser porque eu não cozinho nada. – Eles riram. – E nem você! – Brincou com o sogro. – Eu não canso de me surpreender com o fato de você ter montado um restaurante sem nem saber cozinhar!

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