Ruínas - Capítulo 129

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- O-o quê? – Sophia gaguejou quando ouviu a voz do namorado ali, não esperava. – Não!

- Não foi o que pareceu. – Tinha os braços cruzados e uma cara de bravo. – Estava me parecendo uma crise de ciúme.

- Micael, você por um acaso ouviu a conversa toda? – Liz perguntou, na falsa tentativa de ajudar Sophia. – Não é bem isso que você está pensando.

- Ah, dá um tempo também, Liz. – Foi grosso. – Será que dá pra sair daqui e deixar eu conversar em paz com a Sophia?

- Meu Deus, você também não precisa falar assim com ela! – Sophia defendeu e Micael bufou. Liz se aproximou da amiga.

- Não precisa se preocupar, eu vou esperar você em outro lugar. – Sophia assentiu pensando que ela ia entrar no restaurante. – Vou lá pra agência, e quando for embora você me liga pra chamar.

- Ei, ficou louca? – Micael ergueu uma sobrancelha. – A gente nem almoçou.

- Sophia... – Liz alternou olhares entre Sophia e Micael. – Eu acho melhor a gente comer em casa. – Saiu apressada e deixou Sophia com ainda mais raiva. Micael tinha certeza que a mulher fazia aquilo pra irritar a loira e com isso deixa-lo mais irritado.

- Você tinha que ser ignorante com ela? – Sophia reclamou ainda observando a amiga se afastar. – Precisava disso tudo?

- Está preocupada que ela tenha ido encontrar com ele? É isso? – Por mais irritado que estivessem, os dois falavam baixo.

- Sim, é exatamente isso. – A mulher debochou. – Eu não quero que a Liz se envolva com ele.

- E você fala isso assim, na minha cara? – Riu, incrédulo. – Você só pode estar de brincadeira com a minha cara. E eu fiquei sabendo por ai que você está com saudade dele e eu não acreditei. Burro. – Se xingou.

- Quem te falou uma coisa dessas? – Franziu a testa interessada. – Eu nunca disse isso.

- Mas olha, tá parecendo.

- Deixa de ser cabeçudo, Micael. – Rolou os olhos. – Eu não quero que esses dois se envolvam porque ela é uma das minhas melhores amigas. Você já imaginou se ela fica aqui no Rio por causa dele? Se em todo rolê que a gente tiver ela o levar? Imagina o estresse.

- Uma ova que é por causa disso. – A mulher rolou os olhos. – Você inventou essa bosta agora.

- Micael você está perdendo a razão de novo. – Falou entredentes. – Eu não inventei nada!

- Só que me pareceu uma ceninha de ciúmes, Sophia. – Mantinha os braços cruzados. – Eu não estou reclamando com você atoa dessa vez. Eu queria ver se fosse eu reclamando que um amigo meu não pode pegar a Fernanda.

- Pelo amor de Deus. – Falou um pouco mais alto. – Eu nunca tive ciúmes dele, porque teria agora, do nada? Não tem sentido uma coisa dessa. Para de fantasiar coisas, eu já disse porque não quero os dois juntos.

- Tá bom, Sophia. – Suspirou. – Eu vou trabalhar. – Virou as costas e entrou sem dizer mais nada. Sophia decidiu não ir atrás e comprar outra briga, conversariam em casa. A mulher pegou o telefone e ligou pra Liz, pediu a ela que viesse a seu encontro para irem pra casa.

No carro nenhuma das duas falou nada, Sophia mantinha a cara de bunda. Liz não falou muito coisa até entrarem em casa. A mulher largou a chave no sofá junto com o celular e entrou no banheiro.

Quando Sophia saiu encontrou a amiga sentada no sofá assistindo sessão da tarde, se sentou ao seu lado e deitou a cabeça no colo dela novamente. Liz começou a fazer cafuné.

- Está melhor? – Perguntou baixo. – Quer conversar?

- Não estou melhor, estou chateada com tudo o que aconteceu.

- Amiga, você tem que entender o lado dele, ele chegou na hora exata que eu te fiz aquela pergunta, não julgo ter ficado com raiva. – Sophia a olhou sério. – Ué, ele tem o pé atrás quando se trata desse assunto.

- Liz, você devia estar do meu lado.

- Ah tá bom. – Rolou os olhos. – Você vai me dizer que aquele mini chilique não era ciúme? – Ela riu. – Porque eu vou concordar com o Micael, pareceu demais.

- Pareceu nada. – Se sentou. – Se você ficar com ele, vai trazer ele pra dentro da minha vida de novo e eu não estou nem um pouco afim. Eu gosto dele, ele é meu amigo, mas deixa o Micael inseguro e eu não aguento mais essas briguinhas.

- Tudo medo de uma recaída. – Ela falou rindo. – Menina, olha. – Fez sinal de ok com a mão. – Quando você me contou lá em Sampa eu fiquei chocada, mas hoje depois que eu conheci, entendi o motivo da traição.

- Liz! – A repreendeu, mas logo em seguida caiu na risada. – Para de palhaçada.

- Garota, ele é maravilhoso. – Sophia seguiu rindo. – Queria muito dizer que é gostoso, mas isso não posso afirmar, não provei ainda.

- Ah, ele é. – Sophia confessou. – Eu me arrependi muito de tudo o que fiz, mas...

- Mas...? – Liz instigou. – Imagino que o sexo daquele homem seja inesquecível.

- Também não exagera, vai. – Desconversou rindo. – Mas é muito bom.

- E você não quer que eu experimente? – Se sentiu ofendida. – Que egoísmo é esse Sophia?

- Eu só não quero ele nos rolês, eu não quero obrigar o Micael a ter que conviver com ele. Por que isso só vai causar um milhão de brigas e eu quero viver na paz.

- Eu estou falar de dar pra ele, não de namorar. – Virou de frente pra mulher. – Se for ciúme, você me avisa que eu não faço nada. Agora se for só por causa do Micael, eu garanto que vai ser só uma vezinha.

- Tudo bem, Liz. – Se deu por vencida. – Divirta-se.

- Pode deixar que eu vou me divertir, combinei com ele de sair hoje à noite. – Sophia arregalou os olhos.

- Rápido assim? – Liz balançou a cabeça empolgada.

- Claro, daqui a pouco eu vou embora e não quero correr o risco de não dar tempo. – Sophia riu. – E mais, eu não quero estar nessa casa e ouvir a briga que você vai ter com o Micael.

- Eu vou tentar conversar e explicar pra ele que não tem ciúme nenhum. – Deu de ombros. – Tarefa bem difícil.

- Então, prefiro estar bem longe. – Piscou pra amiga. As duas encerraram o assunto e seguiram vendo televisão.

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