Ruínas - Capítulo 172

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 - Eu sei que essa resenha tá boa, mas eu tenho que ir embora. – Micael comunicou ao pessoal, estava os seis dentro da piscina. – Meu voo é ás cinco.

- Ah, não! – Sophia protestou e agarrou seu namorado. – Passou tão rápido.

- Você sabe que eu tenho que ir, pego no trabalho as oito e meu pai não alivia. – Bufou.

- Eu vou ter que conversar com o Jorge. – Fez uma careta e arrancou risada de Micael. – Não é possível que não pode te dar uma folga.

- Até parece que você não conhece meu pai quando o assunto é o restaurante dele. – Rolou os olhos. – Ele ama mais a rede do que eu. – Fez a loira rir. – Além do que, fui eu que me comprometi com ele, não posso culpar.

- Pois é, a culpa disso tudo é tua. – Disse irritada e deu impulso pra sair da água.

- Se você não tivesse me dado quinhentos foras, eu não teria ido embora. – Ele rolou os olhos e deu impulso pra sentar na beira da piscina.

- Casal, vamos parar de brigar, pelo amor de Deus. – Mel pediu e os dois olharam pra ela. – A gente estava num clima super de boa, não estraguem tudo mais uma vez.

- Não estamos brigando. – Micael falou e ouviu a loira bufar. – Estamos? Você jura? Na hora que eu tenho que ir embora a gente vai brigar e ai sabe-se lá quanto tempo vai demorar até que eu possa voltar pra gente conversar direito. É isso que você quer?

- Não. – Ela suspirou e foi até ele, lhe dar um abraço. – Me desculpa, é que tem um mês e eu não vou aguentar mais cinco.

- Vai dar tudo certo. – Deu um beijo em sua cabeça. – A gente supera mais isso também.

- Mas é muito fofo. – Lua debochou. – Que amor.

- Fica na sua, Lua. – Ele respondeu sem virar. – Você também vai morrer de saudades de mim.

- Com certeza, Micael. – Ela saiu da piscina junto com o resto dos amigos. – Se tem uma coisa que eu vou fazer, é ficar contando os dias pra você voltar.

- Tão debochada. – Ele sorriu. – Bom gente, eu tenho que ir pra casa tomar um banho e buscar as minhas coisas.

- Que horas é o voo? – Arthur perguntou. – A gente vai levar você ao aeroporto.

- É as cinco, no galeão. – Comunicou. – Vou correndo em casa, já são três horas.

- Tá certo, a gente se encontra lá. – Até mais.

Sophia e Micael foram embora e a mulher não conseguia desfazer o bico. Chegaram, Micael arrumou a mochila, tomou um banho rápido e logo em seguida Sophia fez o mesmo. Já estava há um passo de saírem de casa. Sophia não falava muita coisa.

- Amor, você ainda está com raiva? – Ele perguntou quando os dois entraram no carro.

- Não estou com raiva, já estou com saudade... – Ela suspirou. – Eu já disse que eu odeio essa pessoa grudenta que me torno quando a gente tá junto?! – Ele achou graça da expressão dela.

- Eu também já estou com saudades. – Suspirou. – Vamos tentar se ver com mais frequência daqui pra frente, não vamos deixar completar um mês não. Eu te prometo, tá bem?!

- E como é que vamos fazer isso? – O olhou incrédula. – Eu estou com a agenda lotada de compromissos, Micael. É um teste atrás do outro.

- Graças a Deus por isso. – Ergueu uma mão e fez carinho na bochecha da mulher. – É bom que a sua agenda esteja cheia.

- É bom, mas é péssimo porque não sobra tempo pra eu ir te ver.

- Eu vou tentar vir te ver em algum final de semana. Saio de lá na sexta a noite e volto no domingo, que nem agora. Fica tranquila que quando a gente menos esperar, já acabou o tempo, meu pai já contratou outra pessoa, a gente tá casado e com dois filhos. – Brincou.

- Tudo bem, você ganhou. – Ele ligou o carro e logo deu partida. – Se der um mês que a gente não se vê, eu vou brigar com você.

- Não vai brigar, porque isso não vai acontecer. – Deu um selinho nela e logo seguiram caminho até o aeroporto.

- Chegamos antes de vocês! – Os quatro já estavam ali na entrada quando Micael e Sophia chegaram. – Não quero nem imaginar o que estavam fazendo pra se atrasar tanto.

- Não estamos atrasados. – Sophia respondeu. – E infelizmente não estávamos fazendo nada demais, Lua.

- Me engana que eu gosto. – Ela riu. – Por que ainda tá com essa cara de bunda? Pensei que tinham se resolvido a treta na piscina.

- Está tudo resolvido, Luinha. – Micael disse e tirou a passagem de dentro da mochila pra fazer o bendito check-in. – A gente já conversou.

- Dá pra perceber. – Os seis sentaram pra esperar o voo ser chamado e quando finalmente foi, os olhos de Sophia se encheram de lágrimas quase que instantaneamente. Micael levantou e se despediu dos amigos, até mesmo de Douglas, com um aperto de mão. Se virou pra Sophia e lhe deu um beijo.

- Eu amo você. – Ela assentiu várias vezes. – Quando eu chegar em casa eu te ligo. – Saiu de perto e caminhou para os portões de embarque.

- Sophia, larga de drama. – Lua a abraçou. – Você está agindo como se ele fosse passar dez anos no Japão.

- E você podia largar de ser insensível. – Se irritou. – Eu estou odiando essa situação de namoro a distância, eu não aguento mais me despedir do Micael, parece que toda vez que a gente consegue ficar bem, alguma coisa atrapalha.

- Você está fazendo drama demais e sabe disso. Você vai vê-lo novamente e quando ele for embora vai fazer isso tudo de novo. Relaxa, daqui a pouco vocês estarão casados e tão juntos que o drama vai ser por outro motivo.

- Muito fácil pra você falar, a sua vida tá ai toda estruturada. – Estava realmente se irritando com a amiga. – Você está casada com o homem que você ama, seu filho acabou de nascer, você nem trabalhar precisa, pode fazer o que quiser. Ai dá pitaco na vida dos outros como se tivesse propriedade pra falar, mas você não sabe de nada, Lua. Você não sabe o que é sofrer, não tem direito de me chamar de dramática.

- Essa já é a segunda vez que você vem falar pra mim que eu tenho a vida perfeita e você não. – Lua também já estava irritada. – Deve ser porque eu não trai o meu namorado, deve ser por isso que hoje em dia eu tenho a minha família perfeita do jeito que é.

- Vai sobrar pra mim. – Douglas resmungou pra Mel e Arthur, mas nenhuma das duas amigas ouviu. – Só o que faltava, você tinha razão mesmo mais cedo hein, Arthur.

- Eu te disse, Sophia sempre briga com alguém. – Ele balançou a cabeça.

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