Ruínas - Capítulo 53

203 17 3
                                    

- Douglas, depois dessa eu acho melhor você ir. – Sophia pediu com a voz baixa. – Você claramente exagerou.

- Esse cara esse cara chega aqui te tratando mal pra cacete e não aguenta ouvir uma provocaçãozinha? – Ergueu uma sobrancelha, Micael ouviu aquilo se irritando ainda mais. – Eu não tenho sangue de barata!

- Tá bem, será que a gente pode conversar depois? – Ela pediu novamente. – Quando tudo se acalmar? – O rapaz assentiu e ia se despedir de Sophia com um beijo no rosto, mas seu celular vibrou no bolso e ele pediu a loira um segundo.

- Ei, Fernanda. – Fez questão de dizer o nome alto. Douglas ainda ia matar Micael do coração naquela tarde. – Se eu posso encontrar com você? Claro, por coincidência do destino, acabei de ficar livre.

- Se controla, Micael. – Arthur disse por entredentes. – A Sophia não pode com isso tudo de confusão. – O moreno não respondeu, não tirava os olhos de Douglas falando ao celular.

- Tá bom, vai lá pra casa que eu estou indo já. – Se despediu.

- A Fernanda vai pra sua casa? – Ele não se aguentou e deu uns passos pra perto de Douglas de novo. – O que ela vai fazer na sua casa?

- E por que eu te contaria? – Balançou a cabeça. – Tchau, meu amor. – Encheu a boca pra falar com Sophia. – Eu te ligo depois pra saber como que você está. – Sophia assentiu e lhe deu um abraço. Esperou por um beijo na bochecha, mas surpreendendo todo mundo, Douglas lhe roubou foi um beijão na boca. Ela não o empurrou, Micael não tinha palavras. – Tchau, Lua e Arthur. – Ergueu uma mão e sorriu ao casal. – Passe bem, Micael. – Se despediu dele e saiu calmamente da sala.

- Esse cara só pode estar de brincadeira com a minha cara. – Disse com raiva. Sophia voltou a se sentar, respirou fundo.

- Dá um tempo, Micael. – Ela pediu.

- Vocês dois estão namorando? – Estava enciumado. – Porque foi o que pareceu.

- Não, Micael. – Rolou os olhos. – Nós somos apenas dois bons amigos!

- E você costuma beijar os seus bons amigos na boca desse jeito? – Ela o encarou. – Vocês são amantes.

- Nós já fomos amantes, isso já faz meses. – Rolou os olhos. – Agora somos bons amigos.

- Não fode, Sophia. – Brigou novamente, mas Sophia seguia plenamente calma. – Vocês ainda ficavam rindo de mim. Eu sou frouxo? – Estava indignado que ela pudesse falar isso dele. – Mole? – Sophia riu, e arrancou risadas dos amigos também. Micael olhou feio para todos. – E qual é a graça?

- Ele estava inventando tudo né, Micael. – Lua não conseguia cessar os risos. – Claramente, eu não acho que a Sophia tenha usado em algum momento aquelas palavras pra te descrever, pode até ser que tenha comentado o problema de vocês, mas se ela não usou "mole" pra mim, porque usaria pra ele?

- É lógico que inventou, ele só queria te provocar. – Arthur completou. – E você caiu como um patinho.

- E também duvido que a Fernanda tenha ligado pra ele. – Micael ergueu uma sobrancelha se achando um trouxa. – Tem algum tempo que ela não faz isso.

- Mas o beijo que ele te deu foi de verdade. – Rangeu os dentes e Sophia deu de ombros.

- Eu sou mulher e tenho as minhas necessidades.

- Você não vai suprir as suas necessidades com aquele imbecil. – Ela o olhou achando graça. – Não com o meu filho na sua barriga.

- Gravidez gera tanto hormônio, Micael. – Ela comentou. - Eu preciso libera-los de alguma forma.

- Só pode ser brincadeira sua, você está me trollando também. – Negou com a cabeça repetidas vezes. – Não pode estar dizendo na minha cara que vai voltar a transar com aquele cara.

- Quem sabe né?! – Cruzou os braços. – Acho que não é da sua conta.

- Sophia! – Queria ter argumentos, mas realmente não era da conta dele.

- Micael! – Falou no mesmo tom. – Você tem que ser um pouquinhos mais agradável. Você está insuportável.

- Por que eu estraguei o joguinho de vocês? Porque são todos amiguinhos agora? – Ele debochava. – Me desculpa então.

- Não é por nada disso, é só que você está chato. – Lua respondeu antes de Sophia. – Douglas é gente boa, por mais que custe admitir isso pra você. Pelo menos com ele a gente consegue se divertir.

- Eu não acredito que você está me dizendo uma coisa dessa. – Estava indignado.

- Talvez você devesse rever seu jeito. – Sophia voltou a falar. – Porque desse jeito tá bem difícil. Você não pode estar com raiva de sei lá o que e descontar em mim. A única coisa que eu tenho a ver com você, é esse bebê.

- Também não é assim. – Ele baixou o tom de voz.

- É claro que é. – Mais fria do que nunca. – Você não quis ficar comigo, não quis me perdoar, não pode ficar com ciuminho de mim. Fica fazendo ceninha com ciúme de nós duas, isso não existe.

- É complicado. – Coçou a cabeça. – É muito complicado.

- Então não se mete na minha vida, você escolheu ficar com ela, você trocou de telefone duas vezes pra eu não te ligar, ai agora, a essa altura do campeonato você vai vir aqui dar chilique porque eu beijei outra pessoa? – Estava brava. – E falar que vai tirar o meu filho de mim, que pra mim foi a pior coisa que você fez hoje. – Ele ficou mudo. – Será que pode ir embora?

- Você realmente quer que eu vá embora? – Ele ergueu uma sobrancelha. – Está me botando pra fora?

- Eu não posso me estressar e a sua presença aqui só faz isso comigo! – Desabou no sofá novamente. – Eu prefiro ficar com o meu bebê e meus amigos. – Antes de ouvir a resposta, as luzes se apagaram, junto com cada eletrodoméstico daquele apartamento. Sophia botou a mão no peito com o susto que levou.

- Que merda aconteceu? – Micael falou indo até a cozinha, abrindo a segunda gaveta do armário que sabia que tinha vela. Acendeu com um isqueiro e colou a vela num pires. – Faltou luz no prédio todo? – Colocou a vela na mesinha de centro e foi olhar pela janela, tudo normal. – Ué, foi só aqui? – Franziu a testa e olhou pra Sophia.

- Sophia, você pagou a conta de luz? – Lua perguntou brava com as mãos na cintura. – Pagou?

RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora