Ruínas - Capítulo 8

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Sophia foi para o banheiro correndo, precisava de um banho e escovar os dentes. Voltou dez minutos depois e encontrou o namorado sentado á mesa de cueca box comendo um pão com geleia.

- Nem me espera pra tomar café, isso ai. - Ela resmungou quando chegou mais perto. - Não se fazem mais namorados como antigamente.

- Alguém acordou dramática! - Ele falou rindo. - Come ai, bobona. Reclama depois.

- A que horas você foi comprar pão? - Ela ergueu uma sobrancelha.

- Quando você estava no banheiro ué, demorou uma eternidade. - Seus olhos estavam na xícara de café. - E a padaria é aqui na frente, não levo nem dois minutos pra ir e voltar.

- Espero que tenha botado uma roupa, aquela menina da padaria é doida por você. - Ela disse enciumada e arrancou mais risos do namorado.

- Não, meu amor, eu fui lá de cueca box. - Debochou e ela fez uma careta. - Claro que eu coloquei uma roupa, ela me querendo ou não, não rola ir na rua de cueca né, mulher?

- Uma piriguete. - Disse agora irritada.

- Desde que a menina se mudou pra cá você tem uma implicância com ela. - Rolou os olhos.

- Claro, desde que ela se mudou pra cá que ela te dá mole na cara de pau e na minha frente! - Mexeu a colher forte dentro da xícara. - Não é possivel que você não perceba.

- Claro que percebo, eu não sou cego! - Ele se divertia com aquela história.

- Você gosta disso, sem vergonha.

- É bom se sentir desejado de vez em quando. - Ela fez outra careta e arrancou mais risos de Micael.

- Você dá sorte que eu ainda não te proibi de comprar pão ali naquele muquifo. - Ele arregalou os olhos. - Se não vai ter que andar até o outro bairro pra comprar pão.

- A senhora está ciumenta demais. - Segurou sua mão por cima do café. - Eu nunca trairia você, eu te amo. - Ela engasgou com o café, era muito mais fácil fazer aquilo sem sentir nenhuma culpa, mas agora parecia inevitável. - Tá tudo bem?

- Sim, está sim. - Respirou algumas vezes. - Só engasguei mesmo. Onde vamos almoçar?

- Restaurante do meu pai? - Ele falou com uma sobrancelha erguida e Sophia respondeu com um dar de ombros. - Soube que o chef de lá é ótimo.

- Tem um que é bem mais ou menos. - Ela brincou e foi a vez dele fazer careta.

- Olha que filha da mãe, já não vou mais fazer comida pra você, cara de pau. - Ela gargalhou e depois bebericou seu café.

- É claro que vai, você adora cozinhar! - Brincou. - Não ia parar só por uma brincadeira infame.

- Tua sorte é essa. - Se levantou da mesa. - Porém foi escolhida pra tirar a mesa do café.

- Justo, já que você colocou e vai pagar o almoço. - Ele cruzou os braços e a encarou.

- Eu não sabia dessa ai não. Cadê o poder feminino? Dividir a conta faz parte do empoderamento! - Ela riu depois de tomar o ultimo gole do seu café.

- Nessas horas eu prefiro deixar o empoderamento um pouquinho de lado. - Eles riram, Sophia sabia que por mais que ele brincasse, nunca deixaria que ela pagasse a conta, tinha um lado super machista nesse sentido. - Ainda bem que vamos no restaurante do seu pai e que ele gosta de mim.

- Até demais né?! - Rolou os olhos. - Cobra direto a conta no meu contra cheque.

- Ele não devia nem te cobrar. - Ela recomeçou a rir. - Você quase mora naquele restaurante.

- Ele não cobra né, só fiz um charme. - Ela jogou um pedaço de pão nele. - Ai, que agressão.

- Palhaço! - Ela riu, em seguida se levantou e começou a tirar a mesa. Escorou no balcão e olhou para Micael parado ali com os braços cruzados. - Você devia colocar uma bermuda, criatura.

- E agora eu não posso ficar a vontade na minha própria casa? - Tinha um sorriso safado.

- Não enquanto a sua namorada está tentando lavar a louça. - Ela rolou os olhos e virou de costas. - Você me atrapalha.

- Atrapalho? - Ergueu uma sobrancelha e se aproximou da loira. A abraçou por trás. - E daqui de perto? - Falou baixo, roçando a barba por fazer em seu pescoço. - Se eu fizer isso aqui... - Enfiou um mão por dentro do short e quase que Sophia teve um treco.

- Você só pode estar de brincadeira com minha cara. - Ela falou num gemido e largou o prato na pia. - Não devia brincar comigo desse jeito.

- Você não queria que eu te comesse na bancada ontem? - Ele a virou e a colocou sentada no mármore frio. Lhe deu um beijo quente. - Vou realizar o seu desejo.

- Vai? - Mordeu o lábio quando sentiu Micael arrastar sua calcinha e short pro lado. Ele tirou o pau da cueca e tratou de encaixar em sua intimidade. Ela arregalou os olhos e soltou um gemido alto.

- Você nunca mais você vai olhar na minha cara e dizer que eu não satisfaço você. - A voz rouca no pé do ouvido de Sophia fez com que ela se derretesse ainda mais. - Gostosa!

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