Ruínas - Capítulo 139

161 10 4
                                    

- Mais até que meu pai. – Bufou e tampou o potinho com patê. – Eu acho que ela queria mais encher o saco do que o dinheiro.

- Claro que é, vagabunda, deixa ela moscar no meu lado que eu rasgo a cara dela de novo.

- Deixa ela em paz, já acabou. – Suspirou. – Ela tirou da gente algo importante, mas a gente precisa deixar pra trás pra poder seguir em frente.

- Eu sei, mas só de ouvir o nome dessa fulaninha, eu já me irrito. – Suspirou. A campainha tocou e Sophia foi atender, deixando Micael na cozinha ajeitando algumas comidas. Sorriu ao ver Lua e Arthur ali. – Que barrigão maravilhoso!

- Maravilhoso pra você que está olhando, pra mim que estou carregando é péssimo. – Deu um beijo em Sophia e caminhou direto pro sofá. – Pés inchados, dor nas costas, mal humor.

- Ela tá reclamando de tudo mesmo? – Perguntou a Arthur, que ainda estava com ela na porta. – Fico só imaginando você aguentando.

- Menina, eu estou ficando louco e ainda faltam dois meses, dois longos meses. – Sophia riu da expressão assustada de Arthur e caminhou pra sala com o mesmo.

- Você tem que me aturar, você que me engravidou. – Disse mal humorada. – E você tem que me aturar porque eu já aturei você muito mais chata. – Apontou pra amiga.

- Meu amorzinho, a gente te atura. – Piscou pra ela. - Porque te amamos muito.

- Sua obrigação, Sophia. – Os três ouviram barulho vindo da cozinha. Arthur e Lua encararam Sophia surpresa. – Quem mais tá aqui?

- Jura que você está me fazendo essa pergunta? – Sophia rolou os olhos. – Tem mais uma pessoa na casa e essa pessoa está na cozinha, quem você acha que é?

- Ué, vai que você arrumou outro boy, um gostoso, alto, loiro, olhos azuis, nada ciumento e desconfiado. – Ela falou alto e os três ouviram o grito de Micael.

- Eu estou ouvindo isso, Lua Maria. – Os três riram. A campainha tocou novamente, Sophia abriu e deu de cara com a Mel.

- Ei, gata! – Se abraçaram. – Pensei que ia vir acompanhada.

- Douglas foi a casa da mãe dele mais cedo. – Deu de ombros pouco animada. – Ainda não deu sinal de vida.

- Ciúmes? – Sophia riu. – Jura?

- Não é ciúme, eu só queria que ele estive com a gente, gosto da companhia dele.

- Ain, mas tá ficando apaixonadinha. – Sophia zoou. – Só o que me faltava mesmo.

- Vai ficar me zoando mesmo? – Disse sem graça. – Vamos entrar logo. – Entraram abraçadas.

- Olha só, a Mel veio sozinha. – Lua debochou. – Agora que não descola mais do paquera, achei que viria com ele.

- Ah, pronto. – Ela rolou os olhos.

- E ai, gente! – Micael saiu da cozinha e foi falar com os amigos. – Quanto tempo que eu não vejo vocês.

- Pois é, vocês terminam o relacionamento e ai você some. – Lua deu de ombros. – A gente já acostumou.

- A Lua está com um humor meio ácido hoje. – Arthur interferiu. – Não levem pro lado pessoal.

- E eu falei alguma mentira? – Ergueu uma sobrancelha. – As amigas de verdade somos nós três, porque eles dois terminam e o Micael some, Chay e Mel terminaram e o Chay morreu por ai e eu acredito que se fosse o nosso caso, você também sumiria.

- Bom, razão ela não deixa de ter. – Mel disse rindo. – Os meninos somem mesmo.

- Viu só. – Lua apontou pra Mel. – Isso só significa que vocês não gostam da gente.

- Mas gente, a Lua está muito sensível. – Micael deu risada. – É claro que a gente gosta de vocês. A gente só evita a fadiga de ficar brigando por ai. Se você e o Arthur dessem defeito como nós quatro, vocês iam entender. Mas não, são casal de comercial de margarina.

- Tá com inveja? – Arthur disse rindo. – Tá repreendido em nome de Jesus. – Ele se benzeu. – Seu olho gordo aqui não pega.

- Deixa de ser babaca. – Micael riu também. – Seguindo essa lógica de vocês, eu nem devia estar aqui.

- Exatamente. – Lua seguiu com seu ponto de vista. – O que faz aqui? Já se entenderam de novo, foi rápido dessa vez hein.

- Mas gente, e eu que achava que a gravidez era um momento incrível e tal. – Sophia olhou Micael. – Acho que desisti de ter filhos.

- É incrível. – Suspirou. – Mas tudo dói e isso me deixa irritada. – Ela olhou os dois. – Não respondeu à pergunta.

- A gente nunca brigou pra precisar se entender. – Sophia deu de ombros e Lua gargalhou.

- Nunca brigaram? – Ergueu uma sobrancelha. – Meu amor, vocês mais brigam do que transam.

- Chega, Lua! – Sophia ficou de pé. – Pode melhorando esse humor!

- Você está com quanto tempo? – Mel perguntou a amiga.

- Finalizando a vigésima sétima semana. – Suspirou. – O Matheus não para de mexer um instante, não me deixa nem dormir.

- Fala em meses, eu não sou de exatas pra ficar calculando. – Mel disse e conseguiu fazer Lua rir.

- Inicio do sétimo mês. – Ela acariciou a barriga ainda com um sorriso. – Eu fico reclamando, mas eu gosto de sentir o meu bebê.

- É claro que gosta. – Sophia sorria admirada, começou a se lembrar de seu bebê. – Já era pra eu estar com oito meses, meu bebê quase nascendo. – Seus olhos se encheram de lágrimas quase que instantaneamente.

- Não precisa ficar triste. – Mel se preparava pra confortar a amiga.

- Não estou. – Suspirou. – Vou buscar algo pra comer. – Se levantou e saiu da sala quase que correndo. Micael ficou olhando por onde ela tinha ido.

- Tadinha. – Lua suspirou – Ela perdeu o neném e eu aqui com o meu reclamando o tempo todo. – Ficou de pé. – Vou lá conversar com ela.

- Deixa que eu vou. – Micael pediu a Lua e a mesma assentiu. O rapaz caminhou pra cozinha e viu a loira sentada a mesa. – Triste?

- Não, eu estou bem. – Fungou. Não estava chorando, mas estava a ponto de chorar, e isso se via de longe. – Eu só lembrei do nosso filho.

- Não precisa ficar assim. – Puxou uma cadeira e se sentou ao lado dela. – Nosso bebê foi muito amado, eu tenho certeza que onde quer que ele esteja, ele sabe disso.

RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora