- Ladainha é o teu cu, vagabunda. – Gritou, o escândalo estava armado. – Você nunca mais abre a boca pra falar do meu filho, ou eu mato você, eu juro que mato.
- O que você fez com o meu rosto? – Fernanda colocou a mão nas bochechas, mas o sangue escorria. – Você é doente mental? – Ninguém aparecia pra ajudar a mulher com o rosto vermelho. – Olha o que você fez comigo!
- Eu quero fazer muito mais. – Sophia se debatia nos braços de Douglas. – Eu quero matar você igual você fez com o meu bebê. – Mantinha os gritos. – Eu quero acabar com essa sua vidinha desgraçada.
- O que é isso? – Elizabeth chegou perto mais isso não abalou Sophia. – Você está descontrolada! – Puxou um pano e tentou limpar o rosto da mulher.
- Não vai limpar porra nenhuma! – Num momento de descuido, Sophia se livrou dos braços de Douglas e voltou a atacar Fernanda. Cravou suas unhas agora na testa, ela botou tanta força que as algumas unhas quebraram. – Vagabunda! – Foi pega novamente antes de terminar de arranhar a testa da mulher de uma ponta a outra. – Eu odeio você! Odeio!
- Chega, Sophia! – Beth gritou tentando amparar Fernanda que ainda estava no chão e não tinha feito nenhum esforço pra levantar. Eu quero você longe da minha agência agora mesmo! – Sophia se acalmou um pouco, agora tinha se virado pra Douglas e ele a tinha abraçado. Ela chorou muito mais do que antes, agora era real, tinha perdido seu emprego.
- Sophia, que escândalo! – Lua chegou perto e puxou Sophia pra ela. – Vem comigo, agora. – A mulher não falou nada, apenas segurou na mão de Lua e se deixou ser guiada para longe daquela confusão, ao passar pela mulher ainda caída no chão, Sophia a encara.
- A propósito, eu cuspi na sua água mais cedo, vagabunda. – E Lua puxou a amiga pra longe dali. Sophia passou na mesa e pegou a bolsa, as duas conversavam na entrada da agência. – Que inferno. – Estava revoltada. - Eu sabia que ia acontecer, eu sabia que eu ia acabar perdendo o meu emprego por causa dessa idiota.
- Você precisa se acalmar. – Chacoalhou a amiga pelos ombros. – Você arranhou a cara da Fernanda toda. – Lua segurou as mãos de Sophia, que estavam sujas de sangue. – Olha pra isso.
- Parece que eu matei alguém. – Ela sorriu. – E antes eu tivesse matado.
- Para! – Rangeu os dentes. – Vai passar o resto da vida presa por alguém que nem vale a pena? – Ergueu uma sobrancelha. – Você reparou que estava abraçadinha no Douglas?
- Lua, pelo amor de Deus. – Rolou os olhos. – Não tem nada a ver.
- De longe parecia que tinha muita coisa a ver. – Seguiu brigando com a amiga. – Eu não vou te acobertar dessa vez não!
- Para de falar merda. – Gritou com Lua. – Eu abracei ele porque era ele que estava ali perto de mim, abraçaria qualquer um que estivesse no lugar dele. Eu estava precisando de um colo, de apoio. – Seguiu irritada. – Eu ainda estou, mas a minha melhor amiga fica enxergando coisa onde não tem ao invés de me ajudar.
- Se controla, Sophia! – Lua respondeu no mesmo tom. – Eu cansei de te avisar as coisas em relação ao Douglas no passado e tudo o que eu falei aconteceu, e você não está me ouvindo de novo!
- Porra, Lua. – Explodiu. – Foi um abraço. – Pessoas aleatórias já paravam pra prestar atenção na discussão das duas. – Eu não tive maldade com ele, eu não quero saber dele e nem de qualquer outro homem que não seja o meu namorado. Você entendeu ou quer um desenho?
- Eu tentei te dar um toque e você está fazendo todo esse escândalo no meio da rua. Está esquecendo que eu sou sua amiga, só estou te alertando que...
- Me alerta de nada não, me deixa em paz. – Bufou. – Você vai fazer o quê? Ir correndo no restaurante falar pro Micael que eu estava abraçando o Douglas? É por isso que está me dando esse alerta?
- Você é impossível. – Baixou o tom. – Quantas vezes eu tentei te avisar da outra vez e você brigou comigo da mesma forma que está fazendo agora.
- Para, Lua. – Abaixou o tom também. – Eu sou outra Sophia, você acha que eu quero sofrer tudo de novo? Já é difícil convencer o Micael, eu também vou ter que ficar aqui me explicando pra você também? Que saco! – Se afastou. – Eu vou embora pra casa. – Saiu andando brava sem nem mesmo se dar ao trabalho de pedir um carro.
Sophia tirou os saltos no meio do caminho e seguiu andando até chegar à casa de Micael, mais de uma hora de caminhada até chegar lá, precisava daquele tempo pra pensar, odiava brigar com Lua, estava se sentindo mal por aquilo. A amiga tinha ficado do lado dela em tantas ocasiões.
Chegou em casa acabada e foi direto para o banho, sangue, poeira, suor estava imunda. Ficou mais de uma hora debaixo do chuveiro quente antes de vestir um pijama e se deitar na cama. Eram quase quatro horas da tarde. Sophia pegou a lixa que tinha na necessaire que tinha levado à casa de Micael. Analisou um pouco o estrago nas unhas, três numa mão e duas na outra estavam quebradas. Lixou todas e as deixou por igual, seus dedos doíam, ela com certeza tinha colocado força demais naqueles arranhões.
Quando terminou de lixar, apagou a luz, ligou o ar condicionado e ficou debaixo do edredom o resto da tarde. Não mexeu no celular, não quis ver televisão, não quis comer. Estava mal por Lua, era só no que conseguia pensar.
Micael chegou quase dez horas naquela noite, ele tinha dito que chegaria por volta de sete, ou oito horas, mas não conseguia largar a cozinha de maneira nenhuma, sempre algo diferente pra fazer e isso foi levando tempo. Tentou avisar a namorada, mas ligou e mandou mensagem várias vezes, mas o celular apenas dava como desligado.
Ele colocou as chaves e a carteira em cima do balcão da cozinha junto com uma quentinha que tinha trazido para o jantar e foi para o quarto, estava estranhando o silêncio da casa, chegou a pensar que Sophia estava dormindo. Acendeu a luz do quarto e Sophia não demorou a destampar a cabeça.
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Ruínas
RomanceE quando você encontra a pessoa perfeita, mas descobre que ela não é? Quando encontra o amor da sua vida, mas aparentemente a pessoa não sente o mesmo? São as dúvidas que assolam a vida do nosso jovem Micael, que se apaixonou por uma linda mulher, m...