Ruínas - Capítulo 196

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- Eu não acredito que finalmente estou de volta. – Sophia se jogou nos braços de Micael assim que o viu, no aeroporto. – Eu estava com tanta saudade que você não tem noção.

- Ah, eu tenho noção sim. – Deu um beijo na namorada e logo pegou a mala dela. – Eu com certeza estava com mais.

- Será que agora a nossa vida acalma? – Ela segurou no braço livre de Micael enquanto os dois andavam. – Você de volta, eu de volta... Parece que finalmente as coisas estão se encaixando.

- Você está de volta por quanto tempo? – Ele deu de ombros sem olhar pra mulher. – Com esse seu contrato, você sabe que vai viajar de novo logo, logo.

- Sei, mas também não vou ficar tanto tempo quanto dessa vez. – Deu de ombros. – Pelo menos eu acho. E eu falei com a Beth e vou ficar uns diazinhos livres enquanto não pinta uma campanha em que o cliente exija a minha cara.

- Isso é ótimo, porque eu quero namorar você até não aguentar ficar em pé. – Ele disse no pé do ouvido dela, os dois já estava dentro do carro. – Você não vai me escapar.

- Que fogo é esse ai? – Ela deu uma gargalhada. – Eu aqui pensando em dormir primeiro e você já pensando em sexo.

- Você não vai fazer a maldade de dormir assim de cara. – Ligou o motor. – Ah, mas não vai mesmo.

- Micael do céu. – Seguia achando graça. – A gente casa em duas semanas. – Tenho tantos detalhes pra cuidar e você ai querendo sexo. Vamos fazer sexo o resto da vida, meu amor.

- Que tantos detalhes? – Saiu do estacionamento. – Lua está dando a vida pra ajeitar tudo. Você não vai ter trabalho nenhum com nada!

- Eu vou ver tudo o que ela escolheu e alugou, né Micael. – Cruzou os braços. – Tem o meu vestido pra fazer a prova final. Muitos detalhes.

- A nossa casa já está no meu nome. – Sorriu avisando. – Eu fechei o negócio tem alguns dias, já saiu a papelada e o apartamento está pronto pra receber a gente.

- A gente já pode se mudar? – Sophia arregalou os olhos. – Não creio que já está tudo tão avançado assim.

- Ué filha? – Ele achou graça. – Você acha que eu brinco em serviço? Já até anunciei minha casa e encontrei um lugar pra doar os seus móveis. Falta só você decidir o que vai querer e o que não vai querer do seu apartamento.

- Não brincou mesmo hein. – Sophia balançou a cabeça. – Pelo visto o tempo livre foi muito. Aproveitou pra decidir quem vai ser seu padrinho?

- Ai, Sophia! – Fez uma careta, olhava a estrada sem se distrair. – Tinha que falar disso agora? Eu ainda não consegui convencer o Chay.

- Deve ser porque ele realmente não quer. – Seguia rindo das caretas que Micael fazia. – Já passou da hora de você achar outra pessoa. Faltam duas semanas!

- Eu não tenho amigos. – Bufou. – Não é segredo nenhum.

- Pois você deveria ser mais sociável. – Ela achava graça. – Fica andando por ai com cara de bravo. Não é possível que não tem ninguém, chama o Rael.

- O Rael não é meu amigo, é só um colega de trabalho. – Deu de ombros.

- Ah, então você vai ter que dar seu jeito, a Mel não vai ficar sozinha no altar. – Disse firme.

- Eu não quero aquele cara no altar atrás de mim.

- Então eu você fica com a Lua e o Arthur e eu convido o Douglas e a Mel. – Ele parou num sinal vermelho e encarou a namorada. – Que foi? Eu estou tentando te arranjar soluções.

- O cara pega você e ainda vira padrinho do nosso casamento. – Balançou a cabeça e continuou quando o sinal abriu. – É brincadeira.

- Tem mais de um ano isso, já foi. – Encostou a cabeça no vidro da janela do carro. – Ele virou um amigo, namorado da Mel. Não tem nada a ver você brigar por causa disso.

- Não tem nada a ver ele lá. – Seguiu sem desviar os olhos da estrada.

- Tá bom, Micael. – Se deu por vencida. – Se vira então, cansei de tentar achar solução. Faz o seguinte, encontra qualquer desconhecido na rua e chama.

- Ei, estressada. – Soltou um risinho. – Chama esse maldito ai mesmo. Ele tá em todas, incrível.

- Maldito? – Sophia ergueu uma sobrancelha e Micael assentiu. – Engraçado que eu vejo vocês dois de risinhos quando tão juntos.

- Quando a gente tá junto e o papo não tem você no meio, o nosso casamento tem você na parada.

- Ele não quer saber mais de mim e nem eu dele. Já foi época. – Deu de ombros. – Não carrega isso pra sempre, faz mal. – Micael apertou o botão da garagem e logo estacionou o carro.

- A viagem passou até rápido, o tempo todo falando disso. – Deu a mão pra noiva e os dois entraram em casa. – Agora chega desse assunto, você convida, eu me recuso.

- Bobo. – Deu um beijo nele já dentro de casa. – Eu amo você e só você.



- Olha a buzina, deve ser a Lua! – Sophia disse e engoliu o pão que tinha na mão. Estava em casa e já fazia dois dias. Tinha marcado com Lua e Mel de ir ao ateliê fazer a prova final do vestido. – Vou indo amor.

- Precisa comer desse jeito? – Bebeu um gole de suco. – A Lua espera.

- Eu estou ansiosa demais, você não tem noção. – Levantou, pegou a bolsa, deu um selinho no namorado e saiu correndo pra entrar no carro de Lua. – Oi, meus amores. – Disse já sentada no banco de trás.

- Minha filha, precisava correr essa maratona? – Mel achou graça da forma como ela entrou ofegante.

- Eu quero ver meu vestido logo. – As meninas acharam graça. – Faltam menos de duas semanas, vocês tem noção? Parece que pra mim a ficha ainda não caiu.

- Mais de quatro anos enrolando pra casar é de se imaginar que não tenha caído ainda. – Lua alfinetou e logo em seguida arrancou com o carro.

- Aconteceu tanta coisa que nem sei se dá pra considerar quatro anos. – Soltou uma risadinha. – Mas vamos logo que chegou a minha hora de desencalhar. 

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