Ruínas - Capítulo 72

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- Eu tenho medo de você, Lua. – Mel comentou rindo. – Juro que tenho pena desse bebê.

- Ei, eu não sou tão ruim, mas já tem meses nesse drama, me irritou.

- E será que se entendem? – Arthur chegou perto e abraçou a esposa por alguns instantes.

- Ou se entendem, ou se matam. – Ela deu de ombros. – Essa conversa tem que ser a definitiva.

Sophia caminhou pelo jardim da casa de Lua sem saber exatamente onde Micael estava, mas não demorou a encontra-lo, deitado na grama, tinha os olhos fechados, por algum momento Sophia pensou que ele estivesse dormindo. Ela se aproximou e sentou-se, mas não tão perto quando queria. Seria uma conversa difícil. Ela ficou em silêncio pensando em como começaria aquela conversa.

- Você realmente está pensando em ir embora? – Micael quebrou o silêncio. Sophia ergueu uma sobrancelha, ele ainda mantinha os olhos fechados, como sabia que era ela?

- Sim. – Suspirou. – Vai ser melhor pra nós dois.

- E por quê? – Abriu os olhos e se sentou. – Me diz como vai ser melhor você ficar em outro estado?

- A gente não consegue se entender, Micael. – Desviou os olhos. – Brigas o tempo todo e cada hora por uma besteira diferente.

- Talvez eu seja um pouco difícil, mas eu não quero que você vá embora. – Era complicado admitir.

- Um pouco difícil? – Ela sorriu. – Você é impossível. Já tentei acertar tudo com você tantas e tantas vezes.

- Toda vez que eu pensava em deixar tudo pra lá você aparecia com aquele cara.

- Para, deixa o Douglas onde quer que ele esteja. – Rolou os olhos. – Isso não tem mais a ver com ele, tem a ver com nós dois.

- Sempre vai ter a ver com ele.

- Claro que não, ele já se afastou de mim. – Bufou. – Você disse que íamos tentar, você disse que teríamos uma conversa, mas você sumiu! Cinco dias sem a droga de um telefonema.

- Eu entrei no seu quarto e vi você agarrada naquele cara de novo! – Se defendeu. – Será que você não percebe que isso é uma merda de situação. Que não existe confiança o suficiente?

- Era um abraço de despedida, ele ficou do meu lado durante momentos importantes enquanto estivemos separados. Foi a droga de um abraço.

- Foi a droga de um abraço no cara com quem você me chifrou durante meses. – Os dois ficaram em silêncio. Sophia ficou de pé e balançou a cabeça.

- Quer saber, é melhor eu ir embora de uma vez! – Saiu de perto de Micael, mais lágrimas escorriam por seu rosto. Ele ficou sentado por alguns segundos depois que a loira saiu correndo, em seguida ele levantou e foi atrás. Não podia deixar que ela fosse mesmo embora pra São Paulo, podia? – Foi uma péssima ideia. – Sophia fungou e começou a juntar as coisas. – Eu não sei pra que eu te escuto, Lua. – Vestiu a camisa.

- Ei, espera ai. – Ela pediu enquanto olhava a mulher juntar tudo bem rápido. – O que foi que rolou?

- Eu preciso mesmo contar o que rolou? – Lua não respondeu, Sophia colocou a bolsa de lado. – Depois a gente se fala. – Secou as bochechas com as mãos antes de se virar pra sair dali.

Micael alcançou Sophia quando ela estava quase fora de vista dos amigos, que ainda se perguntavam o que tinha realmente acontecido com os dois. Lua sorriu quando viu o moreno passar correndo por eles. Ele puxou o braço de Sophia e a fez virar.

- Não vai pra São Paulo, por favor? – Ele tinha o olhar fixo no de Sophia. – Eu não suporto a ideia de não ter você aqui. – Ela balançou a cabeça. Os amigos olhavam esperançosos, e um tanto curiosos, já que não conseguiam ouvir o que era dito. – Mesmo que seja pra brigar o tempo todo.

- Mas eu não quero mais brigar o tempo todo. Está me desgastando. – As lágrimas voltaram rolar mais fortes. – Eu amo você mais do que qualquer coisa no mundo. Essa situação está acabando comigo. – Soluçava de tanto chorar. Micael soltou seu cotovelo e a abraçou. Conseguia sentir as lágrimas quentes em sua pele.

- Eu também amo você. – Beijou sua cabeça. A cara de Lua naquele momento era impagável. – Me desculpa por ser tão difícil. – Ela balançou a cabeça. Estava feliz ali onde estava, não queria falar nada, não queria se mexer, estava no melhor lugar do mundo. – É que eu... não sei explicar.

- Não importa. – Seu som era abafado pela pele de Micael. – A gente se ama, isso que importa. – Ele a tirou do colo e tentou secar as lágrimas com os polegares.

- Então para de chorar. – Ele riu. – Não tem porque ficar chorando.

- Eu não consigo controlar isso! – Bufou. E o sorriso de Micael se abriu ainda mais. – Para de rir de mim.

- E quem disse que eu estou rindo de você? – Ele colocou a testa na dela, pouco tempo depois o beijo foi iniciado. Eles mal tinham começado quando ouviram os amigos gritando e batendo palmas. Eles pararam e olharam na direção dos quatro. – Lá se foi o sigilo que eu queria antes.

- Eles já perturbavam antes, agora então. – Voltaram a se encarar, ainda com as testas coladas.

- Então vamos sacanear eles?! – Perguntou com um sorriso maldoso e a loira assentiu. Micael voltou a beijar Sophia, ergueu ela do chão e a mesma enlaçou as pernas em sua cintura. O moreno a imprensou na parede. O beijo não cessou em nenhum momento. Eles arregalaram os olhos e correram pra perto.

- Que porra é essa?! – Lua brigou, mas nenhum dos dois parou. – Se vocês não pararem com isso eu vou ser obrigada a separar vocês com água.

- Não sabe o que quer hein, Lua! – Micael descolou de Sophia e a colocou no chão, na frente dele, escondendo o volume em sua sunga.

- Não precisam fazer sexo aqui. – Ela continuou reclamando, mas os dois riam. – Ainda mais na nossa frente.

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