Ruínas - Capítulo 105

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- Porque essa história de livro novo não vai dar certo, como eu já disse antes, faz tudo parte de quem nós somos hoje. Tudo teve que acontecer pra gente chegar aqui. – Deu um beijinho nele. – E tem coisas que eu acho engraçado.

- Quer dizer que você achou engraçado eu acreditar em você setenta por cento? – Ergueu a sobrancelha.

- Você sabia que o bebê era seu, aquilo tudo foi charme. – Ela rolou os olhos e ele a colocou no chão. – Não vem querer me enganar não.

- Se eu soubesse não tinha pedido um DNA. – Foi a vez de Sophia fazer uma careta e Micael rir. Ela saiu de perto dele indo até a cozinha.

- Isso ai foi tudo ideia daquela songamonga que eu sei. – Pegou uma das batatinhas que Micael tinha fritado um pouco antes. – Você foi embora muito bem naquele dia, pra depois voltar cismado daquele jeito.

- Foi ideia dela sim. – Deu de ombros como se pouco importasse. – Mas eu não fui nem um pouco contra. Eu até gostei da ideia do teste de sangue depois que ela sugeriu. Vamos combinar que cem por cento é melhor do que setenta?

- Besta. – Jogou uma batata nele e em seguida suspirou. – Sinto falta do meu bebê. – Colocou as mãos sobre a barriga reta. – Foi tão pouco tempo mas...

- Não fica triste, a gente ainda vai ter outro bebê e tudo vai ser perfeito dessa vez. Sem desconfiança, sem aquele monte de brigas, sem você se jogar na frente de um carro!

- "Sem se jogar na frente de um carro." – Ela debochou e voltou a comer batatinhas. – A culpa foi completamente sua que foi um estupido comigo.

- Nem fui tanto. – Cruzou os braços e caminhou pra mais perto da mulher. – Você mereceu.

- Você me viu chorando e foi tripudiar! – Apesar das lembranças, o papo era um tanto descontraído. – Saiu pra dizer que amava aquela bruaca dos infernos.

- Primeiro que naquela época a Fernanda era sua amiguinha e não uma bruaca dos infernos e segundo que eu nunca disse que a amava, nem mesmo pra ela.

- Mas você quase me disse isso, se eu não tivesse interrompido...

- Tá louca, eu não lembro o que eu ia dizer, mas com certeza não era isso. Por mais que eu estivesse adorando ver a sua cara de ciúme, eu não diria uma coisa dessas a você.

- Adorando ver a minha cara de ciúme? – Ela fez cara de braba e o fez cair ainda mais na gargalhada. – Larga de ser cara de pau!

- Ué, era o meu momento, impagável foi a sua cara quando a bruaca dos infernos chegou. – Ele se mantinha bem humorado. Ganhou vários tapas de Sophia. – Para com a violência. Você que saiu correndo para o banheiro. – Ele ficou do lado oposto do balcão se protegendo da namorada.

- Eu estava passando mal de verdade. – Ela cruzou os braços com um bico. – Não foi desculpa pra sair da mesa.

- É claro que foi. – Apoiou os cotovelos no balcão e a cabeça nas mãos. – Não vem querer me enganar.

- Eu vomitei horrores no banheiro. – Fez uma careta com a lembrança. – Hoje eu penso que devia ser por causa do bebê. – Voltou a ficar triste e Micael se aproximou dela e lhe deu um abraço. – Eu falei pra Lua e pra Mel no banheiro que quando tudo aquilo passasse você ia me pagar. – A encarou ameaçadora e ele voltou a rir. – Não ri não que a ameaça foi séria.

- E como que eu vou te pagar? – Deu um beijinho em seu pescoço. – Me diz, meu amor.

- Você está jogando baixo. – Tentou se afastar, mas estava presa. – Micael!

- Você quer que eu te solte? – Lhe deu um beijo. – Realmente quer? – Sophia já respirava com dificuldade. – É só falar que eu solto. – Disse no ouvido da loira, mas ela não respondeu, apenas o beijou. Micael a pegou no colo e carregou para o quarto, onde se amaram mais uma vez.


- E como foi na casa da Mel? – Micael tinha o tom de voz descontraído. Os dois estavam sentados à mesa jantando depois do banho. – Você não me contou.

- Por que será que eu não contei? – Ela bebeu um gole de suco e rolou os olhos. – Preciso que me prometa uma coisa.

- O quê? – Franziu a testa surpreso com o pedido.

- Eu quero que prometa, que mesmo com todo ciúme do mundo, você vai conversar comigo ao invés de me tratar mal. Você pode me perguntar o que quiser, desde que não seja grosseiro como foi hoje mais cedo.

- Tudo bem, eu prometo que vou tentar me comportar em relação a isso. – Ela sorriu. – Mas faz o favor de não esquecer de atender o telefone.

- Tá bom, meu amor. – Mandou um beijinho e cortou um pedaço do bife. – A Mel super se animou a me ajudar com a ideia de modelar, ela se empolgou bastante, marcou com o fotografo dela e disse que ia me acompanhar. Também disse que ia mandar meu book pra alguns contatos e tals, me deu várias dicas, o dia foi bem legal!

- Eu fico feliz por você, mas e o Chay? – Sophia suspirou fundo.

- Quando eu sai de lá ele não tinha chegado, mas a Mel disse que ia conversar com ele. – Suspirou. – Acho tão desnecessário ele ser desse jeito, a Mel ama tanto ele.

- Eu sei, mas não podemos mudar a cabeça dele e muito menos a dela por aceitar. – Deu de ombros. – Tomara que dê tudo certo pra você amanhã, me liga pra contar, vou ficar torcendo por você.

- Pode deixar que eu vou ligar. – Comentou animada. – E você, se entendeu com o seu pai de novo? – Micael fez uma careta e na hora Sophia rolou os olhos sabendo que não tinha nada bem. – Já percebi que brigaram outra vez.

- Não. – Ele deu de ombros. – Eu só descobri umas coisas que me deixaram sem vontade de falar com ele.

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