Ao chegar á sala,sua mãe o recebeu dizendo: - Alex,você tem que me dar uma explicação! O que está acontecendo aqui?! Não adianta querer apresentá-la como sua namorada.Antes de chegar eu encontrei bolsas com roupas dela lá no seu armário! Vocês estão vivendo juntos? - Não. - Como não?Não minta! - Não estou mentindo ,mãe. A Raquel está com problemas e não tem onde morar.E vai ficar aqui por uns tempos,só isso. - Ficar aqui?! - Calma Virgínia.Nosso filho deve saber o que está fazendo. Inconformada,a mãe tornou firme: - Que moça aceitaria ficar morando na casa de um rapaz sozinho? - De súbito,ela lembrou: - E ela desmaiou,por quê? Por acaso está grávida? - Ora,mãe!... - Está? E se estiver,tem certea que é seu? - Mãe,por favor! - Alex! Onde você está com a cabeça?! Você sempre foi ajuiado e agora vai andar com qualquer uma?! Encarando sua mãe,ele revidou firme: - Raquel,não é "qualquer uma".E quando eu acreditei ter encontrado uma moça de família,fui traído,agredido,difamado e ainda quase morri. - Isso é um absurdo1 - dizia a mulher,andando de um lado para o outro. - Meu filho coloca para dentro de casa uma qulauqer. Alexandre não suportou e respondeu: - Priemiro: esse apartamento é meu e me sustento.Segundo:eu,infelizmente,não tenho nada com a Raquel. Terceiro: não admito ser recriminado dentro da minha própria casa.Sou bem crescido,mãe. Ainda não percebeu? - Você merece coisa melhor! - Eu não tenho nada com ela! Dá para entender?! - gritou Alexandre ,irritado. - Calma,Alexandre - interferiu o pai. - Não fique assim.Não adianta. O rapaz começou a ficar alterado.Ele sentia seu coração acelerar descompassado.Sentando-se no sofá,esfregou o rosto com as mãos,pois se sentia gelar.Enquanto dona Virgínia não parava de falar. Aproximando-se ,o senhor Claudionor perguntou-lhe em voz baixa. - Você está bem? - Estou,ppai .Eu estou bem.- respondeu o filho quase sussurrando. Sua mãe nem percebeu o que ocorria,o outro assunto era mais interessante para ela. - Virgínia,por favor,abaixe o tom de voz. - pediu o marido,mais ponderado.A mulher considerou e o esposo tornou ainda mais calmo: - á primeira vista essa situação também não me agradou.Mas eu não sei o que está acontecendo.Não temos o direito de deixar o Alex irritado.Será melhor irmos embora. - Como você pode ser tão frio? - Não sou frio,sou cauteloso,Virgínia. - Essa moça não pode ficaa aqui - insistiu a mãe. Alexandre se levantou ,quase enfureciddo e perguntou com voz pausada e forte em grave tom: - Quem é que vai tirar Raquel daqui? Você? Incrédula,sua mãe se calou. - Acalmem-se vocês dois - interfeiu o pai,firme. - Isso está indo longe demais. - E virando-se para a esposa,decidiu: - Virgínia,vamos embora.O Alex está muito alterado hoje e você precisa se tranquilizar.Desse jeito vocês nunca vão se entender. - Isso é um absurdo! - exclamou a mulher,saindo do apartamento sem se despedir do filho. Alexandre baixou o olhar,sentou-se no sofá e ficou calado.Aquela situação o deixou magoado,ele não queria que aquilo acontecesse. O senhor Claudionor se aproximou e lhe disse: - Outra hora,quando tudo se acalmar ,conversaremos melhor,certo,filho? - Certo - respondeu Alexandre,parecendo exausto.Em seguida argumentou: - Pai,não pense que estou irresponsável.A Raquel está passando por uma situação difícil e eu quero ajudá-la. O pai pesnou e argumentou com modos simples: - Ela está grávida? - Não - respondeu quase rindo,porém angustiado. - Você gosta dela ,filho? - Gosto muito,pai.Só que infelizmente,não temos nada. Nem namorado somos. - Por quê? - Agora não é um bom momento para eu explicar e... Sabe ,a história é longa.Outra hora eu conto tudo. - Só mais uma coisa. Preciso saber,pois me preocupo com você,com sua segurança. - Pode perguntar,pai. - Ela é casada ou teve algum companheiro de quem está fugindo? Alexandre sorriu e respondeu: - Não.Ela não tem família aqui.Brigou com o irmão,por causa da cunhada e teve de sair da casa deles. A Raquel trabalha comigo. Acredite se quiser,mas ela nunca teve namorado. O pai sorriu e comentou: - É difícil de acreditar. Ela é muito bonita. E quando ia se retirando,ao beija o filho,este ainda falou: - Obrigado ,pai. Mas pode acreditar. - Você deve saber o que está fazendo,Alex. O rapaz caminhou até a porta e observou o pai ir embora.Ao vê-lo partir,ele entrou e foi atrás de seus remédios,pois acreditou que precisasse deles. E Raquel,como estaria? Indo até o quarto,entrou chamando por ela. Raquel saía do banheiro com uma toalha que segurava,secando o rosto. - Raquel, o que houve? Você está pálida? - O almoço voltou. - E sentando-se na cama,ela falou desolada: - Eu ouvi quase tudo.Desculpe-me,mas não teve como não ouvir. - Eu sei. Alexandre,que também se sentou ,jogou-se para trás e ficou olhando para o teto,sem saber o que fazer.Aos poucos o sono o arrebatou. Ao vê-lo dormindo,Raquel não quis incomodá-lo.Cobriu-o com uma manta,foi para sala onde se encolheu no sofá e por algum tempo ,ficou chorando em silêncio. Bem mais tarde,recomposto,mais ainda chateado com tudo o ocorreu. Alexandre se levantou e ambos ficaram na sala conversando e procurando se distrair com a televisão. O rapaz não suportando a curiosidade que lhe assaltava a mente,perguntou: - Raquel,desculpe-me tocar nesse assunto novamente,mas... você tem vinte e um anos e... - Vinte e dois.Completei vinte e dois semana passada -ela respondeu,interrompendo-o. Alexandre sorriu e admirou: - Você fez aniversário e não falou nada? Só por vingança,não vou avisála sobre o meu. Raquel sorriu e revelou: - Não fui acostumada a comemorações no dia do meu aniversário.Sempre foi uma data comum lá em casa. Ninguém nunca se importou. Ele lamentou em pensamento o modo como ela havia sido criada,mas não disse nada. Aos poucos percebia que Raquel teve uma vida sem carinho,sem compreensão e com muitos maus-tratos. Isso era uma pena,pois via em Raquel uma pessoa meiga e atenciosa. Abandonando aqueles pensamentos,perguntou o que era de seu interesse: - Com quantos anos sua filha está? - Três anos. Na véspera de Natal ela completará quatro anos. Após breve pausa,ee tornou: - Falar sobre ela a magoa? Raquel ficou pensativa,depois respondeu ,com modos simples. - Não. Se bem que não estou acostumada a conversar sobre isso. Mas não fico triste quando penso em Bruna. - Se você tivesse a oportunidade de vê-la,aproveitaria? Ela ficou em silêncio,refletiu,depois retrucou: - Tenho medo. - Por quê? - Não sei,Alexandre.Ás vezes pesno muito nisso.Desejo vê-la e... Quando isso ocorre om intensidade,tenho sonhos ruins. - Que sonhos? Com nítido medo ,ela revelou: - Eu a vejo no casebre,sendo agredida por ele... - Já pensou em procurá-la e saber como ela está? - Sim.Mas não sei como vou encará-la eu... Não sei se tenho forças,coragem. Atualemnte não estou conseguindo ne suprir as minhas necessidades ,se a tiver comigo então... - Ela tem boa saúde? - Não sei. Ás vezes acredito que não,por ser filha do avô. Alexandre acreditou que sua posição de arrimo a obrigava responder ás suas perguntas. Ao perceber que a entristecia,mudou de assunto,mas começou a se determinar a procimar Raquel de sua filha. - Amanhã,la no serviço ,não se manifeste.Finja que nada aconteceu.Nem olhe para Alice. - Nem sei como vou me comportar.Você viu ,hoje,aqui com seus pais? Além da maior vergonha,eu o deixei numa situação difícil. - Aquilo ia acontecer de qualquer forma.Não tem problema. - Sua mãe está magoada. - Ora! Eu também. Por que ela não foi mais ponderada para ouvir e acreditar em mim? - Após pequena pausa,ele prosseguiu com o outro assunto: - Mas,sabe,lá no serviço,aja normalmente.Vão fazer perguntas.Talvez Alice faça fofocas ou nos vejam chegando juntos... - E se alguém perguntar alguma coisa? - Quando queremos as coisas não vamos pedir a ninguém,certo? Então não temos satisfações a dar. Se alguém,diga: " Estamos morando juntos.Por quê?" A pessoa vai ficar sem graça e não terá mais o que falar. - Que situação chata! - Ora! Por quêSeprepare,pois é isso o que vou dizer,tá? E não vejo a hora! Raquel arregalou os olhos e ele riu gostosamente,se divertindo com a situação. Entretanto afirmou: - Sou capaz de dizer que vamos nos casar só para ver a cara do pessoal. - Não.Ficou louco?! - Ah! Fiquei,sim! - afirmou ele sorrindo,desfechando com uma gargalhada e completando: - Aos loucos ninguém pede informação.Pode ter certeza de que não vão nos incomodar se eu falar assim. Preocupada,Raquel pediu: - Não fala isso,Alexandre. Já estou tão constrangida por estar aqui com você e... - E?... - Está sendo difícil me acostumar e encarar a todos por favor. - Isso só no começo. Depois passa. Raquel estava preocupada,enquanto ele a olhva sorrindo e com ternura.
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Um motivo para viver
SpiritualRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...