No caminho,Raquel despertou e quase gritou pelo susto. - Calma,sou eu.Fica tranquila.Sou eu - avisou brandamente. Ela o agarrou na camisa temerosa e ele acabou de levá-la para o quarto,colcando-a sobre a cama.Observando-a viu que ela estava como que assombrada com sua reação. Com modos quase frios,Alexandre justificou: - Cheguei agora.Fui assistir á televisão e você estava no sofá.Não queria incomodá-la,por isso a trouxe. Desculpe-me pelo susto. Com voz fraca,ela respondeu: - Desculpe-me por ter ficado lá,eu... Interrompendo-a,ele argumentou: - Não se preocupe com isso.Está tudo bem. Quando se virou para sair,Raquel ia se levantando ao perguntar: - Você jantou? -Preparei um lanche.Pode dormi sossegada. Ao vê-lo sair,Raquel consultou o relógio. - Quatro e vinte! Onde ele esteve até áquela hora? - resmungou. - Alexandre estava tão diferente e frio.Que estranho. Na manhã seguinte ela se preocupav era quase meio-dia e Alexandre não tinha saído do quarto. Não sabia se deveria chamá-lo ,isso talvez não ficasse bem. Lembrou-se de que ele entrava na suíte quando estava preocupado ,ou quando precisava ,ela não poderia fazer o mesmo. No entanto,lembrou que aquele apartamento era dele. E se Alexandre tivesse levado alguém para seu quarto? Ele era homem e o dono da casa. Raquel começou a se envenenar sozinha com inúmeros pensamentos conflitantes. Lembrando que Alexandre tinha problemas cardíacos,pensou que ele pudesse ter passado mal.Sim,poderia ser isso. Além de tudo,ela seria culpada uma vez que o fez ficar nervoso. Preocupada e cautelosa,ela foi até o quarto e batendo suavemente ,chamou: - Alexandre,tudo bem? Nada.Ele não respondia.Após tentar novamente,sem obter nehuma resposta,Raquel abriu a porta,espiando ao chamar: - Alexande? - Entra... - respondeu ele,com voz grave e baixa. -Posso acender a luz? - pediu ela,pois apesar de meio-dia as janelas fechadas e as cortinhas escureciam o quarto. -Pode. Ao vê-lo mais perto,notou que encharcado se suor.Raquel sentiu um odor horrível,percebendo que ele havia vomitado no chão. - Alexandre! O que é isso?! - assustou-se ela. O rapaz se largaara sobre a cama,não se importando com seu estado. - Você precisa de um médico! - Ao tocá-lo,falou: - Está com febre. - Acho que sim - murmurou ele,falando lentamente. -"Acho ",não! Você está queimando! Meus Deus! O que eu faço?! Lento e com dificuldades até para tentar se mexer,Alexandre perguntou: - Você dirige? - Não,mas vou chama a sua irmã,agora. - Não... - disse o rapaz,ao vê-la sair. - Vou sim! - afirmou ela sem lhe dar importância. Pouco depois,após falar com a mãe de Alexandre,explicando seu estado,Raquel retornou ao quarto. - Vamos ,sente-se - pediu ela,quase ordenando. - Você tem que trocar essa camisa. - Não precisa. - Precisa ,sim. - Observando seu estado,perguntou: - Você não conseguiria tomar um banho sozinho? - Acho que não - explicou ele,quase se largando. Comdificuldade,Raquel tirou-lhe a camsa e o fez lavar o rosto. Alexandre encontrava-se tão mal que precisava se amparar no ombro da moça. Em seguida ,ela limpou o quarto antes que a imrã e a mãe dele chegassem e minutos depois isso aconteceu. - Onde ele está? - perguntou dona Virgínia,preocupada. - No quarto. As três levaram Alexandre ao médico,retornando bem mais tarde. Já de volta,em sua casa,ainda com certo mal-estar,mesmo depois de medicado ,Alexandre,após tomar banho demoradoestava deitado no quarto e não se importava com o que acontecia á sua volta. Agora,menos aflita,dona Virgínia procurou por Raquel que preparava um chá para Alexandre e um café para elas.Ao chegar á cozinha,chamou calmamente: - Raquel? -Senhora - respondeu Raquel sentindo-se gelar,além de ser primeira vez que se via sozinha com dona Virgínia,acreditou que ela iria adverti-la por algo. - Agora,mais calmas podemos conversar.O que aconteceu? - perguntou tranquila. Embaraçada,exibindo-se muito constrangida, Raquel contou: - Nós chegamos do serviço ontem, e bem o Alexandre não quis jantar dizendo que iria sair. - Você não foi com ele? - Não,senhora. - Por que ,ele não a chamou? Abaixando a cabeça ,a moça respondeu: - Não. - Onde o Alex foi? - Não sei dizer,dona Virgínia.Ele não me contou e quando chegou ,já era tarde e nós não conversamos direito. - A que horas ele chegou? - Por volta das quatro. Após alguns segundos,desconfiada a mãe do rapaz perguntou: - Vocês brigaram? Raquel demorou de responder,mas por fim disse: - Não. - Sente-se aquei,Raquel. A moça sentiu-se esfriar ainda mais acreditando que a mãe de Alexandre poderia querer desmoralizá-la por tudo,principalmente por aquela situação.
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Um motivo para viver
SpiritualRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...