No instante em que esclareciam os fatos,espíritos sem instrução e dispostos a comprometer negativamente a conversa começaram a envolver a mãe de Alexandre a fim de fazê-la maltratar Raquel. Dona Virgínia,mulher que sempre foi educada e compreensiva,apesar de procurar se conter a fim de não magoar a moça,acabou se deixando levar pelo envolvimento que sofria e mesmo não tendo se estrapolado,uma vez que o objetivo dos companheiros desencarnados era o de vê-la ainda mais irritada e nervosa,passou péssimas impressões e criou pesarosas vibrações para Raquel. Agora, a amiga de Alexandre estava se sentindo incrivelmente mal,como se não bastasse tudo o que lhe ocorria de ruim,a mãe de seu amigo lhe ofendera e magoara. A moça teve de criar forças para não chorar naquele momento. Levantando-se,pegou o café que havia preparado e levou para Rosana e dona Virgínia,que estavam no quarto junto a Alexandre,e para ele um chá,saindo logo em seguida. Pouco depois,Rosana foi á procura de Raquel,com os olhos vermelhos se encontrava na lavanderia. - O que está fazendo?Ora deixa isso para a Lurdes. -De jeito nehum - respondeu Raquel,escondendo o rosto entre os cabelos para que a outra não visse. - Raquel,o que foi? Ela ainda com a cabeça abaixada,respondeu: - Prefiro não conversa agora.Sua mãe está aí e... A amiga compreendeu e argumentou: - Não fique assim.Depois conversamos. Raquel não respondeu,continuando com o que estava fazendo e Rosana,ignorando ser sua mãe a causadora daqueles sentimentos,preferiu deixá-la só. Mais tarde,quando se despedia a mãe de Alexandre falou: - Raquel,desculpe-me se fuitão sincera com você. Mas eu disse o que meu coração pedia. - Do que você está falando mãe? - perguntou a filha,sem entender o que se passava. - Nada. Depois conversamos - respondeu-lhe .Voltando para Raquel continuou: - Você fez bem em ter nos chamado. Lembre-se ,o Alexandre não pode tomar qualquer medicamento.Por favor qualquer coisa,nos avise imediatamente. - Pode deixar,dona Virfínia,cuidarei bem dele. Depois que elas se foram.Raquel voltou ao quarto para confirmar se ele estava bem ou se precisava de algo. Ao vê-la,Alexandre deixou um largo sorriso iluminar o seu rosto pálido e pediu: - Vem cá.Sente-se aqui. Após aceitar o convite ,ela comentou: - Você me assustou. Rindo,ele brincou: - Você vai sobreviver a isso. - O que comeu para lhe dar um problema gástrico infeccioso? Você teve até febre!Nossa! - Deram o nome de entrite. - Pouco importa o nome,O que você comeu? - tornou Raquel com simplicidade. Recostando-se ,ele respondeu: - Nem sei. Não comi muita coisa.Até cheguei com fome.Preparei um lanche e só depois comecei a não me sentir muito bem,nem o comi direito. - Onde você foi? - pergunto automaticamente,sem se ar conta de sua curiosidade. Sem perceber o que falava e fugindo-lhe ao olhar ele respondeu: - Não quero falar sobre isso. Raquel,parecendo irritada,ia se levantando ao dizer: - Desculpe-me por ser indiscreta.Não tenho nada com isso.E... Rápido,Alexandre a segurou pelo braço e falou sério,encarando-a firme: - É importante para você saber onde fui? -Preocupo-me com você.Gostaria de saber .Só isso - afirmou descontente. Ele simulou um sorriso com o canto da boca,respondendo: -Eu não estava com nenuma mulher,não. - Segurando-lhe com delicadeza,compleotu: - Eu não poderia traí-la,Raquel. Se você quer saber,eu digo. Fui a um barzinho.Fiquei sozinho o tempo todo.Algo que não fazia há muito tempo fiz. Tomei uma bebida,o qe não deveria ,Comi algo que nem sei direito o que era,mas senti gosto de maionese. - Angustiado,confessou: - Sabe,eu não parava de pensar no que aconteceu,Desrespeitei você. Traí sua confiança.Ao mesmo tempo fiquei confuso.Fiz o que mais desejava... Você entende? Entrei em confilto comigo mesmo. Apesar de tudo,quero que me perdoe. Raquel com olhar baixo,tentou se levantar,mas ele não a largou ,insistindo: - Você me perdoa,Raquel? - Não vamos falar sobre isso.Preciso ir,tenho que arrumar algo para você comer. - Não quero comer nada. Responda-me,você me desculpa? Ela ficou em silêncio,despois continuou: - Não tenho que desculpa-lo.Você não ofendeu. - Mesmo? - Eu me assustei,eu... Alexandre percebeu algo estranho,Raquel parecia estar cedendo,ele sentia. - Sua irmã tinha razão,ela gostava dele,só não admitia,não sabia como admitir nem como tratá-lo. - Perdoe-me se eu a assustei - pediu o amigo com o olhar suplicante e voz terna tentando envolvê-la. Ela abaixou o olhar novamente e ele pediu: - Você pode me dar um abraço? Raquel o encarou,ficou confusa,mas por fim aproximou-se e o abraçou com cuidado. Ao tê-la junto de si,sussurrou: - Obrigado,Raquel. Obrigado por cuidar de mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um motivo para viver
SpiritualRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...