Bem mais tarde,Raquel e Alexandre se encontrariam no shopping a fim de conversarem sobre o assunto tão importante que ele anunciou.Esquecendo-se das promessas que fizera a sim mesmo,Alexandre tinha vontade de se declarar apaixonado,mas deveria ter paciência.Raquel era diferente e estava com problemas. Então ele resolveu guardar seus sentimentos e cuidar dos assuntos materiais.Ele poderia se conter. Muito decidido,Alexandre estava sério e com semblante exibindo preocupação.Sentando diante dela,avisou: - Raquel,quero lhe fazer uma proposta.Primeiro ouça tudo o que tenho para dizer.Tudo ! Entendeu? - Ela o encarou e ele prosserguiu: - Eu moro sozinho e não tenho muitas despesas.O apartamento é meu. Não é muito grande,mas tem três quartos.Um é suíte,um eu uso como escritório e o outro eu guardo algumas coisas,e ele é meio bagunçado.Esse quarto que tenho como escritório não tem muita coisa,nele eu posso colocar uma cama e... - O que você quer dizer com isso,Alexandre? - perguntou ela entendendo a proposta do colega. - Espere.Ouça ,por favor - pediu ele,tentando explicar,depois continuou: - Você poderia vir morar comigo.Eu passo a dormir no escritório e você fica com a suíte,será mais próprio adequado para... - Você ficou louco?! - Não! Espere! Raquel ajeitou a alça de ua bolsa em seu ombro e foi levantando quando Alexandre a segurou,pedindo: - Por favor,Raquel.Espere-me terminar.Vamos conversar como dois adultos inteligentes e racionais.Não fuja da situação.Por favor. - Eu não vou morar com você! - respondeu ela ,quase sussurrando.- Isso é um absurdo! Onde já se viu?... - Sente-se Raquel.Não chame a atenção. Raquel sentou-se e ele prosseguiu: - Será por pouco tempo.Podemos até estipular um prazo de três ou quatro meses.Só até você guardar certa quantia para comprar o que precisa e montar uma casa.Aceite,por favor.É uma boa alternativa. Ela suspirou nervosa,exibindo seu desagrado,e depois falou: - Olha,Alexandre,eu venho comentando com você os meus problemas como um desabafo.Não quero envolvê-lo em minhas dificuldades.O fato de ser meu amigo não lhe dá a obrigação de ter que me ajudar.Se eu soubesse que iria ser assim... Alexandre percebeu que não teria chances.Não conseguiria convencê-la. Após breves instantes,ela concluiu: - Se quiser continuar sendo eu amigo,vou sugerir,por favor,me entenda e não force a aceitar seu convite.Eu sei foi com boa intenção,mas... - Está bem,Raquel.Esquece. Não vamos mais falar nisso. Mas tome cuidado com sua cunhada. O silêncio reinou por longos minutos. Alexandre,para disfarçar sua decepção,começou a falar sobre o carro novo que havia comprado e que dera o outro como parte do pagamento. A conversa seguiu sobre ascoisas corriqueiras até que Raquel,olhando a hora,informou: - Preciso ir embora. - Posso levá-la para casa? Diante da humilde ternura que ele colocou no tom de voz e do olhar que parecia suplicante ao encará-la,Raquel não teve conragem de recuar. Após deixá-la em frente de casa,Alexandre se despediu com um nó a engasgar-lhe na garganta.Algo estava errado.Ele sentia.Seus olhos estavam umedecidos e uma vontade de chorar o amargurava. A custo conseguiu conter-se. Raquel,percebendo seu estado sensível,perguntou antes de descer do carro: - Você está bem? Disfarçando o olhar,sem encará-la,ele admitiu: - Sim.Estou. - Não está sentindo nada? - Não - dissimulando com um sorriso generoso,ele fugia do seu olhar. - Não se preocupe,Raqquel.Estou bem.Pode ir tranquila.Ah! Tome! - disse buscando no porta-luvas do carro um bloco de anotações e uma cante .Logo explicou: - Sempre quis te passar o telefone do meu apartamento e acabo esquecendo. Após anotar o número no papel,entregou-o para Raquel que admirou: - Nossa! Que número fácil de ser lembrado! - É verdade.Se precisar,não se acanhe.Ligue-me a qualquer hora.Sei que não vai esquecer. - Obrigada.Vou me lembrar. Raquel desceu do carro e entrou. Mais uma vez eles não perceberam que Marcos e Alice os observavam de dentro a residência. - Veja você mesmo.Ela chegou em outro carro,com outro cara. Marcos só observou,sem dizer nada.Mas seus pensametos fervilhavam indignados.
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Um motivo para viver
SpiritualRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...