Chegando ao apartamento,Alexandre ao fazer-lhe um carinho,pediu-lhe: - Raquel,tome um banho e vá se deitar. - E,passando a mão no ventre que nem se avolumara ,ele falou: - Precisa cuidar do nosso nenê.Descanse que eu olho a Bruna. - Preciso preparar algo para almoçarmos.Não tenho nada pronto. - Vamos fazer o seguinte,daqui a pouco eu saio e compro alguma comida pronta.Certo? - ele decidiu. Raquel concordou.Ela tomou um banho e se deitou. Não dormiu,mas ficou quieta em seu quarto.O marido ficou com a filha,procurando não incomodar Raquel. Após alguns minutos,ela começou a se sentir mal,mas acreditou que fosse pelo cansaço. Suas pernas doaíam muito. Ela sentia algo em suas costas,na região dos rins,como que uma contração e achou que fosse pela má acomodação das últims horas. Mais tarde Alexandre foi ver como ela estava e ao perceber que estava acordada,falou: - Pensei que estivesse dormindo. - Não consegui. -Você está bem? - Estou muito cansada.Sinto tontura. - É melhor eu levá-la ao médico. - Ele vai dizer que preciso descansar,não precisa. Não quero ir. - Com lágrimas que brotaram imediatamente,ela falou sentida: - Não consigo parar de pensar na Rô. - Nenhum de nós consegue. Eu também... - Ele parou de falar ,ao perceber que poderia não conter sua emoção. Raquel,muito sensível,lamentou: - Ela foi minha única amiga.Minha melhor amiga... Alexandre a abraçou com ternura e pediu: - Não fique assim,meu bem.Eu sei que está sofrendo.Eu sei que a ama...Mas procure ficar tranquila.Não se desgaste mais. Pense no nosso filho... - Eu não contei pra Rô. - Nós contamos para fazer uma surpresa.Não foi por egoísmo. Alexandre apoio-a em seu ombro e ficou afagando-lhe até percebê-la mais calma. Passados alguns minutos,vendo-a serenar,ele avisou: - Está na hora do almoço.Preciso ir comprar algo,a Bruna deve estar com fome. - Vá.Eu estou bem. - Tem certeza? -Tenho. Ele beijou-lhe a testa e avisou: - Eu já volto.Vou levar a Bruna comigo. - Não,bem.Deixe-a aí. Alexandre ficou pensativo e depois decidiu: - É melhor,assim volto mais rápido.Ela está quietinha brincando lá na sala com um quebra-cabeça que a ... - ele deteve as palavras,ao lembrar que fora um presente de Rosana. Raquel percebeu,mas nada comentou,e pediu: - Deixe a porta do quarto aberta.Daqui eu escuto o que está aconcendo e dou uma olhadinha. Beijando a esposa antes de sair,ele insistiu: - Você está bem? - Só minhas pernas doem. Estou cansada.Mais nada.Fique tranquilo. -Eu já volto ,tá? O tempo foi passando e Raquel achou que o marido demorava muito. - As dores,que antes sentia de modo a sportar,agora aumentavam de intensidade e outra contração,muito forte,na região do baixo ventre,começou a ocorrer.Ela não sabia o que fazer. Mesmo sentindo-se mal,Raquel levantou-se apoiando nos móveis e foi até a sala,onde Bruna Maria distraía-se com o brinquedo de montar. Indo até a cozinha,lembrou-se de que não poderia tomar qualquer analgésico por causa da gravidez. Sentindo-se gelar e um topor que a deixou tona,curvada pela dor que a arrebatava,Raquel chegou até a porta entre a sala e a cozinha e falou para a filha,com voz fraca e ofegante,que mal saía: - Filha... Liga para o papai... - O que foi,mamãe? - Diga para o papai vir logo que a mamãe não está bem. Raquel perdeu as forças e caiu. Bruna,assustada,sacudiu-a chamando e por não ter resposta,ecidiu telefonar para o pai,mas não conseguia. Por inciativa própria,Bruna telefonou para os avós. - Dona Virgínia - dizia a empregada -,telefone pra senhora. Desolada,a mulher solcitou educada: - Pede para a Vilma atender para mim,por favor. Imediatamente a empregada avisou: - Mas é a Bruna e ela está chorando. - Bruna?! Dê-me aqui,por favor. A mãe de Alexandre se assutou com a notícia e atendeu rapidamente a ligação. - Aqui é a vovó,filha.O que aconteceu? - Vocòa mamãe pediu pra eu ligar pro papai,mas eu não estou conseguindo - dizia a garotinha ,com voz de choro. - Eu ligo,ligo e não acontece nada.Ele não responde. - Onde está a mamãe,Bruna? - perguntou a avó,quase desesperada. - A mamãe caiu aqui na sala e não se mexe.Ela também não responde. - E o papai? - Ele disse que já volta,mas está demorando.Ele foi comprar o nosso almoço. Nesse momento,Walter e o senhor Claudionor ,que chegavam na sala,ficaram preocupados e atentos á conversa. - Bruna,filhinha,fique quietinha aí que a vovó já está chegando ,tá? -Vovó? - Fala,querida. - Eu estou com medo.A mamãe está cheia de sangue em volta. Dona Virgínia teve que arancar forças das entranhas da alma para manter a calma e aconselhar: - Bruna,querida faça o seguinte,pegue um cobertor e cunra a mamãe,ela pode estar com frio.Ponha também um travesseiro mbaixo da cabeça dela.Faça isso,mas não delsigue o telefone,volta para você ficar conversando com a tia Vilma até a vovó chegar aí. Você entendeu,meu bem? - Entendi.Mas estou com medo. -Olha,Bruna,se você cobrir a mamãe,você mão vai mais ver o sangue e ela vai ficar quetinha. Agora seja boazinha vai pegar um uma coberta,está certo,meu bem? A menina concordou e dona Virgínia contou a todos o que havia acontecido. Vilma ficou conversando com Brun por telefone,enquanto o senhor Claudionor,Walter e dona Virgínia foram rapidamente para o apartamento do Alexandre. Ao chegarem lá,Raquel ainda estava desfalecida. Bruna cobrira a mãe conforme o pedido ,mas chorava porque só conseguiu trazer o lençol que estava sobre a cama e não alcançara o cobertor que estava em um lugar alto no armário. - Venha querida,vem aqui com a vovó.Isso não tem problema. - Meu Deus! - alarmou-se Walter ao pegara cunhada desmaida e levá-la para o quarto. - É uma hemorragia muito forte,dona Virgínia,não podemos perder tempo.Pegue a bolsa dela com os documentos e vamos para o hospital agora. Ainda sem sentidos,Raquel foi levada para o hospital ás pressas. Minutos depois,trazendo a refeição que fora buscar,Alexandre chegou ao partamento e estranhou ao encontrar no corredor um lençol com manchas de sangue. - Raquel! Bruna!!! - chamou ele em desespero e ao entar em seu quarto,observou que havia sangue também sobre a cama. Alexandre sentiu-se mal. Ele começou a esfriar quando o telefone tocou,e precisou de muita força para reagir e precisou de muita força para reagir e atender. - Vilma!... A irmã avisou do ocorrido,e ele perguntou gritando: - Para onde eles a levaram?! Logo soube,ele saiu em desespero para o hospital. Ao chegar lá encontrou Walter ,pois seu pai havia levado dona Virgínia e Bruna para casa,uma vez que a menina ainda estava assustada. - Calma,Alex. - Como calma! - gritou ele aflito,esfregando o rosto com as mãos. -Sente-se aqui - pediu o cunhado,tentando conduzi-lo com a mão sobre seu ombro. Alexandre aceitou o pedido e Walter acomodou-se a seu lado ainda com a mão sobre seu ombro para confortá-lo. - Você falou com ela? - perguntou Alexandre. - Não. Quando chegamos ,ela estava sem sentidos.Nós a trouxemos para cá o mais rápido possível. - Fitando-o,Walter avisou: - O médico virá,daqui pouco ,falar com você. Alexandre estava pálido,parecia exausto. Diante de seu silêncio,Walter perguntou: - Você está bem?Está sentindo alguma coisa,Alex? Após alguns segundos,o cunhado respondeu de forma mecânica e desanimada: - Acho que estou. Não sei o que estou sentindo. -Como assim? - tornou Walter ,olhando-o assustado. - Estou sentindo um torpor. Não sei se é o cansaço físico,emocional... - Seja forte,Alex. A Raquel vai precisar .Você sabe... A gravidez é muito recente e... Ela ficou muito nervosa. A Rô era sua melhor amiga e... Se todos nós estmaos assim,imagina ela,gravida,tão sensível ... A hemorragia foi muito forte.Você foi ao apartamento e deve ter visto.Ela perdeu muito sangue. - Eu sei.Já pensei nisso. Tendo passado poucos minutos,Alexandre argumentou: - Como a Raquel vai reagir se... Não suportando a angústia e a flição,ele começou a chorar,escondendo o rosto entre as mãos e revelou: - Eu quero tanto esse filho! Quero tanto a Raquel! Se algo acontecer a ela...Deus! Walter não sabia o que dizer. Não havia palavras que pudessem confortar Alexadnre naquele momento. Ele somente passava-lhe a mão no ombro em sinal de apoio. O cunhado sofria muito com tudo o que lhe ocorria.Como se não bastasse a perda da irmã,agora a esposa e o filho tão desejado,poderiam estar correndo sério risco. Após alguns minutos,o médico surgiu e perguntou: - O marido de Raquel é? - Sou eu doutor - apresentou-se ele - Meu nome é Alexandre. - Senhor Alexandre - disse o médico ,com modos frios e sem rodeios -, sua esposa acaba de perder o bebê.Eu sinto muito.Só que necessitamos fazer uma curetagem. - Como ela está? - A dona Raquel recobrou os sentidos.Ela está nervosa,muito assustada e não sse deixa examinar,mesmo após o tranquilizante que ministramos.Precisamos lhe dar uma anestesia geral.Ela teve uma hemorragia muito forte e perdeu muito sangue.Isso é perigoso. - Posso vê-la ,doutor? O médico pensou um pouco e respondeu: - Só por alguns instantes antes que a levem para a sala de cirurgia. Venha comigo. Alexandre esteve com a esposa por alguns minutos. Ela chorava muito e quase não conseguia falar. Realmente Raquel estava em desespero. Logo depois ele voltou para a sala de espera e ficou com Walter aguardando notícias. Walter virou-se para o cunhado e observou: - Alex,eu não estou gostando de vê-lo como está. Daqui a pouco terei que fazer a sua internação,também. Somente nesse momento Alexandre ofereceu um sorriso e a falou: - Estou bem.Não se preocupe. - Decidindo ,avisou: - Vou telefonar .Quero saber como está a Bruna e é proibido o uso do celular em hospitais,interferem nos equipamentos médicos...
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Um motivo para viver
SpiritualRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...