Horas depois ,os pais de Alexandre,Rosana e Raquel estavam na sala de espera de um hospital.Decorrido longo tempo,o médico que cuidava de Alexandre e que fora acionado,trazia algumas notícias. - Agora o estado dele é estável.Alexandre está no CTI e vai permanecer lá por alguns dias. - Dias! - exclamou Raquel. - Sim. É por segurança e para avaliação. - Podemos vê-lo,doutor - pediu a mãe. - Só amanhã. - Doutor,o senhor pode nos dar um parecer melhor - interessou-se o pai. - Desculpe-me,senhor Claudionor.No momento não tenho muito o que dizer. Vocês conhecem o problema do Alexandre.Somente após alguns exames,que realizaremos o quanto antes,poderei ser mais preciso.No momento,o que posso dizer é que ele chegou a ter uma parada cardíaca,como suspeitavam ,mas agora,de um modo geral e dentro do quadro apresentado,seu estado é estável,o Alexandre tem que ficar em observação e monitorado por aparelhos. Amanhã,logo após examiná-lo novamente,poderão falar com ele. Os pais de Alexandre voltaram para casa e Rosana levou Raquel para o apartamento,dormindo lá para lhe fazer companhia. Raquel estava aflita,mas conseguia conter o choro.Ela e Rosana conversaram até bem tarde e mesmo depois elas não conseguiram dormir.
Na manhã seguinte,Rosana decidiu que não iria á faculdade e mais tarde,todos foram ao hospital ter notícias de Alexandre. - Somente duas pessoas para visitar o paciente - informou a atendente da recepção do CTI. - Que absurdo! - protestou Rosana. - São normas do hospital,meu bem - orientou a moça ,com gentileza. Os pais de Alexandre se entreolharam e o senhor Claudionor pediu: - Virgínia ,vai você e a Raquel. - Não! - exclamou Raquel imediatamente. - Não podem fazer isso! Ponderado,ele orientou: - Filha,tenho certeza de que o Alex vai preferir você e não a mim.Faça o que eu estou pedindo,é para a recuperação dele. Não tem problema,amanhã eu vou vê-lo. Assim foi feito. Ao ver Raquel,Alexandre se emocionou. Ele estava deitado e não podia se mover muito. Mesmo com a recomendação de não tocar no paciente,Raquel beijou-lhe a testa e lhe fez um carinho no rosto. Ele estava fraco e com dificuldade ,perguntou: - Você está no apartamento sozinha. - Não. A Rô dormiu lá comigo. Lágrimas rolaram pelo canto dos olhos e Raquel as aparava com carinho. - Eu não queria estar aqui - disse ele,quase sussurrando. - Eu sei. Mas é preciso.Há tempos eu percebo que você não vem se sentindo bem e não tomou nenhuma providência.Agora tem que se cuidar. Os poucos minutos de visita se escoram rapidamente. Quando Raquel precisou ir,Alexandre segurou sua mão com cuidado e pediu baixinho. - Dê-me um beijo. Ela ficou pesarosa,permanecendo parada.Mas criado uma força que desconhecia,olhou-o nos olhos,aproximou-se dele carinhosamente beijou-lhe os lábios falando ao ouvido. - Fique bom logo.Eu te amo,Alexandre. Preciso de você. - Também amo você,Raquel - afirmou ele. - Amo muito! Ela se foi e logo dona Virgínia entrou. Também emocionada,a mãe não respeitou as normas e abraçou o filho,beijando-o também.Eles conversaram e antes,de ir,Alexandre pediu: - Mãe cuide bem da Raquel ,para mim,por favor. - Claro,filho. Cuidarei dela com filha.Eu prometo. Ao sair do CTI dona Virgínia abraçou-se a Raquel.Ela estava emocionada ao reconhecer o quanto a moça era importante para seu filho. Rosana as abraçou e Raquel teve uma forte de crise de choro. - Vamos lá para casa ,Raquel - pediu a mãe de Alexandre,ao vê-la melhor. - Fique conosco. A Vilma precisa ir embora amanhã.Ficaremos tão sós. - Isso,Raquel.Vai lá para casa - incentivou Rosana. - Passaremos no apartamento,pegaremos algumas coisas e você vem conosco. Raquel,indecisa ,sentia-se só e desprotegida com a ausência de Alexandre. Acreditando que com eles estaria melhor,ela aceitou o convite.
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Um motivo para viver
EspiritualRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...