Chegara o mês de dezembro e todos,muito alegres,se preparavam não só para festas de fim de ano,mas também para o primeiro anivarsário que Bruna passaria com a família. Pelo fato da menina fazer aniversário na véspera do Natal,foi decidido que sua festa seria feita um dia antes,na casa dos pais de Alexandre ,onde tudo estava correto provavelmente poucos amiguinhos compareciam devido á reunião de família nesse dia comemorativo. Dona Virgínia se encarregara de convidar as crianças vizinhas,filhos e netos dos amigos. No dia tão esperado,tudo estava muito animado.Alexandre tinha que ir,vez ou outra até o portão receber os convidados que chegavam. Para sua surpresa,em uma das vezes em que isso se dera,Sandra,sua ex-noiva,surgiu repentinamente logo atrás de um convidado,e após entrar disse: - Há muito eu quero falar com você. Raquel,precisava de Alexandre para algum detalhe e percebendo sua demora,por ir atender alguém ao portão,decidiu ir atrás dele. De longe viu quando o marido com uma moça,mas só ao se aproximar reconheceu que era Sandra,a ex-noiva,e só ela falava: Ao se aproximar ,Raquel ouviu: - Essa é sua mulher? - O que está acontecendo aqui? - perguntou Raquel séria,mas com modos simples. Voltando-se para Raquel,a moça se apresentou ,estendendo-lhe a mão,e dizendo: - Olá,Raquel.Meu nome é Sandra.Desculpe-me,mas há algum tempo eu venho tentando falar com Alex.Para mim,isso é muito importante. Pronunciando-se pela primeira vez,Alexandre determinou com voz grave: - Quero que vá embora daqui. Não temos nada para conversar. - Após alguns segundos,ele disse em voz baixa e sisuda.- Só não a coloco para fora por que não quero estragar o aniversário da minha filha. Por isso,exijo,gentilmente,que vá embora. - Não posso tirar sua razão.Depois de tudo o que eu fiz,você tem todo o direito de me desprezar. - Fora daqui... - sussurrou Alexandre ,intimidando. Raquel interferiu,dizendo baixinho para não atrair atenção dos outros: - Alexandre,clama,por favor. - Virando-se para a ex-noiva do marido,Raquel pediu com delicadeza: - Sandra por favor ,será melhor que essa conversa aconteça em outro momento.Veja,temos muitos convidados,não ficaria bem. Eu acredito que você tem bom senso e que pode me entender. Prometo que terá essa oportundade,mas em outro momento,por favor. Sandra,sem mais nenhua palavra saiu e sorriu com simpatia para Raquel,ao dizer: - Eu a entendo ,sim. Obrigada,Raquel. Desculpe-me. Alexandre fechou o portão,que ficava nos altos muros daquela residência,encostou-se nele,virou-se para a esposa e perguntou: - O que será que fiz para essa criatura? - Você está bem? - Estou ótimo.Isso não vai estragar este dia. Alexandre a abraçou e eles voltaram para a festa,que estava muito divertida com os enfeites ,brinquedos e os animadores contratados. Á noite,Bruna Maria estava exausta e os pais mais ainda. Raquel escondia seus pensamentos do marido,mas esava desejosa de saber o motivo que levara Sandra a procurá-lo com insistência.Pensou em entrar em contato com a moça,mas o que diria? Raquel resolveu não procurar detalhes desnecessários naquela hora,afinal,ela e Alexandre estavam bem e não precisavam de problemas. Ficar tranquila e quando houvesse oportunidade,tentaria conversar com Rosana a respeito daquilo. Logicamente a cunhada saberia orientá-la.Após ver a filha que dormia tranquila,ela procurou pelo marido,que saíra do banho há tempos e se largara sobre a cama de qualquer jeito.O quarto na penumbra e o cansaço definitivamente facilitaram seu sono rápido e pesado. Com sua voz suave,Raquel o chamou: - Alexandre,deita direito,meu amor. Ele resmungou sem se mexer e continuou como estava. - Deita direito,bem.Você está torto. Entorpecido pelo sono,mediante o pedido da esposa,ele tentou se ajeitar,mas logo parou.Raquel não poderia se deitar,o marido estava atravessado na cama.Ela lembrou que não dorminria em outro lugar ,uma vez que já tinham discutido por isso,e Alexandre podia acordar de madrugada sem entender o que havia acontecido. Mesmo sem ter muita força,Raquel tentou arrastá-lo. - Alexandre,deita direito meu amor - pediu el com carinho,tentando virá-lo.Sem muito êxito,ela cobriu-o com uma manta leve,fechou a porta do quarto ,apagou o abajur e deitou-se na beirada bem estreita que lhe restou da cama ao lado dele,e vez ou outra,tenta va empurrá-lo com o própiro corpo para comodar-se melhor. Com suaves empurrões da esposa,dormindo mesmo ,o marido se virou,a abraçou firme e começou a beijá-la ,acariciando-a e puxando-a para si. Raquel aflita o empurrava ao chamar seu nome,mas era sufocada por seus beijos e carinhos cmom que tentava tirar-lhe a camisola. - Não!!! - gritou horrorizada na primeira oportunidade. Alexandre despertou num susto e quando se deu conta do que estava fazendo não acreditou.Não sabia se explicar. Acedendo o abajur,olhou-a melhor e viu seu estado.Tentou ajeitar-lhe a roupa,mas ela não deixou esquivando-se ao sentar e abraçar os joelhos depois de puar a manta para se esconder. Ele percebeu que ela estava muito assustada e tremia de medo. Ouvindo seu choro abafado,devido ao rosto escondido sobre os braços que seguravam os joelhos,ele acariciou-lhe os cabelos e tentou explicar constrangido e generoso: - Perdoe-me Raquel. Por favor.Eu estava sonhando.Perdoe-me - pediu parecendo implorar. Levantando-se ,foi até o toalete,lavou o rosto para despertar e retornou.Vendo-a menos nervosa e recomposta ,sentou ao seu lado ,acariciou-lhe o rosto,momento em que Raquel o encarou e pediu: - Desculpe-me.Imagino o quanto é difícil para você... - Não Raquel,sou eu quem deve desculpas.Eu estava cansado e sonhava enquanto dormia um sono pesado. Raquel recostou-se em seu ombro,ele a abraçou com ternura e ainda podia sentir o seu tremor. Logo a fe deitar direito,cobriu-a e beijou-lhe a face,deitando novamente ao seu lado,mas remoendo-se os pensamentos. Na manhã seguinte,eles se assutaram com a chegada de Bruna ,que acordou alegre e sorridente,pulou entre eles por cima da cobertas. Alexandre e Raquel acordaram como nunca,felizes! Nem se lembraram do que aconteceu antes de dormirem. - Vamos papai! Vamos! Você me prometeu que hoje iríamos á piscina da casa do vovô.Ontem não podia porque eu estava arrumadinha. - Hoje não vou negar nada a você. É seu aniversário.Mas ainda é tão cedo! - dizia ele,com voz carinhosa. - Ainda está frio... - Ah! Vamos papai! Vamos pular para esquentar! - Não,para esquentar vamos fazer um sanduíche! Quando Raquel pensou: " Que sanduíche?" Ela só viu Alexandre enrolando Bruna nas cobertas e mordendo-lhe de brincadeira,fazendo um barulho como se estivesse rosnando. A menina se divertia,e de tanto rir,não se conteve e os três ficaram molhados. - Bruna! Olha só! - reclamou Raquel,ao ver seu colchão. Logo se levantarem e após arrumar o que precisava ,Raquel lembrou-se que deveria ir o quanto antes ,ajudar a sogra com a preparação da ceia de Natal. Conforme combinado,todos estariam reunidos na casa dos pais de Alexandre. - Vamos logo,gente! Precisamos ir ajudar o pessoal. - Que bom! Mais festa! - alegrava-se a pequena Bruna,que não largava de Alexandre. Logo eles se arrumaram e chegaram á casa do senhor Claudionor.
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Um motivo para viver
SpiritualRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...