Já na casa de seus pais,Alexandre foi recebido com muito entusiasmo,como sempre,por sua irmã mais nova. Apreensivo,ele cumprimentou sua mãe,que agora parecia não estar tão nervosa como da última vez em que a viu. Após conversarem um pouco,dona Virgínia perguntou sobre sua amiga: - E a Raquel? - Está bem.Eu a convidei para vir até aqui,mas ela não quis - respondeu ele cinicamente,aguardando a reação de sua mãe. Rosana, que estava próxima,escondeu o rosto,que estampava um riso.Demostrando-se calma,a mãe argumentou: - Até agora,Alex,não consigo entender. Virando-se para sua irma,que se entretinha com algo necessário naquele momento só para ficar ali Alexandre pediu gentilmente para ficar mais á vontade com a mãe ao conversar: - Rô,eu precisava um pouco com a mãe,pode nos dar um tempo? Depois a gente conversa. - Já estou saindo! - avisou a moça ,sem ressentimento. Na cozinha,sentando-se em frente á sua mãe,Alexandre explicou: - Mãe, a Raquel trabalha comigo há quase dois anos.Ela sempre foi uma moça quieta e bem comportada.É difícil encontrar alguém assim. Dona Virgínia ouvia atenta ,sem o interromper,apesar dos pensamentos intrigantes que lhe ocorrera,e o filho continuou: - Sabe,acho que a Raquel foi a única moça que não quis me conquistar lá na empresa,por que o resto... - Breve pausa e ele continuou: - Bem,aconteceu assim: a família dela mora em uma fazenda no Rio Grande do Sul. Aqui,ela morava com o irmão e a cunhada.A Raquel,nos últimos tempos,não vinha se dando muito bem com a cunhada.Eu a conheço também,ela trabalha lá com a gente e é uma pessoa terrível.Houve uma discussão e a Raquel precisou sair da casa deles.A cunhada inventou certas calúnias sobre ela... Bem,eu acabei levando a Raquel para morar comigo até ela arrumar um lugar para ficar. Nós somos só bons amigos.Sempre fomos. Eu quero ajudála, eé sem interesse algum. Acredite.Não somos namorados,não somos nada. Pra você ter uma ideia,nunca sequer nos beijamos. - Ora,Alex. Segurando o rosto de sua mãe,ele tornou a dizer,olhando-a nos olhos: - Eu não mentiria para você. Por que faria isso? Seria até mais fácil eu dizer que estamos vivendo juntos.Mas não. Isso é,juntos nós estamos,mas não temos nada. Eu respeito muito a Raquel e a quero muito bem. - Ela não está grávida? - Ora,mãe! Que absurdo! Claro que não! De onde tirou esta ideia? - Então por que passou tão mal a ponto de desmaiar? - Raquel é muito sensível e também não está de acordo com essa situação. Sua criação não foi liberal,ela veio do interior.Não pense que ela está feliz ou á vontade por estar lá em casa. Ela está é muito contrasgida,principalmente depois de tudo o que aconteceu entre ela e o irmão,de quem ela gosta tanto. Além disso,ela foi foi roubada ,uma situação dessa sempre é traumatizante,lhe bateram e até machuram seu rosto. Acho que pôde ver. - Quantos anos ela tem? - Vinte e dois. - Alex,você não está mentindo para mim? - Não,mãe. - E se de repente essa menina fica grávida? E se ela disser que o filho é seu? Ele riu e falou: - Primeiro que hoje em dia existem excelentes para confirmar a paternidade. Mas esse não será prblema,tenho certeza.E outra ,quer a verdade mesmo? Para ser sincero,estou gostando muito da Raquel.Gostando mesmo. Você entrou lá em casa e eu sei que examinou meu apartamento,por isso deve ter visto,no outro quarto,a cama armada em que estou dormindo.Não temos nada, e... por mim... - Alexandre deteve as palavras suspirando profundamente ao exibir certa decepção.Refletindo um pouco e demostrando seus mais íntimos sentimentos,concluiu: - Como eu disse,não temos nada infelizmente. - Cmo assim? Como é que ela não o quer? - Eu me sinto muito atraído pela Raquel .Não é pelo fato dela ser bonita,é seu olhar,seu jeito ,seu modo recatado de ser. Não sei se você vai entender... Acontece que ela não se permiti ,ela... - Como assim? Por que alguém iria recusá-lo Alex? Você é jovem,bonito... - Mãe,mãe,não é nada disso.Acontece que ela não uma moça fácil,tem boa moral e não sai com rapazes com muitas outras.Pronto! É isso. - Será,Alex? O filho olhou para ela sentindo que seria difícil fazê-la entender. Até que conseguira muito por tê-la ouvir tanto. - Vamos fazer o seguinte,mãe: procure conhec~e-la e tirar as suas próprias conclusões. - Após pouos instantes,mais animado,ele argumentou: - Pronto! Agora que já expliquei tudo,deixe-me ver a Rosana,preciso salfa com ela. Dona Virgínia ficou intrigada e insastifeita com aquela situação,mas deicidiu não brigar mais com o filho,isso iria afastá-lo dela. Ao entrar no quarto de sua irmã,Alexandre foi logo lhe atirando uma almofada e dizendo,descontraído e animado,brincando como sempre fazia: - Safada! Sem-vergonha! Você sabia que ela estava do meu lado e começou a falar aquilo tudo,né! Rosana se encolheu e caiu na gargalhada,enquanto o irmão se atirou sobre sua cama rindo junto. - Conte-me ,como ela é? Ele,abraçando um travesseiro,com o olhar brilhante e perdido,parecendo sonhar ao esboçar um sorriso ,respondeu com uma única palavra: - Linda! - Loira? Morena? Alta? - Advinha? - Morena? - Errou - respondeu ele animado,e logo continuou: - Seus cabelos são loiros-escuro. - Ela tem muito cabelo ou é como esse cabelo de milho que eu tenho? O irmão riu e falou: - Os cabelos são longos e um pouco ondulados nas pontas,muito bonito. - O que mais ? - perguntou Rosana ,sorridente e intessada. - Ela não é muito alta.Deve ter 1,60... AH! é baixinha... Rosana atirou-lhe uma almofada,dizendo: - Cachorro! Tá e chamando de baixinha,é? Ele riu e continuou: - É delicada,doce,fala baixo,tem um sorriso bonito... Lindo! Seus olhos são castanhos bem claros,cor de mel ou de amêndoas. - Ah! ... Eu quero conhcê-la!... - disse Rosana,com modos manhosos,rolando sobre algumas almofadas que estavam num canto. Alexandre sorriu e avisou: - Você vai conhecê-la. - O que mais? Você falou das qualidades,diga o que você não gosta.Ou ainda não encontrou nada? Alexandre parou e refletiu,quando a irmã falou: - Você está com uma cara de safado! - Já sei do que eu não gosto! - Do quê? - De não poder me aproximar dela,de não poder abraçá-la quando quero. Você abe o quanto sou " grudento". - Deixe de ser mentiroso! Vivendo juntos,lá,sozinhos... Quer que eu engula essa história também? - Só estamos dividindo o apartamento,RÔ,nada mais. - Nada? - Nada. Mais uma vez vou reptir: Eu nunca a beijei,nunca tive nada com ela... - sussurrando a seguir: - Infelizmente. - Por que Alex? Ela é casada? - Não,Rô.Não é,não! - Respirando fundo,ele pediu: Não diga nada a mãe.Eu não disse tudo para ela.Foi assim... Após contar que Raquel brgiou com o irmão e teve de ir morar com ele por falta de alternativas,Alexandre revelou: - Fora isso,ela passou por alguns problemas,bem graves ,e isso a inibe de qualquer contato... Intimidade... Mais séria Rosana perguntou: - Verdade?Vocês não ficaram?Nem namoram? - Não - respondeu Alexandre,encarando-a sério. - Que problemas graves foram esses,Alex? -Imagine o pior. Nesse instante,os olhos do irmão marejaram com lágrimas que quase rolaram.Ele se deitou e ficou olhando para o teto para impedir o choro. Rosana se levantou de onde estava,sentou-se a seu lado e o abraçou,dizendo: - Alex ,por que você está assim? O irmão se sentou e pediu: - Rô,fecha a porta,por favor.Preciso desabafar com alguém,estou tão mal. Alexandre confiava em sua irmã.Em poucos minutos ele lhe contou tudo sobre Raquel. Abraçada ao irmão,muito comovida,ela chrou sem que ele percebesse.Fazendo-lhe um carinho no rosto,Rosana perguntou: - Você está gostando muito dela,não é? - Eu a amo,muito. -Alex,não fique assim. - Não consigo conquistá-la.Poucas vezes eu a abracei. Na maioria ela se nega,me repele. Seua beijar Raquel é bem capaz de gritar e sair correndo. Você ouviu o que lhe contei sobre a brincadeira infeliz que fiz hoje de manhã,eu não esperava que ela fosse reagir daquele jeito. Como ela sofre Rô! - Não fique assim.Vamos dar um jeito nisso. Temos muitas coisas a seu favor. - O quê? Rosana sorriu e dise cinicamente: - Se ela não tem onde morar,deixar-a começar a pagar as contas juntos com você,aí ela não fará nenhuma economia e ficará mais tempo lá. - Que absurdo,Rosana! - Absurdo nada! Sem dinehrio ,sem casa! Sem casa,ela continua com você.Assim teremos mais tempo para agir ,certo? - Você é louca! - Ah! Sou sim! E você é certinho demais para o meu gosto.Precisa de alguém como eu para ter equilìbrio. Alexandre riu e ela avisou: - Conte comigo! Vou ajudá-lo no que for preciso. Eu entendo,o que Raquel passou foi muito cruel.Psicologicamente falando,isso só poderá ser vencido com a sua atenção,com a sua paciência... com o seu amor. - Isso ela terá. - Eu sei.Você é maravilhoso,Alex. - Pare com isso. - Lembrando Alexandre revelou: - Estou pensando em fazê-la entrar em contato com a filha. - Hum... Não sei se isso seria bom agora. É melhor você esperar. - Você acha? - Não.Tenho certeza! Pense comigo: Raquel não me parece disposta ainda a encarar a menina.Ela não sabe se verá a filha,a irmã ou seu sofrimento no passado. Aguarde,Alex. Seja paciente.Ás vezes você é muito precipitado.Agora - disse Rosana bem animada,estampando um sorriso e dando-lhe um beijo como a chantageá-lo-,dê-me um sorriso que só você sabe dar e me leve para conhecê-la,vai. Alexandre sorriu largamente,levantou-se e disse,tomando a iniciativa de já ir saindo do quarto: -Vamos! - Espere! Deixe-me pôr um tênis! Alexandre saiu ás pressas do quarto,e a fim de deixá-la agitada,falou: - No dez estou indo embora.Um,dois,três... No caminho,Rosana instruía seu irmão de como deveria fazer para conquistá-la. - Não seja daqueles caras pegajosos ,que vivem agarrando. Isso enjoa.Trate-a com gentileza.Quando chegar ou dair de casa,dê-lhe um beijinho no rosto ,acostume-a como fazemos lá em casa. Alexandre ria e não dizia nada. - Quando estiver com ela em casa,comporte-se normalmente.Faça-a se sentir á vontade com você. Dependa dela e faça-a se acostumar com seus hábitos,mas procure entendê-la também,toda mudança é difícil. O irmão achava graça por Rosana,bem mais nova,o aconselhar e ajudar com a nova situação. - Ah! E nada de ficar parado,feito bob,olhando para ela.Raquel ficará constrangida e não vai querer ficar perto de você. E lembre-se:não seja " grudento",viu. E assim foi por todo o caminho até estacionarem diante do prédio.
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Um motivo para viver
EspiritualRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...