Com o passar de algumas semanas,Alice via-se nervosa e preocupada.Seu relacionamento extraconjugal não estava indo muito bem. Ela e Aldo se desentendiam por qualquer coisa.Ele exigia mais tempo em sua companhia ,o que difícil,pois Alice não poderia oferecer nenhuma desconfiança ao marido.Esse foi um dos motivos que geraram várias divergências entre ela e o amante.Por essa razão,Alice começava a ficar impaciente e irritada dentro de casa,voltando a ser mal-humorada ,só que não brigava tanto quanto antes. Marcos acreditava que ela tinha voltado a se comportar assim por estar insatisfeita com a presença de Raquel.O que ele poderia fazer? Ele não poderia colocar a irmã na rua.Se bem,que se Alice estivesse com razão,aquel arrumaria rapidinho um lugar para ficar.Outra coisa que o incomodava era o fato dele ter usado o dinheiro que Raquel lhe emprestou e,no momento não teria como devolver. Procurando por Alice,que se encontrava nervosa,conversou com ela a respeito e ouviu depois: - Veja,não tenho onde guardar mais nada.Não tenho espaço,não tenho os móveis nem armários suficientes.Esta casa está pequena.Estamos precisando de dinheiro para podermos viver melhor. Marcos ainda argumentou: - Será que não teríamos um jeito de ajuntar um certo valor em dinheiro para devolver a Raquel? Alice estremeceu e ódio,porém não se mostrou alterada.Ela teria que manter a aparência em harmonia,se quisesse convencer o seu marido.Serena,mostrando uma calma incomum,perguntou: - Como assim:" devolver o dinheiro para Raquel?" - Se nós devolvermos o que minha irmã emprestou,ela arrumaria um lugar para ficar e aí teríamos mais tranquilidade e espaço. Mantendo a mesma expressão ponderada,Alice falou: - Estou querendo minha privacidade ,sim.Mas você se esqueceu de que Raquel também nos deve? Tempos atrás,quando ela não tinha onde ficar ,pois até nas ruas como indigente sabemos que ela morou,nós a apoiamos.Pagamos médicos,psicólogos.Eu sei que a nossa situação era um pouco.Mesmo assim,logo que se ajeitou e foi morar sozinha,nuna se preocupou em nos pagar. - Mas ,Alice... - Marcos - interrompeu com cautela - ,se tivéssimos sobrando,eu concordaria agoa mesmo.Mas no momento não podemos.Além do mais,ela vem mentindo para nós todos esses anos.Veja como ganhou fácil aquele dinheiro. Marcos se esforçava para reagir contra aquelas ideias,mas era difícil.A cada dia ele tinha motivos para acreditar que Raquel não era verdeira e que mentira aquele tempo todo. Alice realmente possuía um coração repleto de impulsos maldosos. Ela começou a usar como que um verniz para disfarçar seus interesses mesquinho e desprezíveis.A cada dia,se realizava em satisfação íntima ao perceber que Raquel murchara,perdendo o viço e a alegria,ao se deixar abater visivelmente pelos próprios pensamentos que cultivava ,pessimistas,por perceber a diferença que seu irmão lhe dispensava.Como se não bastasse,Raquel ainda tinha como companheiro espiritual um sofredor que lhe emitia contínuas afirmações tristonhas e desanimadoras. Em conversa com a amiga Célia,Alice revelava sua insatisfação por ter a cunhada em sua casa e também seu desejo de vê-la longe o quanto antes. -... e o Marcos ainda quer lhe devolver o dinheiro! Que absurdo! - Por que você não foi lá naquele "lugar"? - perguntou Célia,curiosa. - Já fui! Lógico que já fui. - Então considere realizado. - Estou so aguardando,Célia.Só aguardando.
Após alguns dias,algo inesperado aconteceu e Alice aos prantos,retorna para casa narrando seu drama em desespero: - Eu não acredito! - gritava Alice,inconformada. - Tudo poderia acontecer,menos a minha demissão. - Calma,Alice - pedia Raquel,consolando-a. - Você arrumará outro emprego com facilidade.Acredite! Em um pranto compulsivo,onde os soluços,vez ou outra ,inibiam-lhe a voz,Alice reclamava: - Isso foi injusto! Eu já estava acostumada ali... Isso fou culpa daquelas invejosas! Cretinas! Raquel estava muito penalizada com a situação ,até por que,ela sabia o quanto era importante para a família que Alice tivesse emprego e salário. Recordando os primeiros dias de sua estadia naquela casa,Raquel lembrou que nem mesmo a comida era farta.Temia que Alice voltasse a ser tão briguenta como antes.A vida de seu irmão voltaria a ser aquele inferno,pois Alice tinha o dom de irritar qualque um. Marcos podeira novamente,voltar a ter aquelas ideias terríveis que lhe contou sobre querer matar a esposa e depois tentar o suícidio. Esforçando-se para reagir e dar ânimo a sua cunhada,Raquel falou: - Quem sabe isso aconteceu para você arrumar coisa melhor?Agora,com experiência,você conseguirá um emprego mais rendoso,em um lugar mais tranquilo.Anime-se,amanhã mesmo vou ver o que posso fazer por você. - Você promete,Raquel? - tornou Alice,quase implorando. - Eu preciso tanto de um trabalho.Prometa que vai me ajudar.Estou tão desorientada. - Prometo,sim.Vou conseguir.
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Um motivo para viver
SpiritüelRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...