Já no quarto,passaram a procurar o que mais convinha vestir para uma ocasião como aquela. Roupas,sapatos,adornos para o cabelo ,bolsa , brinco e até maquiagem Raquel colocava á disposição de sua cunhada. Entre a legre e procura na exibição de suas coisas , Raquel não pode perceber o olhar invejoso de Alice, disfarçado com um sorriso,na decepção de quando uma ou outra peça não lhe servia bem. Impensadamente e com ingênua felicidade,Raquel estendia sobre seu belo corpo um vestido e o admirava sob o olhar enraivecido de sua cunhada,que a jovem não podia perceber,pois ria gostosamente depois de uma brincadeira singular. Segurando com uma mão o vestido no colo e com o outro braço apertando-o rente a cintura,Raquel rodopiou diante do espelho,enquanto sorria ao ver seus longos cabelos se desalinhando e a cobrindo toda,formando um belo despenteado. Logo arrumou as mechas para trás,livrando o rosto dos longos fios e, voltando-se para Alice,ofereceu a roupa, dizendo: - Veja se serve.Eu nunca tive oportunidade de usá-lo. Mas é lindo! Irritada pela exuberante e delicada beleza corporal da cunhada, Alice estremeceu de inveja,mas respondendo com modos, pois precisava da ajuda de Raquel,acreditou: - Nem adianta. Não vai servir. - Experimente! - insistiu a moça,sem pretensões. - Não queira me comparar a você,Raquel! Tudo lhe cai muito bem! - Não se subestime,Alice. Você é muito bonita,jovem..... Atalhando-a de imediato,a outra revidou: - Trinta sete anos são juventude? Onde? - Se você for ranzinza,chata e egoísta,aos dezoito anos será uma velha.Vamos! - tornou Raquel mais enérgica,porém com generosidade. - Vista isso. O vestido,apesar de servido em Alice,que apesar de outro biótipo era bonita também, ficara melhor na elegante Raquel que, com seu rosto delicado,de finos traços e expressões meigas na pele macia,parecia espelhar generosidade,transmitindo doce simpatia e harmonia a tudo que usava. Já escolhida a roupa e os apetrechos,Alice ficara mais tranquila,enquanto Raquel passou a ver a cunhada como uma amiga. Raquel acreditava que todo aquele mau humor de Alice seria pela ausência de ocupação produtiva e lucrativa,principalmente. Agora,arrumando um emprego,juntamente com as novas situações corriqueiras que haveriam de surgir, Alice estaria atenta para outras novidades e, consequentemente, não seria tão implicante com os acontecimentos no lar.
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Um motivo para viver
Tâm linhRaquel nasceu em uma fazenda,numa pequena cidade do Rio Grande do Sul.Morava com o pai,a mãe,três irmãos e o avô,um rude e autoritário imigrante clandestino da antiga Polônia russa. Na mesma fazenda,mas em outra casa,residia seu tio Ladislau,com a m...