Capitulo XXXXXXXVII

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Talvez sejamos privilegiados no final das contar, a dor sempre esteve presente em nossa vida, é uma coisa inevitável afinal, lidar com morte, gritos, sangue e sofrimento nunca mexeu com nenhum de nós, no fundo todos gostávamos disso, tínhamos esse...

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Talvez sejamos privilegiados no final das contar, a dor sempre esteve presente em nossa vida, é uma coisa inevitável afinal, lidar com morte, gritos, sangue e sofrimento nunca mexeu com nenhum de nós, no fundo todos gostávamos disso, tínhamos esse pensamento tão enraizado em nossas almas que em muitas mortes que cometemos havia satisfação e felicidade em nosso rosto, mas tudo pareceu ainda mais horrível naquele segundo que experimentamos a sensação do outro lado, o lado que perde, o lado que sofre o ataque que não está esperando, o lado que fomos ensinados a jamais ser, ver Josh caído na rua agonizando foi uma das vezes que eu senti medo na minha vida, me senti pequeno e fraco, eu sabia que ele poderia se recuperar rápido, se fosse em outra fase da vida dele, uma fase onde ele estivesse inteiro por dentro, mas no fundo parecia que ele tinha finalmente achado a dor que estava procurando por tanto tempo, ele só queria sentir dor, ele queria que a dor física combinasse com a dor emocional, ele queria delirar e ser levado diretamente para a frente da Any.

A Any chegou para mudar tudo em nossas vidas, mesmo que ela não quisesse, mesmo que talvez ela nunca tivesse pretendido fazer nada daquilo, mas ela fez, eu fui o primeiro dos meninos a ver a cacheada na faculdade, fui talvez o primeiro que ela mudou de verdade com o jeito dela, estar perto dela e querer ser alguém melhor, alguém digno de habitar o mesmo lugar do que um ser humano de tanta luz, era engraçado, quando eu saí do café aquele dia eu já estava viciado na companhia dela, eu queria ela naquela festa, queria escutar a risada dela e escutar algum dos seus comentários inteligentes ou o tom de voz melodiosamente sarcástico, eu estava viciado na companhia dela, esse era o efeito que a Ubermodel tinha nas pessoas.

No primeiro mês eu pensava que estava apaixonado por ela, que talvez pudesse existe uma chance de me relacionar com ela, eu começava a sentir uma vontade de proteger e amar ela a qualquer custo, mas no dia que eu a vi interagindo com Josh a primeira vez eu soube que ali sim era amor puro, muito bruto ainda para os dois enxergarem, mas sempre esteve ali, naquele momento eu senti que o amor que bati no meu peito era o mesmo que eu sentia quando via meus amigos, era um amor que você quer proteger a pessoa, se jogaria em frente a um caminhão se a pessoa precisasse ou seria o caminhão caso ela quisesse, eu queria proteger cada um deles, das pessoas, mas principalmente deles mesmo.

Quando se trabalha uma vida inteira para defender crimes acaba percebendo que o maior culpada de tudo de ruim acontecer não é o traficante que te vendeu a droga, não é o homem que te assaltou na porta da sua casa, é você no final das contas, porque nós sempre sentimos adrenalina, nós nunca pensamos que algo vai acontecer se sair de casa para fumar um baseado, nada vai acontecer se andar com seu celular na mão, mas sentimos a adrenalina, sentimos a vontade de desafiar os perigos que existem, porque sem uma dose de perigo a vida seria uma grande tédio o tempo todo.

Não me levem a mal, não estou defendendo a ideologia que os criminosos não são culpados, não é porque sou advogado criminal que quero todos eles soltos, quero eles soltos para eu mesmo ter a oportunidade de ir atrás de cada um, no começo eu não via diferença entre mim e eles, nos matávamos, traficávamos e enganávamos iguais a eles, mas o que ainda me fazia dormir a noite era saber que eles tiveram a opção durante a vida de não fazer isso, nos, bom, nós já nascemos com a marca da máfia, já nascemos com a data da tatuagem que está na costela de cada um marcada.

Angel- Beauany Fic Onde histórias criam vida. Descubra agora