Capitulo XXXXII

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Acabei percebendo com a minha terapia que as pessoas tem medo de se curar de seus traumas, porque de algum jeito a identidade e a personalidade que elas acham que a pertecem são forjadas através disso, daí vem o medo de não agradar as pessoas que ...

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Acabei percebendo com a minha terapia que as pessoas tem medo de se curar de seus traumas, porque de algum jeito a identidade e a personalidade que elas acham que a pertecem são forjadas através disso, daí vem o medo de não agradar as pessoas que estão ao seu lado, o medo deles não gostarem de quem você realmente é, não sabemos quem somos sem nossos traumas, e isso é assustador.

Acordo de uma vez, assustada, com meu coração na boca, era uma daquelas centenas de vezes em que eu simplesmente resolvi abri os olhos na hora do pesadelo, era sempre na hora que um homem corria em minha direção, com uma faca, gritando qua queria destruir a minha vida, mas eu sempre abria os olhos, porque a altura era conhecida por mim, o cheiro era o mesmo que eu sentia ao meu lado, o timbre da voz era aquele que falava que me ama e as olhos por trás dos buracos da máscara era os azuis que me davam borboletas no estômago, eu abria os olhos, porque se aquele pesadelo continuasse eu iria ver o homem que eu amo enfiando uma faca em mim, aquilo eu não poderia sentir.

Dizem que todos os sonhos tem significado, mas eu nunca me permiti procurar esse em específico, mas quando eu deslizava para fora da cama fria nessa manhã e sem ao menos a presença dele aqui comigo a sensação ruim do sono se intensificava.

Peguei meu celular na mesa de cabeceira e conferir se existia alguma mensagem de bom dia, algum aviso rápido, qualquer sinal de que ele lembrou de mim, lembrou de me avisar que estava me deixando só aqui no quarto, mas nada foi dito.

"Ele está ocupado Any, está cuidado de tudo para que o futuro de vocês possa acontecer tranquilamente ".

Tentei tirar isso da mente e me distrair com qualquer assunto antes do café, respondi e-mail com propostas de desfile ou parceria, verifiquei se faltava algum trabalho para enviar para a faculdade, e segurei as lágrimas com força quando recebi uma foto da minha família no último almoço de domingo.

Todos juntos, reunidos na casa nova que eu havia comprado para os meus avos, a felicidade deles com o pouco que tinham como sempre, meu avô sempre com o violão em seu colo, minha mãe com uma roupa que eu tinha desenhado exclusivamente para ela, meu pai a abraçando com tanto carinho, minha avó deixando tudo pronto, minha prima Belinha fez questão de me mandar um álbum de fotos com todos, cada minuto do almoço, para que eu pudesse me sentir lá, um no se instalou em minha garganta.

Eu havia saído do Brasil com um sonho, não tinha realizado ainda, não estava correndo atrás dele como eu prometi para a minha família, eu estava perdendo momentos com eles, porque simplesmente eu não aguentava sair de perto dessa família que eu fiz aqui, porque eu poderia levar o perigo que me ronda va até eles, é isso era algo que eu não podia pensar em fazer, passei meus dedos por cada pessoa daquela foto, como se eles pudessem me sentir fazendo o carinho, e me permitir cair em uma melancolia passageira enquanto eu terminava de me arrumar para o café da manhã.

"Você parece com tudo aquilo que sempre sonhou Any, fique feliz ".

Forcei um sorriso em meu rosto, ele seria meu passaporte para sair de perguntas sobre como estou me sentindo ou o porque de estar quieta, respirei fundo mais algumas vezes e abri a porta, encontrando um corredor vazio como sempre, a casa era enorme, e a cada dia que passava parecia ainda maior, com o silêncio cercando tudo, diferente do chalé em que ficamos no final de semana, todos nós, era como me sentir no apartamento da faculdade, nós fazendo o café da manhã, enquanto os meninos jogam vídeo game e gritam um com o outro sobre qual time é melhor, mas não durou muito, a realidade nós puxou, a vida adulta nós engoliu novamente.

Angel- Beauany Fic Onde histórias criam vida. Descubra agora