O trânsito daquele momento nunca pareceu tão demorado, meu coração estava acelerado, parecia que eu poderia vomitar a qualquer momento, o suor frio me percorria e eu tive a sensação do sequestro toda de volta, as palavras de Travis passavam em minha mente sem parar, avisando sobre Josh ser perigoso, avisando que eu estava sendo observada o tempo inteiro, que todos os meus passos estavam sendo monitorados, eu sabia que Josh não era Travis, que não seria capaz de causar o mesmo mal que aquele filho da puta me causou, mas explicar isso para uma mente traumatizada depois de um sequestro, era difícil.
A nossa mente é a pior inimiga que poderíamos querer, quem me dera enfrentar super vilões como nos desenhos animados, que são ruins por natureza, por algum acontecimento ou por ter caído em um balde com radioatividade, seria mais fácil, porque seria outra pessoa e não a sua própria mente, repetindo coisas ruins o tempo inteiro, criando coisas ainda piores, as vezes eu só queria me desligar dessa minha parte.
A sensação que eu tinha era de que eu nunca tive o tempo que eu precisei, eu nunca estive realmente só comigo mesma, sempre havia alguém, vigiando cada coisa que eu fazia, pronto para intervir caso eu errasse, mas eu precisava errar talvez, precisava cair e talvez me machucar sem que algum segurança disfarçado sair de trás de uma árvore, o que aconteceria se eu tivesse alguém na minha vida ?, Josh o mataria ?, sumiria com qualquer pessoa que se aproximasse de mim ?, era sufocante, eu me sentia sufocada, era como ser um passarinho dentro de uma gaiola de vidro enorme, eu tinha uma falsa sensação de liberdade, mas tinha uma barreira invisível.
Atravessei a porta do quarto correndo para a minha cama. Afundei minha cabeça no travesseiro e gritei contra o tecido. O dia havia exigido mais energia do que possuía para aguentar e não eram nem quatro da tarde. Por um momento, naquela manhã, o desgaste da viagem, a preocupação com tudo que eu tinha que respira pareceu desaparecer. Josh me tomara em seus cuidados. Concedera sua companhia e esperou que meu coração se acalmasse, mostrara tudo que eu precisava ver. Que estava ali e que sempre esteve. Mas, no momento seguinte, ao ver tudo ali, a minha vida sendo acompanhada, sendo vigiada, tendo o tempo que eu pedi e necessitava para mim sendo desrespeitado era mais uma forma que eu me sentia um pouco traída.
O seu cuidado parecia teatro, as suas palavras, atuação. Até o seu toque parecia me causar a estranha sensação de repulsa, porque agora tudo em minha mente confusão e nojenta o transformada mais parecido com o filho da puta.
— Any ?! — Sabi devia ter saído do banheiro ao ouvir o meu grito, porque estava agora ao meu lado, passando a mão em meus cabelos e costas. — Tá tudo bem?.
Podia ouvir em suas palavras tristes quase sussurradas para mim. Meu celular começou a vibrar e tirei-o do meu bolso de trás, entregando-o a ela.
— Quem é? — perguntei ao mesmo tempo que ele continuava a vibrar nas mãos dela
— Número desconhecido — ela respondeu.
"Era ele, eu sei que sim".
— Desliga.
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Angel- Beauany Fic
FanfictionUniversity of Southern California (USC) (universidade do sul da Califórnia) Localizada em Los Angeles, na Califórnia, ela é uma das principais instituições privadas de ensino superior e também é a universidade americana que mais recebe alunos de ou...