Capitulo XXXVIII

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Dizem que nosso caráter é resultado da criação que ganhamos dos nossos pais, mas, se essa é uma verdade absoluta, como julgar uma criança criada no submundo? Como odiar o escorpião se ele foi ensinado desde cedo a ser desconfiado e eliminar qualqu...

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Dizem que nosso caráter é resultado da criação que ganhamos dos nossos pais, mas, se essa é uma verdade absoluta, como julgar uma criança criada no submundo? Como odiar o escorpião se ele foi ensinado desde cedo a ser desconfiado e eliminar qualquer ameaça? Como recriminar o leão que foi criado para ser o rei da selva?, como julgar o lobo por atacar todos aqueles que ferem os de fora de sua matilha ?.

O vampiro estava amarrado no galpão longe da mansão, eu não daria tempo algum para escutarem seus gritos, teria que ser inteligente, deveria esperar até que todos estivesse dormindo, para sair da mansão sem que pudessem me seguir.

Para uma guerra eu precisava de soldados, daqueles que não confiassem em mim e nem eu neles, aqueles que são regidos apenas pela fome do dinheiro, e eu sabia exatamente onde encontrar.

— Joshua. — A voz do homem que eu esperava me fez sorrir. Sem encará-lo, o vi puxar a cadeira à minha frente e dei mais um gole grande na minha bebida, acabando com o líquido do copo -.

— Otto Ferrari... — Saboreei o gosto do nome na língua e então o encarei. — Não sabia que tinha adotado um sobrenome. Pensei em chamá-lo de Agliardi, mas bastardos costumam ter um pouco de raiva do pai. — Foi interessante ver minha provocação sobre um homem daquele tamanho -.

O bastardo Agliardi tinha músculos muito maiores do que o do irmão, Zola tinha vindo em nossa direção assim que tudo aconteceu com sua irma, nós o abraçamos, porém o meio irmão já era famoso por outros trabalhos. Seria facilmente confundido com algum motociclista rebelde, ainda mais com os cabelos loiros compridos, a barba por fazer e as roupas simples. Calças jeans surradas e uma camiseta branca com estampa ilegível era o que compunha sua vestimenta e não me surpreendeu ao todo. Esperava algo do tipo, talvez um pouco mais bruto e rústico, mas aquilo que eu via não fugia do que eu havia imaginado.

— Adotei o sobrenome que minha mãe me deu. Melhor do que de um homem que não honrou as próprias calças. — Ele cuspiu no chão. — Mas me fale, por que esse sigilo todo? O que a Famiglia quer de mim se já tem o irmão queridinho?

— A Famiglia não quer nada com você. Quem quer sou eu e alguns outros interessados... — A notícia fez o homem apertar os olhos e rir.

— É trabalho sujo? Minha especialidade. — Ele pegou um palito de dente e colocou na boca. — Não sou barato, que fique claro.

— Dinheiro não é um problema — afirmei. — Mas precisamos de alguém que seja de confiança. Se você nos trair, o preço será sua vida.

— Se o dinheiro entrar, não será um problema. O que eu vou precisar fazer? — Ele relaxou contra a cadeira depois de pegar um cigarro do maço que ofereci. Acendi o cigarro e traguei, relaxando na cadeira ao liberar a fumaça dos pulmões.

— Os últimos tempos têm sido... difíceis. Nem todos concordam com o rumo que as coisas vêm tomando.

— O problema com os vampiros ? Todos sabem disso — o soldado bastardo falou.

Angel- Beauany Fic Onde histórias criam vida. Descubra agora