Capitilo LV

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Qual a sua primeira memória de vida, para muitos seria uma brincadeira favorita, um brinquedo inseparável, um animal de estimação, a minha primeira memória era minha mãe entrando no meu quarto quando eu tinha dois anos, me entregando um bebê de bo...

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Qual a sua primeira memória de vida, para muitos seria uma brincadeira favorita, um brinquedo inseparável, um animal de estimação, a minha primeira memória era minha mãe entrando no meu quarto quando eu tinha dois anos, me entregando um bebê de bochechas redondas envolto em uma manta rosa.

"—Essa e a sua irmãzinha Sina, ela sempre será sua amiga Joshua, cuide dela para sempre ".

Logo depois tenho memórias minhas e dos meninos brincando, em todas as idades, todas as brincadeiras, da primeira briga, até o primeiro porre, sempre foi com eles.

Mas aí tenho a primeira memória da máfia, as primeiras histórias, lembro do meu pai sempre falando que chegaria um dia que me levariam, que eu teria que ser homem, que teria que ser corajoso, mas nada me preparava para aquele dia.

No meio da noite, eu e os garotos estávamos no jardim, brincando de máfia, estávamos em uma reunião, onde iríamos decidir quem iria ser o capô da legoland, tínhamos dez anos, já tínhamos visto muita coisa, mas ainda brincamos. 

Não que meu pai foi um sadico, muito menos meu avô, mas foi assim que eles foram forjados é assim que eu forjaria meu herdeiro no futuro

Eu lembro daquele velho, me arrastando pela floresta, lembro dele batendo em todos os meus amigos pra me pegar, lembro de ser jogado dentro de um celeiro fétido, lembro de trabalhar como um escravo, lembro de tudo , dele mandando eu colocar a pequena menina dentro da dama de ferro, lembro do horror, lembro da minha alma deixando meu corpo.

— treze anos atrás, primeiro teste de honra —.

O velho russo já não aparecia mais por cinco noites. Foi o tempo do meu braço e mãos ficarem quase novos em folha. Trabalhar com as uvas me dava chance de roubar algumas durante o dia, beber um pouco do suco também, depois de seis meses trabalhando com os porcos, quase perdendo membros por conta da ira deles, tendo que deixar feridas abertas infeccionarem pela falta de cuidados, eu tive dias bons.

Todos os funcionários faziam, e parecia que ali, sem vigia, eu era mais um deles. Para minha felicidade, todos os dias de paz vinham acompanhado de madrugadas ao lado de Petra, que era a enteada daquele velho nojento, ela tinha a minha idade, os cabelos loiros e os olhos azuis me traziam uma sensação de casa, gostava da sua companhia, de conversar . Alguns dias ela vinha rápido, mas em outros, ela ficava por horas sentada ao meu lado, olhando para as estrelas, falando bobagem.

Não dava para entender como, sabendo de tudo o que acontecia, ela conseguisse ser tão doce. Seus olhos claros eram envoltos em cílios compridos e claros que me encantavam. Era a coisa mais bonita e pura para se olhar naquele lugar. Naquela noite, tomando coragem, quando ela disse que precisava ir embora, eu a abracei. No começo, de um jeito meio afobado, o que a surpreendeu, mas passado o susto, fui retribuído.

— Gosto de você, Joshua. Gosto mesmo. — Deixando um beijo na minha bochecha, ela se foi, me dando certeza de que voltaria assim que pudesse.

E foi isso que me fez sobreviver, dia após dia, depois das novas visitas do meu carcereiro. Com seis meses trabalhando na fazenda, ele permitiu que eu tomasse café com os funcionários ao acordar e que eu almoçasse junto deles quando a tarde caía também. Eu estava em fase de crescimento, e com tanto esforço, os músculos começaram a aparecer. De longe eu não aparentava minha pouca idade.

Angel- Beauany Fic Onde histórias criam vida. Descubra agora