Capitulo IV

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O problema de estar doente é não saber como você irá acordar no dia seguinte, desde o dia que eu aceitei o meu diagnóstico tem sido o grande mistério que ronda a minha mente todos os dias quando eu vou dormir e também quando eu abro os olhos no di...

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O problema de estar doente é não saber como você irá acordar no dia seguinte, desde o dia que eu aceitei o meu diagnóstico tem sido o grande mistério que ronda a minha mente todos os dias quando eu vou dormir e também quando eu abro os olhos no dia seguinte.

"Como eu estarei hoje ?".

Tinha dias que eu me sentia a mulher mais linda e realizada do mundo, o sol brilhava diferente nesses dias, a brisa era refrescante, as pessoas eram mais alegres, os trabalhos eram mais legais, a comida era mais saborosa e eu tinha esperança de que a minha tão querida cura chegaria.

Mas havia dias que eu acordava sem vontade nenhuma de viver o dia, a brisa se transformava em um vento irritante que me deixava desarrumada, a imagem que eu via no espelho não me agradava nem um pouco, as pessoas eram rabugentas e ignorantes, o sol ou estava me queimando demais ou não tinha força suficiente para me esquentar do frio que tinha dentro de mim, a comida eram ensossa e intragável e eu sentia que a minha mantida cura não chegaria jamais.

Só que eu também vinha aprendendo, que a culpa dos dias, tanto bons quanto ruins não era da comida, das pessoas ou do clima, era exclusivamente minha e de como eu e estava me deixando levar pelos meus pensamentos naquele momento, o diabinho irritante que habitava na minha cabeça, me deixando para baixo, não fazendo eu acreditar que eu era capaz de fazer algo para alguém se orgulhar, que cada grama de comida que eu colocasse para dentro ou cada felicidade que eu estava vivendo não era para mim ainda existia no lado negro da minha mente, mas eu estava aprendendo a controlar ele a cada dia.

"A sua felicidade só depende de você, por isso as vezes parece ser mais difícil ".

Era o que eu repetia quando acordava como hoje, só querendo me deixar deitada nessa cama que nunca havia parecido tão macia e aconchegante, o teto branco não era tão interessante como naquela manhã onde eu não queria enfrentar nenhum fantasma do meu passado, onde eu sentia que eu não tinha forças mais para brigar com ninguém, não tinha forças nem para encarar a minha imagem no espelho.

Me arrasto da cama devagar, Hope como sempre arranha com as patinhas na porta para poder sair, abro as cortinas do meu quarto para que talvez o sol possa me animar um pouco, mas nada parece funcionar hoje.

O meu coração não estava batendo em ritmo, era como se eu quisesse gritar, mas no fundo eu não entendia o porque de querer, era só uma sensação de angústia, eu respiro fundo e conto até dez, a cada número eu uso a técnica que foi me ensinada para essas ocasiões, a cada número que eu conto eu respiro fundo e prendo o ar um pouco, quando eu solto eu tento pensar em uma coisa ruim que me aconteceu, como se eu tivesse tirando aquilo de mim atrás do ar que esvazia os meus pulmões.

"Nem isso vai te ajudar hoje Any, são problemas demais para somente dois pulmões".

Um fato que não te contam sobre crescer, a responsabilidade que vem junto não afeta o seu emocional de uma maneira boa, quando se assiste um filme de comédia romântica ou um livro que na capa tem um casal apaixonado, você sabe o que esperar, eles vão se conhecer, talvez demore para se apaixonarem, acontece um grande desastre faltando poucas páginas ou minutos para acabar o filme e bem no finalzinho, quando você não tem esperança ou saúde mais para aguentar o desfecho o casal supera tudo e vive de amor, as vezes eu só queria viver de amor.

Angel- Beauany Fic Onde histórias criam vida. Descubra agora