Julia, uma menina que mora na barra acostumada a sempre ter as coisas do bom e do melhor se apaixonada por Ret, dono do morro da rocinha que sempre batalhou pra ter tudo o que tem na vida.
Acordei com o barulho da Julia mexendo em seus pincéis de maquiagem e cantarolando alguma música que pela a melodia eu conhecia.
- Bom dia- disse me olhando pelo espelho sorrindo de canto.
- Pra quem? Queria ta dormindo- me sentei na ponta da cama.
- Dorme ai po, mas eu vou ter que sair já já pra faculdade.
- Vem ficar aqui comigo loirinha- bati na cama.
- Tava agarrada contigo agora pouco cara, está carente? - disse e eu fechei a cara pegando meu celular- Que dia é hoje?
- Quinta, porque?- falei seco
- Porque sexta eu não dou aula, ai a gente podia fazer alguma coisa e ficar o dia todo juntinho.
- Tava juntinho aqui comigo agora, ta carente?- disse sem olhar pra ela mas escutei seu risinho- Vou pra casa.
- Para de coisa cara- me empurrou fazendo com que me deitasse na cama novamente- Da um beijinho.- suplica
- To tentando ir pra casa, posso?- passei a mão na caraz
- Você é muito dramático sabia?- se sentou no meu colo.
Me deu um selinho mas continuei de cara amarrada, render fácil também não. Ela puxou meu lábio inferior e minha mão foi para a sua cintura. Julia arranhou meu abdômen me fazendo desfazer a marra e a beijar.
- Vamo pro pagofunk sábado?
- Não tem nada amanhã não?- fez cafuné ainda no meu colo.
- Ter tem, mas quinta e sexta são dias cheios lá no morro- mexi no cabelo dela fazendo um rabo de cavalo. Peguei sua mão mexendo na mesma- Uma aliança com meu nome aqui ia ficar lindo em.
- Tu é bobo cara- abaixou a cabeça passando a ponta dos dedos na minha barriga- Tenho medo de estarmos sendo precipitados e me machucar com isso, acha melhor nos afastarmos?
- I, para de neurose mandada, to sendo purão contigo.
- E se não for pra sempre assim? Você é de lua Matheus- fiz uma cara surpresa quando disse meu nome- uma hora está aqui comigo e daqui a trinta minutos ta indo comer outra mina.
- Porra- bufei ajeitando a mesma no meu colo- Sei que faço umas parada de moleque mas...não me deixa não.
- E se você não for essa pessoa sempre?- falou baixinho- Como vou te apresentar pro meu pai Ret?! Sem falar que você é totalmente agressivo com todo mundo por que não seria comigo?!
- Sei que tenho meu jeito errado, mas, com você eu sou diferente Loirão. Pode perguntar pra geral, ninguém nunca me viu dando confiança pra uma mina igual dou pra você.
- Eu estou com medo - vi seus olhos lacrimejando e a puxei pro meu peito sentindo o mesmo molhar- Diz que me entende, vai.
- Normal, mais uma que tem medo de mim. Pode deixar que quando sair daqui você não ouve mais falar de mim.
- Eu não tenho medo de você, eu tenho medo de me machucar.
Parou de falar por uns dois minutos me olhando e me fazendo desviar o olhar a todo momento
- Quer uma foto é?- me levantei pegando minha camisa colocando a mesma.
[...]
Estava acabando a contabilidade da boca cinco e separando o dinheiro dos vermes mas aquela loira não saia da porra da minha cabeçaz
Sai de casa pegando o Guilherme na casa da avó dele, mãe da Soraya, que, graças a Deus não deu mais as caras por aqui.
Entrei em casa mandando meu filhote pro banho. Tirei a roupa do mesmo que foi correndo e gritando que queria tomar banho sozinho.
Ri pelo nariz deixando. Fui no quarto vendo que Joice não estava lá. Deve estar no Cobra.
Amém!
Sentei no sofá finalmente descansando após esse dia longo mas logo ouvi a campainha tocar. Me levantei bufando abrindo a porta
- Eu...é...merda- disse coçando a cabeça- Não se afasta de mim não.
- Tu é confusa pra caralho em mandada!- disse puto- Acha que é quem? Manda as pessoas sairem da sua vida quando você quer e voltar quando você quer, assim e fácil né?
- Não tem nem um dia que pedi isso e já to sentindo sua falta Matheus- a olhei por alguns segundos- Eu gosto da sua presença.
- Ai passa duas horas e tu manda eu me afastar novamente- cruzei os braços.
- Eu estou com medo de gostar de você, a forma que você me trata é diferente da que você trata as outras pessoas.
- É como geral diz Julia, uma hora eu vou mostrar quem eu sou então...- ameacei a fechar a porta e a mesma colocou o pé
- Você não vai mudar se alguém estiver com você.
- E quem vai estar?
- Eu. -olhou em meus olhos
- Tu vai ficar do meu lado então? Mesmo sabendo que tem horas que eu ser vou o Ret? O que surta por qualquer parada, o que bate em mulher, o que as pessoas tem medo?
- Nada que você possa dizer vai me tirar daqui- se aproximou selando nossos lábios- Se um dia você me bater, como seu cu com um cabo de vassoura e areia- sorriu selando nosso lábios novamente e entrando na minha casa.
- Sentiu falta da minha piroca né?
- Larga mão de ser escroto cara- riu e eu peguei meu maço acendendo um cigarro.
- Quer?- negou- Tu tem medo de mim Paty?
- Que? Não! Eu confio em você Matheus, você precisa disso, alguém que confie que você possa mudar e eu vou ficar aqui. Não vou soltar tua mão em momento nenhum.
- Amm, quando eu for no banheiro vai segurar pra mim então? - gastei e ela riu me mandando o dedo.
- Papai, traz a toalha- gritou e a Ju levantou indo pro banheiro.
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