J U L I A
Saímos de casa, Joice foi na BMW azul do Orochi e eu na X1 do Victor. Não nego que eu acho muito foda carro, me amarro pra caralho e muita pouca gente sabe. Não curto muito moto pelo fato de que se eu coloco algo sozinho e ele cai eu não confio muito.
Durante o caminho tento me distrair no celular mas como esqueci meu carregador na casa do Cabelinho tenho que economizar bateria. Ele me olha de rabo de olho quando começo a cantar a música que tocava.
- Que foi menino?- sem dúvida minha bochecha está totalmente corada.
- Vou colocar uma nova e tu ve se vai ta boa. Se tiver, eu lanço essa semana- pegou seu celular entrando no whatsapp clicando em uma conversa só dele lotada de áudio. Quando eu falo lotada, é lotado mesmo, apenas isso. Em alguns segundos a música começa e minha cabeça vai no ritmo.
- Extremamente foda mano- aumento o volume e ele concorda com a cabeça com um sorriso feliz.- Você é bom no que faz Victor, parabéns de verdade.
- Eu sou bom em tudo que eu faço- reviro os olhos vendo seu sorrisinho convencido. Chegamos na praia me fazendo colocar meu óculos de sol que ironicamente estava na minha bolsinha que trouxe. Piso na areia sentindo a brisa gelada do mar e o quente do sol já queimando nas minhas costas...isso e delicioso pra qualquer carioca criado na praia.
Fazia muito tempo que não pisava na praia, vim um pouco depois de descobrir estar grávida da Maia e considerando que ela vai fazer três meses em alguns dias...faz muito tempo mesmo. Saio do meu transe quando escuto cabelinho gastando sobre alguma coisa com Orochi que já foi parado por suas fãs.
Os meninos pegaram um bangalô na praia pedindo um pouco de bebida. Não aguento nem mais o cheiro do álcool. A cada cinco minutos um grupo de pessoas vinha tirar foto com ele e e muito estranho afinal não estou acostumada, porém ainda sim acho incrivelmente pica eles serem reconhecidos pelo trabalho foda que entregam.
- Bonita as meninas né?- Joice comentou baixo pra mim e obrigatoriamente concordei. Tem coisas que realmente não tem como negar.
- Nenhuma delas chega aos pés da Ju, não tem como- umedece seus lábios colocando um beck na boca, odeio qualquer coisa que foda meu pulmão mas quando ele fez isso...até meu coração errou as batidas aqui. Bati em sua perna sem graça.
- Depois dessa vou até dar um mergulho- Me levanto tirando a blusa de Victor da lacoste emprestada.
Saio do bangalô sentindo olhares sobre mim, não me importo com mais nada ao meu redor quando sinto a água tocar meus dedos dos pés. A maresia faz com que me sinta em casa, simplesmente relaxada. Após um tempo volto percebendo a ausência de Orochi e Joice.
- Cade a Joice?- digo com a feição confusa
- Foram pegar algo no carro, algum bagulho assim- apagou o baseado guardando o que sobrou
Sinto meu celular vibrar com "Ret" no visor me fazendo revirar os olhos.
[...]
Chegamos em casa exausta, faz mais de um dia que estou acordada. Eu sou mãe gente, to me sentindo muito estranha estando sem dormir. Cabelinho deixou a gente aqui em casa depois da praia, que inclusive, péssima ideia não esquecer de passar o protetor. To muito vermelha!
Tomo um banho gelado e saio do meu quarto vendo Joice mexendo no computador. Fito ela mais um pouco com um olhar confuso e logo vou me aproximando dela que quando percebeu abriu um sorriso sem mostrar os dentes.
- Ta fazendo o que preta?- Vou a cozinha procurando algo pra comer, mas minha geladeira é para as criança, ou seja, só tem as besteiras do Guilherme. Reviro os olhos entrando no ifood pedindo uma comidinha japonesa.
- Vamos viajar no aniversário do Natan, não to afim de fazer festa então vou falar com Luiz pra ver se ele se importa.- continua rolando o mouse e eu me sento na sua frente.
- Vocês três? Acho que ele não vai se importa muito não- belisco umas castanhas que estavam sobre a mesa antes mesmo de me sentar
- Não amiga, geral. Eu, você, Ret, Luiz, Natan, Guilherme, Maia, só família mesmo. Não consigo ficar sozinha com o Cobra e nem quero. Deus me livre e guarde, quero essa urucubaca longe de mim.- fez o sinal da cruz. Meu coração dispara só em pensar estar no mesmo lugar que o Ret, algo que quero evitar a todo custo. Parece até que colocam essa praga na minha vida.- Tem algum problema?
- Claro que não amiga, se você está feliz eu consigo enfrentar qualquer coisa. Pretende ir pra onde?- inclino meu corpo pra frente tentando disfarçar minha respiração nervosa.
- Quero muito ir pra Búzios, o que você acha? Acha que as crianças vão conseguir aproveitar lá?- concordo com a cabeça.
- Guilherme se amarra. Se você o colocar no meio de um deserto com dois brinquedos de dinossauro ele fica lá tranquilão. Quando viajei com a Maia pra angra ela ficou tranquilona lá também.
- Então jae, vamos pra búzios mês que vem?- assinto respirando fundo.
Só em pensar no Ret eu fico nervosa, minhas mãos tremem, minha respiração falha, meus lábios ficam secos, minha garganta fecha, é um mix de sentimentos inexplicáveis. Quanto mais eu tento definir em uma palavra parece que fica muito mais difícil. Dessa vez não estou falando de uma parte boa e sim da ruim. Eu me entreguei, me doei demais, com tudo, se ele não achou o suficiente e procurou em outra a culpa sem dúvida não e minha, é dele.
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Meu mundo - concluída
FanfictionJulia, uma menina que mora na barra acostumada a sempre ter as coisas do bom e do melhor se apaixonada por Ret, dono do morro da rocinha que sempre batalhou pra ter tudo o que tem na vida.