Julia, uma menina que mora na barra acostumada a sempre ter as coisas do bom e do melhor se apaixonada por Ret, dono do morro da rocinha que sempre batalhou pra ter tudo o que tem na vida.
Permaneço na porta do banheiro fervendo de ódio! Aonde já se viu me chamar de mimada estando completamente errado?! Sabem como é difícil ser casada com uma pessoa assim? Se não sabem, nem queiram saber porque é insuportável.
Sobre enjoar da cara dele, óbvio que era drama, mesmo sendo uma pessoa extremamente difícil de se lidar ver aquele rostinho bonito me faz ficar bem. Menos hoje, hoje a respiração dele está me irritando!
- Bora Ret, seu banho não demora assim. Bora- bato forte na porta do banheiro.
- Vai continuar de neurose mermo?- abre a porta me olhando com cara de rabo.
- Ta me chamando de maluca?- cruzo os braços e o acompanhando pelo quarto quando o escuto bufar- Não gostou pede divórcio porra!
- Mane divórcio surtada, olha o que tu fala. Problemática!- passa desodorante vestindo uma cueca.
- Então porque você não coopera comigo porra?!- falo jogando algo que eu nem sei o que é no chão. Eu avisei que tinha ataques de raiva...- Não faz nada que eu peço, crio nosso filhos praticamente sozinha, sinceramente eu cansei Matheus!
- Fala baixo- respira fundo massageando seus olhos- vou por as crianças pra dormir, quando voltar nos conversamos- sai do quarto me deixando falando sozinha.
- Ai eu odeio você!- falo alto
Quer saber? Quero ver com quem ele vai conversar se eu tiver no meu décimo quinto sono. Nem vou fazer meu skincare nem nada, deitar na cama e fingir que ele nem existe.
Tiro meus acessórios colocando meu celular e relógio pra carregar. Nunca dormimos na mesma cama brigados, não vai ser fácil. Após uma meia hora deitada de costas pra porta escuto o mesmo fecha-la.
- Podemos conversar agora -sinto a cama abaixar- Julia? Julia?- me sacode e eu não respondo- Vai fazer a gente dormir brigado mermo?- permaneço em silêncio- Quando quer parece criança...
As vezes eu odeio amar esse homem. Ele me estressa, me pertuba, me desobedece, me desafia, me afronta mas me fazer ficar brigada com ele é a pior coisa de todas. Dói, arde, como se fosse uma facada.
Estou estranha com o mesmo desde mais cedo pois percebi isso nessa manhã, nada que eu peço ou sugiro ele concorda ou faz. É algo estressante! Sinto algumas lágrimas escorrerem pelos meus olhos mas permaneci imóvel e parece que ele acreditou que eu realmente dormir.
- As vezes não entendo porque você complica tanto as coisas- suspira saindo da varanda, sem dúvida estava fumando- Lidar contigo é muito difícil Julia, diria quase impossível- limpo as lágrimas que insistem em descer- Mas eu nunca gostei do fácil mermo.
Ret se deita. Olho por cima do meu ombro o vendo coberto de costas pra mim. Quer me matar faz isso!Após um tempo adormeço, mesmo que seja chorando. Durante a noite escuto minha porta ser aberta me fazendo virar rapidamente vendo meu filho com seu paninho e coçando os olhos com sono.
- Oi meu amor, ta tudo bem?- ele nega vindo fungando até mim. Ret desperta assustado quando o Guilherme ameaça subir na nossa cama e não consegue.
- Qual foi molecão, teve um pesadelo?- concorda- vem ficar com papai vem .
- Eu quero a minha mãe- faz um choro fininho. Mesmo não vendo seu rosto sei que revirou os olhos. Me levanto da cama respirando fundo, dou a volta pegando o mesmo no colo pondo no nosso meio.
- Quer conversar filho?- pergunto bocejando, Ret vira pra mim sem ao menos olhar na minha cara.
- Mamãe, você e o papai vão se separar pra sempre de novo?
- Como assim molecote, a gente não ta separado não.
- Mas eu escutei a mamãe falando que te odeia hoje, igual quando eu morava só com ela ou só com você papai.- chupa seu dedo.
- Filho, olha pra mamãe- ele obedece- Seu pai é a pessoas mais irritante, insuportável, desobediente, cabeça dura, marrenta, abusada e outros bilhões de defeitos mas...- olho pro mesmo que me olhava, respiro fundo- a mamãe é a pessoas mais apaixonada possível por ele. Não sei mais viver sem meu amor- vejo seu sorriso- Mas é difícil demais, ele é muito chato!
- Vocês nunca mais vão se separar né papai?- olha pra ele que me olha.
- Filho, sua mãe não vai embora nunca mais- beija um lado da sua bochecha, e eu beijo a outra.- Agora vamo querer dormir menó.
- Verdade, amanhã eu tenho pelada com os moleques da praça- joga pro meu lado com o dedo na boca.
Olho pro Ret que sorri arrumando seu cabelo vindo pro nosso lado. Fico em silêncio até sentir que o Guilherme adormeceu.
- Desculpa, eu sou um merda- fala antes de eu abrir a minha boca pra falar praticamente a mesma coisa.
- É mesmo- dou uma leve risada- Você me leva a loucura Ret.
- Tu tem que parar com as tuas neurose e começar a ficar mec.
- Logo tu dizendo isso? Nunca vi tão estourado quanto você- dou uma leve risadinha sentindo seu carinho em meu cabelo. Acho que vai cair um dilúvio.
- Quem é o melhor marido do mundo?- me pergunta.
- Se ta pensando que vou falar você, é melhor abaixar bola. Você é um péssimo marido- me olha puto- mas é o meu marido. Mesmo sendo péssimo é meu.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
