a resposta pras músicas no cap anterior: Santo forte e tudo nosso. Gostaram da brincadeira? Posso fazer mais assim?
J U L I A
onze dias depois...
- Se soubesse que daria tanto trabalho assim eu não faria não!- reclamo me jogando no sofá do camarim da casa de festa.
- Faria sim, querendo ou não tu gosta desse furdúncio- trouxe mais caixas- Sorte que to fazendo academia ta, essa porra ta pesada.
- Tu ta nojento com esse negócio de malhar viu- selo nossos lábios.
- Óbvio caralho, contrui o bagulho lá em casa atoa?- pergunta rindo e eu nego com a cabeça.
- Joice disse que ta lindo lá embaixo, ainda não consegui ver- lamento.
Tive que abrir mão de fazer o aniversário da minha filha só para os mais íntimos pois o Ret quis porque quis fazer uma festa enorme! Nem rendi muito, só aceitei o fato mermo e muita fé. Ele abriu mão de fazer festa pro Guilherme, então, o que custa não é mesmo?
Pedi pro meu padrinho a casa de festa dele, a mesma que foi meu aniversário de vinte e dois. Ele me deu as chaves e a festa inteira! Por incrível que pareça ele é louco pelas crianças. Sempre que os visita, momentos raros nesse um ano da Mai, leva diversos presentes.
Minha maquiadora finalmente chega. Peço para o Ret descer para buscar a neném e o mesmo assente. Em poucos minutos dou de cara com ela de cabelo em pé toda imunda.
- Que que aconteceu com a minha filha?!- pergunto assustada a ele
- Se jogou no meio do carvão do churrasco- responde dando risada, nego com a cabeça ao ver a mesma rir com a mão na boca.
- Você ta impossível garota!- digo fechando meus olhos para a maquiagem possa ser feita com perfeição, como ela sempre faz. Sem perceber eu adormeço e só noto isso quando sou acordada pela maquidora avisando que já terminou. Dou risada pedindo desculpa.
Olho no espelho vendo uma obra de arte. Mariana é uma artista! A mesma se despede pegando suas coisas. Tomo um banho saindo perfumada do banheiro me deparando com cena mais linda de toda vida, minha filha com um vestido de tule amarelo e cinza...eu to apaixonada pelo o que fiz!
- Meu Deus que coisa mais linda!- a pego no colo fazendo com que minha toalha caísse, pouco me importei.
- Que isso, nem o planeta é tão grande assim!- escuto a piadinha dele dando dedo do meio.
- Olha como nossa filha é a coisa mais perfeita de todo o mundo- meu sorriso ia de ponta a ponta do meu rosto e o pai babão fazia o mesmo.
- É por que tu não viu teu filho- o chamou do lado de fora. Guilherme aparece na porta extravagante da maneira do pai, claramente sua copia. Estava com uma bermuda preta da High junto com uma blusa branca da lacoste. Um mini cordão de ouro branco cravejado com um pingente de G pesava seu pescoço e um relógio combinando com tudo. Em seu pé pisava fofo até mais. Um tênis branco da prada...sou abençoada demais! Que coisa mais perfeita!
- Tu também ta coisa linda em- me refiro a ele que se gaba um pouco.
- Vai se vestir maluca, as pessoas tão chegando já- concordo pegando meu macacão preto longo vestindo o mesmo. Penteei o meu cabelo rapidamente ficando pronta.
Cumprimento todos que chegam com a Maia no colo, posso dizer que a minha filha é a criança mais simpática do mundo, depois do Guilherme, claro!
[...]
A correria da festa fez com que não conseguisse aproveitar nada mas já meus filhos, se divertiram como nunca. Maia se jogou no chão, guilherme aproveitou DEMAIS os brinquedos que aluguei e agora estão apagados no camarim enquanto eu e Ret recolhemos as coisas.
Agacho pegando os presentes e o vejo com um cigarro no bico me chamando com os dedos. Minhas lembranças vão a milhões repensando no primeiro dia que nos vimos. Dou um sorriso constrangida a ele que continua com a mesma cara séria. Em meio a utopia, vejo uma nuvem de pensamentos nebulosos sobre sua cabeça e como sempre tento decifra-lo.
- Me chamou? - pergunto de forma misteriosa deixando os presentes da Maia de lado.
- Chamei não po- disse irônico, como da primeira vez e da mesma forma reviro os olhos- Esse bagulho de ser professora ai loirinha, é verdade?- pergunta com um sorriso no rosto.
- É sim, por que branquelo?- entro em seu jogo, ele está fazendo como no dia que nos conhecemos.
- Estou pensando em abrir uma escola lá no meu morro e queria te oferecer um emprego de ensinar as criancinha pequenas, já que disse que queria.
- Meu Deus claro que sim!- falo fingindo animação, dessa vez não estou bebada - Por que não pega meu número com a Joice?
- Acha que vai conseguir dar aula pro Gui?- olhou pra minha boca me fazendo corar.
- Eu espero, ele é um menino muito gentil- parece que nunca errei, cirúrgica em tudo que faço e falo.
- Muito certeiro também- repeti minha cara de confusa como no dia.
- Como assim?- me aproximei dele caminhando um pouco em sua direção.
- Falou que tu era bonita e realmente- mexo em meu cabelo umidecendo meus lábios- Faz isso não- riu desviando o olhar tragando seu cigarro devagar.
- Você é interessante Ret, quero conhecer mais da sua pessoa...- me encaixo no meio de suas pernas
- Não quer não- sobrou a fumaça pra cima, antigamente ficaria incomodada, contudo, hoje em dia já estou acostumada- Todos que me conhecem me odeiam- olhou em meus olhos me fazendo estremecer e ao mesmo tempo arrepiar como da primeira vez. Ironicamente o conheço e o amo profundamente com todo meu ser.
- Sou boa em gostar do que todos odeiam- provoco vendo o mesmo apagar o cigarro.
- Gosta do perigoso patricinha?- sorriu de canto sacana puxando minha cintura.
- Gosto do difícil.
- Realmente, sempre gostou do difícil né?- passa o dedo em minha boca saindo de nossa breve encenação.
- E também sempre fui sábia em me envolver com quem todos odeiam, hoje tenho uma família linda- selo nossos lábios afagando seu cabelo já pintado de castanho- Obrigada por ter vindo no meu aniversário aquele dia.
- Tenho uma surpresa pra você- faz um carinho na lateral do meu corpo - Como tu muito estressada, comprei um bagulho pra gente.
- Não vou fumar nada!- digo espontaneamente, toda a vez que fumo me torno o demônio. Pior que cinquenta tons de cinza.
- Não é bagulho de droga não lóca, é da hora mermo- faz suspense e eu espero o mesmo falar- Qual foi?!- tira seu maço pegando mais um cigarro
- Fala o que você comprou ué, tenho ansiedade- me agito um pouco.
- A nada demais, nós só vamos para Cancun no seu aniversário, sei que não fez nada ano passado porque não fazia muito tempo que tínhamos a Maia então...Nós dóis vamos pra Cancun.- diz sem importância.
- Cancun?!- pergunto de forma alta com um enorme sorriso- Ta falando sério Matheus?!
- Como?- diz com se não tivesse ouvido.
- Ta falando sério Matheus?!- repito.
- Amo quando meu nome sai da sua boca, podia me chamar assim mais vezes- contorna meus lábios.
- Repete!- peço empolgada
- Quer que eu venda a viagem e te pague um exame de audição?- brinca rindo- É isso po.
- Não acredito que você fez isso, vou ficar cinco meses ansiosa- dou uma risada- Eu te amo. eu te amo, obrigada!
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Meu mundo - concluída
FanfictionJulia, uma menina que mora na barra acostumada a sempre ter as coisas do bom e do melhor se apaixonada por Ret, dono do morro da rocinha que sempre batalhou pra ter tudo o que tem na vida.