R E T
um dia depois...
Sentir ter a Júlia e não te-la é de fato confuso. Nossa relação é de pau amigo mas nunca vi pau amigo ter filho e falar que ama...Nesse momento eu estou me arrumando pra dar um jeito em um BO que o Guilherme fez na escola nova. Pela primeira vez esse moleque arrumou briga e saiu machucado, parece que até que não é filho de quem é.
Júlia acabou de me ligar dizendo que ele arrumou briga por que o moleque xingou a mãe dele, vulgo ela. Briga de criança. Ele pegou o telefone me dizendo que arrebentou o moleque e que o lábio dele não foi nada, ai sim falou que nem meu filho mermo, não tem jeito, a marra ta no sangue! Rs
Toco a campainha vendo o mesmo atender, Maia quase arrancava a roupa de Julia chorando por leite. Ela revira os olhos e Guilherme assim que me ve se esconde atrás das pernas da Morena que o coloca pra frente.
- Tu fez a merda agora você assume.- quando ele levanta a cabeça consigo enxergar seu lábios inchado e cortado. Sua mão está vermelha anunciando que deu socos.
- Que que você fez Guilherme?- digo firme. Não quero que o mesmo reputa os mesmos erros que eu.
- Bati no menino- falou baixo.
- Fala alto o que você fez Guilherme- repito no mesmo tom- Quem nem gente porra.
- Bati no menino pai!- disse alto me olhando autoritário, agora sim.
- Por que você bateu nele? Você nunca foi disso.- agacho para escuta-lo melhor fechando a porta.
- Por que esse meno era um playboy que ficou xingando a minha mãe, sem neurose pai, eu fiquei muito bravo!- disse e tive que me segurar pra não rir quando falou como eu. Julia me olha com o olhar "sua cópia", concordo com um leve sorriso.
- Olha a boca Guilherme!- o repreendeu olhando feio.
- Deixa o menó. Olha, tu vai ficar sem video-game. sem celular e as porra toda ai- respiro fundo pegando seus eletrônicos. Busco mais ar quando ele se joga no chão começando a fazer birra - Levanta filho - bufo.
- Não pai, não, desculpa- se debateu no chão, a mãe dele já me olhou seria. Ela sabe que não tenho paciência e sou pavio curto pra drama do Guilherme.
- Levanta por favor filho, não quero gritar com você- coço os olhos buscando paciência mas não encontro
- Mãe, faz alguma coisa- diz pulando e gritando. Julia nega com a cabeça esperando uma atitude minha.
- Bora, chega- digo alto e firme fazendo-o me olhar- Não da pra ser legal contigo não. Vai pro seu quarto agora dormir- o levanto pelo braço usando certa força, não para machuca-lo.
- Ta muito cedo pai, por favor- o metralho com o olhar, Guilherme corre pro quarto dele batendo forte a porta. Quando ia atrás dele júlia me impede.
- Deixa, deixa.- coloca Maia no chão- Não sabia que ia fazer tanto drama e muito menos bater em alguém na escola. Esse não é meu Guilherme- Lamentou e eu sai andando- Ta indo pra onde?
- Pra não fazer merda com esse moleque eu vou fumar na varanda, se não, vou merendar ele- bufei colocando a mão no bolso pegando meu maço.
Pego com a boca um cigarro acendendo e puxando lentamente. A forma que eu puxava e soltava a fumaça me acalmava mas essa forma não é muito eficaz, afinal...eu acabei de fumar quatro cigarros em menos de vinte minutos.
- Ei- bateu no vidro da varanda- Tá tudo bem?
- Acho que não uma boa a gente conversa agora Ju, eu vou ser grosso e sei que você não gosta- ela assente saindo.
- Vou dormi com a Maia então, to lá no meu quarto. Quando for dormir vai pra lá- concordo com a cabeça acendendo o quinto cigarro.
Ás vezes acho que erro muito como pai. Eu tento dar o meu melhor pros meus filhos mas sei que não é o suficiente, nem o melhor de todos, mas é o meu melhor e me cansa pra caralho. Não tenho só um dever, tenho milhões. Eu sou dono de morro, gerente, pai, um bom ex, um bom amigo e por ai vai. Me senti uma merda assim que a Júlia me contou que ele tinha brigado. Meu menó sempre foi de boa, tranquilo, amigo de geral e do nada vira isso? Esse não é o meu Guilherme. Doeu pra caralho tirar o bagulho que ele gosta, mas foi necessário. Precisava ver que tudo tem uma consequência.
Sei que sou agressivo e não tenho noção de quanto, mas, sem duvida passei isso pra ele. Não sou agressivo cem por cento do tempo, sempre que der pra resolver na conversa, eu vou resolver. No entanto, no meio que vivo conseguir resolver algo na conversa é exorbitantemente raro.
Apago meu cigarro sopro a última fumaça e me deito no sofá. Nem mexo no celular nem nada, apenas fico fitando o teto pensando e deixando meu cérebro adormecer sozinho depois de tanto me torturar, nem me lembro de ir me deitar com as meninas.
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Meu mundo - concluída
FanfictionJulia, uma menina que mora na barra acostumada a sempre ter as coisas do bom e do melhor se apaixonada por Ret, dono do morro da rocinha que sempre batalhou pra ter tudo o que tem na vida.