Meu mundo- cap 119

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J U L I A
semanas depois...

- Bora filho, to cheia de coisa pra resolver ainda!- apresso o Guilherme que passa correndo com sua mochila.

- Tava escovando o dente mamãe, vamo vamo!- corre até a garagem me fazendo rir.

- To indo em Retiano, não esquece da Maia pelo amor de Deus- dou um selinho curto no mesmo que puxa cintura dando outro mais longo.

- Me beijar direito em caralho- fala bem humorado- Tenha um bom dia morena, Te amo!- diz em tom alto.

- Te amo!- fecho a porta do carro vendo um sorriso em meu rosto. Vou ser sincera, nunca fui de pegar branco e o primeiro branco que eu peguei, me casei. Desculpa pretinhos, eu sempre fui de vocês.

- Mãe vamos, eu to atrasada e a senhora também!- se ele não é o Ret todinho sou maluca po!

- Pode deixar bonitao- acato sua ordem dando partida no carro- Não quero reclamação novamente em Guilherme.- falo quando tenho que leva-lo até a entrada já que o projeto de Matheus só ta fazendo zona!

Ontem tive que sair mais cedo do trabalho por conta dele, tinha que largar a Julia empresária e ser a Julia mãe um pouquinho. Não que eu não ame né mas o que cansa é sacanagem. Fui chamada porque além de marrento e encrenqueiro o lindo não presta atenção nas aulas, nem parece que a mãe é professora!

Guilherme foi advertido dentro e fora da escola, sabem como o Ret é chato com questão de educação. O mesmo está sem as parada dele até segunda ordem do meu gostoso marido. Desde que brigamos ele esta sendo bem mais presente, na medida do que pode.

Não sou uma idiota mimada que não entende que ele não cuida so de uma família e sim de mais de cento e trinta mil pessoas...pois é, o cabeçudo é foda!

- Ele me prometeu que vai melhorar viu Tia- entrego suas bolsas a ela sorrindo simpática.

- Guilherme tem o jeito do pai né, um gênio forte- meu sorriso some na hora, como ela sabe quem é o pai dele e por que sabe o jeito do Ret?!

- Você conhece o pai dele?- me arrumo cruzando os braços de uma maneira que exiba minha aliança. Eu sou doida em piranha.

- Eu já tive um casinho com ele- ri sem mostrar os dentes e eu concordo com a cabeça- Por quê?

- Nada- falo de expontâneo dando um grande sorriso, beijo meu filho saindo direto pro carro pegando meu telefone ligando pra vagabunda do meu marido.

IDL
Ret: Fala comigo ma...- o corto.
Júlia: Tu já comeu a professora do Guilherme Ret?!- tramontina corte rápido ta meu amores. Dou partida no carro pondo a chamada no bluetooth.
Ret: Morena...- suspira.
Júlia: Ou melhor, ela disse que vocês tiveram um caso. Que porra de história é essa?
Ret: Branca isso foi a um tempo já, quando estávamos separados fui ai na escola e rolou umas três vezes. Não foi um caso.
Júlia: Cara, você é uma puta. Não consegue não comer uma mulher que respira do seu lado!Vai se fuder não quero papo.
FDL

Nem passa pela minha cabeça escutar o que ele tem pra falar. O demônio faz as coisas na calada, na miúda e acha que não vou descobrir. Meu santo é forte filho! Pra esfriar a cabeça da pobre patricinha, eu, resolvi ir ao shopping desviando meu caminho da empresa.

Na minha cabeça a única coisa melhor do que gastar dinheiro é ganhar. Entro no Rio Sul vendo as melhores coisas pra minha vista de mimada: Olá prada, olá nike, olá gucci, olá...Mãe?!

Saio sorridente com algumas sacolas de roupa tirando meu óculos da Prada clássico de sempre quando vejo minha "mãe" caminhando com algumas crianças e um homem ao seu lado, observando algumas vitrines com risinho pra lá e pra cá. Deixo meu óculos cair com essa tal surpresa.

Nunca passou pela minha cabeça procurar por ela pois na carta que ela deixou quando sumiu deixava bem claro isso, que a mesma não queria ter filhos e não estava preparada para ser mãe. Bom, acho que ela não estava preparada pra ser minha mãe...

Antes que tenha qualquer possibilidade dela me ver viro de costas em direção ao estacionamento do shopping, pago o mesmo rápido mas escuto meu nome ser chamado. Automaticamente meu nariz arde denunciando meu choro, já passei por coisa pior que isso. Calma Julia, respira mana!

- Julia?!- ela continua com a mesma voz calma e relaxada de sempre, a mesma que me colocava pra dormir e dizia que me amava. Hilária!

- Catarina- viro seria a ela que sorria.

- Quase não te reconheci, você está belíssima minha filha!- tenta tocar em mim me fazendo dar um passo pra trás.

- Culpa sua que não é né- dou um meigo sorriso vendo o dela desaparecer, peguei essa mania de ser sincera até demais do Ret e não consigo largar de jeito maneira.

- Acho que temos muito o que conversar, não pensa que não vi essa aliança no seu dedo- tenta falar da forma mais simpática possível, continuo com a mesma cara amarrada a vendo tirar um cartão de sua bolsa me dando- Leva seu marido, vamos jantar.

Concordo sem dizer uma palavra. Bato forte a porta do meu carro sem sentir mais uma vontade de chorar. Acho que estou em verdadeiro estado de choque. Como alguém consegue ser tão cara de pau assim? Chegou como se não tivesse feito um inferno e me gerado diversos traumas, puta!

Jogo seu cartao ao modo "la caralho" na minha bolsa dirigindo pra minha casa, sinceramente, acho que mereço uma folga depois desse baque. Obrigada por concordarem. Assim que ponho o pé na minha garagem o choro armazenado desse tal trauma desmorona.

Destranco a porta de casa vendo o bonito jogado no sofá, mesmo brava com ele nem penso duas vezes em me jogar em seu colo liberando toda a minha raiva. Ret obviamente leva um susto quando bato a porta mas quando ia falar vê minha cara já molhada. Jogo as sacolas de compras todas no chão da nossa sala.

- Qual foi mandada?- pergunta fazendo carinho em meus cabelos.

- Eu encontrei minha mãe no shopping Retiano, a minha mãe.- o olho engolindo seco.

Meu mundo - concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora