J U L I A
Pulo da cama no susto quando acordo com o barulho da minha campainha tocando repetidas vezes. Visto meu roupão de seda indo em direção a porta coçando meus olhos e arrumando meu cabelo. Sinceramente espero que o Guilherme não tenha comprado nada sem querer no meu cartão novamente.
- O que você quer?- indago séria. O que ela quer aqui?!
- Bom dia- sorri, ai que nojo.
- Veio fazer o que aqui e como sabe que eu moro aqui?
- Não vai me convidar pra entrar?
- Não ia não mas parece que está me obrigando- dou passagem pra mesma que senta no sofá- Fala logo o que você quer, estava dormindo- cruzo os braços ficando em sua frente.
- Queria te pedir desculpas por aquele dia, me descontrolei com as verdades. Entendo a sua magoa filha- põe a mão no peito. A amor, vai manipular outra!
- Julia- a corrigi- Ta perdoada, na maioria das vezes não levo coisas de pessoas insignificantes pro coração- bocejo.
- Ótimo! Já que estou aqui poderia conhecer meus netos, não?
- A Lu já deve acordar pra montar a mesa do café, se quiser esperar um pouco e tomar café com a gente- arrumo meu roupão.
- Nossa, vocês acordam tarde né?- fala debochada
- Você que acorda muito cedo, acordo normalmente nove da manhã pra trabalhar. Ainda são seis- aponto pro relógio na parede.
- Fuso horário, estava na europa ontem- ri. Meu deus...que nojo de mulher!- Podemos aproveitar e resolver nossas diferenças.
- Acho que não vai ser possível de resolver, o que me faz bem é a minha terapia toda quarta as nove da manhã- sorrio irônica.
- Como foi a sua adolescência?- pergunta animada, que que essa mona quer?
- Foi maravilhosa. Meu pai sempre me deu o do melhor. Passava meu verão inteiro na Europa- sorrio vendo as lembranças- na casa do meu dindo, íamos para todos os países antes de eu voltar todos os anos. Maldivas era passeio pra mim, é até hoje. Inclusive minha casa lá está parada a anos...Só coisa boa.
- Ai a minha também sabia? Foi quando comecei a trabalhar de modelo, ganhava cinquenta reais-riu- Aonde já se viu meu Deus...
Deixando alguns traumas de lado a Catarina é uma pessoa incrível, mas não uma mãe incrível. Ficamos algumas horas conversando sem nem ver o tempo passar, só percebo que horas são quando o Ret aparece de cara amassada com a Maia no colo e mão dado com o Gui. É sempre um bom dia quando começa assim. As carinhas de sono dos meus filhos me fazem até respirar melhor.
- Morena?- sua voz rouca assusta a Catarina que vira de imediato pra trás.
- Oi, to na sala- falo um pouco alto ganhando seu olhar. Ret já me olha desconfiado, Gui corre pro meu colo como toda manhã.
- Bom dia mamãe- beija minha bochecha.
- Bom dia filho- beijo sua bochecha- Da oi amor, essa é a Catarina- ele faz um oizinho com a mão.
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Meu mundo - concluída
FanfictionJulia, uma menina que mora na barra acostumada a sempre ter as coisas do bom e do melhor se apaixonada por Ret, dono do morro da rocinha que sempre batalhou pra ter tudo o que tem na vida.