Meu mundo- cap 113

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J U L I A
uma semana depois...

Hoje é o aniversário da pessoas que mais me estressa em toda a minha vida, vulgo, meu marido. Ret ama festa mas odeia fazer aniversário, irônico né?

Segundo ele, não faz sentindo as pessoas gostarem de envelhecer. Envelhecer é uma das poucas certezas que temos na vida, temos que gostar das experiências. Se a vida é oportunidade temos que aproveitar nossa chance, viver coisas inimagináveis e incríveis a todo momento.

Sim, além de gostoso é inteligente. Nem parece que é dono da maior favela da américa latina né? Também não sei aonde fui me meter mas, graças a Deus, me meti.

Ontem a noite cheguei um pouco mais tarde da empresa e escondi o bolo na geladeira da área externa da casa dele já que, contra gosto meu porém sem dúvida ele vai amar, eu e a Joice organizamos uma festa surpresa pro meu gostoso. O tema? Adivinhem, Fluminense né.

Gui e Maia passaram o dia todinho brincando com ele até o mesmo ter que sair pra trabalhar. Deixei os bebês com a Lu, a mulher que me criou, minha mãe pra conseguir aproveitar bastante.

Dormi que nem princesa antes de meia noite e não dei parabéns pra ele até agora. De raiva o bonito nem bom dia me deu, me divirto!

- Tem quinhentos nego na minha casa, pelo amor de Deus- suspiro.

- Tu é a primeira dama nega, ta a três anos nesse cargo e geral mal te viu. Ta na hora de interagir com teu povo.- da risada.

- Interagir com essas mona? Metade me odeia porque eu casei com o Ret e a outra metade quer me comer. Prefiro ficar quietinha que nem barata pra não arrumar B.O- como um salgadinho.

- E Ret, sabe dessas graça cumadre? Ele acordou pra vários ódio hoje. Quase matou o meno na boca porque tava mascando chiclete. Sem nexo.

- Ele não recebeu nenhuma palavra minha hoje, deve ser por isso- dou um sorrisinho.

- Realmente, a única pessoa mais ignorante que o Ret é você. Que pessoa seca do cão!- declara jogando um petisco na boca.

- Falam como se eu fosse uma cavala- reviro os olhos.

- Mas você é.-falam juntos.

- Eu vou é me arrumar que ganho mais- rio de leve saindo- Recebam as pessoas que faltam pra mim por favor.

Entro no meu quarto trancando a porta. O branquelo chega sempre no mesmo horário todos os dias, então, está dando pra organizar tudo direitinho.

Um dos motivos das minha brigas com o meu lindo é que ele não aguenta mais roupa no closet, por que não paro de comprar e estou quase sem espaço, é real mas não consigo parar, parece vício!

Pego a sacola da minha compra especial pro seu aniversário. Visto uma calcinha fio dental de renda preta, short de couro, sutiã liso preto, uma blusa de tela com a manga cumprida e um salto que sobe minha canela. Perguntar depois como é ser casado com uma mulher desse calibre, porque deve ser foda ter esse privilégio. Me sento na penteadeira passando uma maquiagem nada demais, porém, nada de menos.

Saio do quarto já vendo minha sala lotada de gente, respiro fundo pondo um sorriso no rosto e cumprimento todos fingindo amar estar fazendo aquilo. Vocês sabem que não gosto nada dessas coisas, mas o que não faço por um cabeçudo.

Escuto um barulho de ronco de motor e já sei que o mesmo chegou então apago a luz da sala pedindo o silêncio de todos presente. Não sei pra que a Joice chamou tanta piranha, sinceramente.

- Morena, cheguei!- diz alto como sempre quando abre a porta de casa.

- Surpresa!- todos gritam junto, vejo sua cara de paisagem. Conheço esse merda, sei que ele gostou pra caralho.

- Parabéns meu amor!- falo após batermos o parabéns abraçando fortemente- Desculpa eu não ter falado com você hoje?

- Caralho, não sei se mando tu tirar essa porra dessa roupa ou arranco no dente.- fala no meu ouvido beijando meu pescoço cagando pra minha pergunta.

- Arranca com o dente- sussurro novamente marrenta e ele nega sorrindo.

- Gosto de saber que essa tua amarra acaba quando te coloco pra quicar no meu pau- diz baixo me comendo descaradamente com o olhar. Arregalo o olho batendo fraco nele.

- Ret!- digo em tom de repreensão ao mesmo que sai rindo cumprimentando as pessoas presentes.

Matheus some do nada e volta todo cheiroso e arrumado, a não, não foi isso que eu pedi. Sou ciumenta em porra!

[...]

Sinceramente estou me concentrando demais em não me molhar todinha, o que é quase impossível quando ele me olha com essa carinha de gostoso. Ret sustenta o olhar até o chamarem. Sei que ele ta sedento por baseado quando sua língua não para de umedecer seus lábios. Nego com a cabeça enchendo minha taça de vinho, esse menino me confunde todinha.

A festa rola tranquila, bebida e fumaça pro ar. Fico soltinha depois da quinta taça de vinho. Desço até o chão com a minha melhor amiga vendo Cobra a olhar feio. Tempo vai, tempo vem e essas porra continuam iguais. Mesmo a festa estando lotada meu olhar não sai daquele marrento.

Sua concentração fumando seu beck, o jeito que se forçava a não sorrir no meio das pessoas, como seu corpo se deixava levar inconscientemente pelas músicas, como arruma seu boné e os cordões de ouro que carregava no pescoço. O observava como se fosse a última coisa que fosse fazer.

Desvio o olhar por meio segundo sentindo a falta de Joice e Cobra, não vou nem procurar sei muito bem o que estão fazendo e papo reto? Já já vou estar assim mas muito melhor. Quando volto não vejo mais meu marido.

- Ele não é maluco.- murmurei pra mim mesma enquanto levantava da minha cadeira entrando em casa. Assim que passo pela ilha da minha cozinha sinto minha cintura ser puxada e minha boca tampada.

Meu mundo - concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora