R E T
- Uhm...- resmungo passando o dedo pelo elástico de sua calcinha, que gostosa puta que pariu!
- Não vou transar com você "Tre"- debocha virando novamente para a janela terminando o baseado. Essa demonia é o amor da minha vida mermo- Eu não sei nada sobre sua infância, deve ser lá que você deve ter percebido que agir com violência te deixava no "poder".
- Sabe que não gosto de falar desses bagulho,
principalmente quando to em uma ondinha gostosa- suspiro.- Matheus- estremeço- nos somos casados.- me olha profundamente- Sinceramente não tenho planos de terminar e o senhor não pode esconder isso até morrer.
- Eu nasci aqui mermo na rocinha, cria daqui. Correr de cima a baixo, essa era a minha vida...na rua. Meu lugar sempre foi esse, pixar, desenhar, jogar bola, todo lugar menos a minha casa. Absolutamente tudo que eu consegui foi com meu esforço, não tinha comida em casa. As pessoas que me deram a vida eram viciadas em drogas, fui um acidente e nunca fizeram questão de esconder isso de mim- suspiro tirando meu olhar dela- Era conhecido como o filho dos viciados, gastado por isso até que cansei. Todo menor que me gastava saia feiasso, não tem como contar quantos narizes já quebrei- lamento.
- Acha que foi ai que começou a ser violento?
- Não- engulo seco- Isso ai veio de casa. Meus genitores caiam na porrada por conta de drogas, pino, agulha, elástico, cachimbo, meu "pai" espacava aquela mulher até ficar desacordada todas as noites. Gostava mais dela do que dele, às vezes ela tentava ser mãe, só tentava mermo. Tem noção do que é toda vez que tu dormia em casa, comecei a dormir fora com seis anos, ver um corpo sangrando no chão? Dormia em papelão porque não se importavam comigo, já passei frio, fome e foi assim que eu cresci até...- travo nessa parte da história não é bagulho muito legal falar não. Sinto a morena segurar a minha mão sorrindo de leve
- Retiano, confia em mim- faz um carinho, com concordo com a cabeça.
- Até que chegou um dia que os filhas da puta não tinham mais dinheiro pra nada. Sem casa, sem comida e o mais importante pra eles; sem droga. Não dava a mínima pra nada disso, dormia na casa dos meus amigos da rua e passava o dia na escola, a madrugada?- dou um sorriso lembrando- Pixava meu vulgo em toda rocinha. Perigo já me observava, melhor, observava o Ret ou pelo menos os desenhos dele. Era da hora essa vida até receber a notícia que fizeram a proposta de me vender pra comprar droga.
- Branco- fala surpresa- Eu não tinha a mínima ideia! Como assim?!
- Pois é morena- dou uma risada sem graça nasalada- Acho que agradeço por isso já que quem me "comprou"- faço aspas com os dedos- prefiro dizer me acolheu, foi o meu velho, dono dessa porra toda! Esse cara era foda, meu pai foi foda até a porra do último segundo!- dou um sorriso sincero lembrando dele- Me perguntou se conhecia esse tal "Ret", e pra falar que era eu? Quase me caguei filho, mermo não tendo medo dele, o que é bem irônico na verdade.
- O cara se chama perigo e tu não tinha medo dele?- nego- Ele te bateu?
- Quando contei no dia seguinte tava na aula de desenho...Ele nunca me puniu por que nunca precisou, sempre fomos fechamentos um do outro pra caralho. Isso não quer dizer que eu não dei duro ta? Trabalhei que um filha da puta pra ta onde eu to
- E as aulas de desenho?
- Era dahora mar não deu certo. Não era boy, não rendi muito, os professores eram muito certinhos e o sistema..bom, era o sistema!
- Você e seu ódio pelo sistema- faz carinho no meu rosto.
- Sempre fui anarco- me olha estranho- Anarco po,
diminuição do poder, não intervenção do Estado na sociedade...- Eu sei o que é Anarco, me surpreende você saber!
- Não é por que não terminei a escola que não sou inteligente.
- Eu sei amor, continua, to gostando da história. To descobrindo de onde veio esse seu jeito retiavéliko...
- Mermo sendo branco, era favelado. Pelo fato de ser um meno da comunidade eles não me davam muita atenção, afinal, eles só dão atenção pros filhos de papai. Só dão atenção se tu for do asfalto e tiver pele clara, fora isso teus sonhos são insignificantes. Era só um desses e o menos importante. Se tu for filho de dono de empresa, imobiliário ou empresário caso contrário irmão, tu tava na merda!
- E seus pais?- pergunta em tom de curiosidade- Sabe algo deles?
- Eles morreram de overdose um mês depois, Karma é foda!
- Olha pelo lado bom, com esse braço que tu tem agora você quebrava esse cuzao do seu pai.- dou risada de sua piad que quebrou o clima tenso acendendo um dos meus vários baseados já bolados.
- Ele não foi meu pai, o Perigo foi.- estalo meu pescoço secando uma das lágrimas que infelizmente caiu- Tenho saudade dele pra caralho.
- Eu entendi coisa pra caralho da sua personalidade agora- me abraçou.
- Branca- murmura um "hm"- seu peito ta encostando em mim.
- E que que tem?
- Que eu posso me consolar agora?- falo quebrando o clima triste. To bobo de não me aproveitar? Vivo com as consequências dessa criação conturbada a anos já, comer essa mulher do jeito que ela ta hoje é experiência única consoladora!
- Não consegue não ser safado?- passa a língua nos lábios sorrindo.
- Com você gostosa assim?- apenas a distância do seu peito nos dividia novamente. Peito grande do caralho, trago o beck a beijando ainda com a fumaça. Quando sinto o beijo esquentar apago o beck colocando minhas duas mãos apertando sua bunda.-
Vai deixar eu te fuder?- pergunto subindo uma das mãos segurando firme seu cabelo.- Em todas as posições.- tira minha blusa me jogando na cama- Feliz ano novo, Ret.- diz de forma provocativa agachando na minha frente.
- Feliz ano novo Julia- suspiro de tesao quando sua boca quente pousa no meu pau fazendo um rabo de cavalo em seus longos cabelos já castanhos.
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Meu mundo - concluída
FanfictionJulia, uma menina que mora na barra acostumada a sempre ter as coisas do bom e do melhor se apaixonada por Ret, dono do morro da rocinha que sempre batalhou pra ter tudo o que tem na vida.